Capitulo 02: Proteção ou prisão?

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Por serem lendas, não quer dizer que não existam.

Em um reino distante, o rei era extremamente protetor em relação ao seu povo e à sua família, especialmente agora que sua filha, a princesa Rose, havia nascido. Ela mesma se apresenta assim.

O rei organizou uma grande celebração, com festividades tanto no castelo quanto na cidade. Todos estavam tão envolvidos nas comemorações que não perceberam o perigo que se aproximava do Leste. O alerta só veio quando uma torre do castelo desabou com um estrondo ensurdecedor. O rei não hesitou em ordenar que os convidados se protegessem e que os guardas cuidassem da segurança da rainha e da princesa.

Na torre do Leste, os guardas enfrentaram bravamente a ameaça. A criatura foi embora, gravemente ferida, mas não o suficiente para impedir que derrubasse outra torre, onde a rainha e sua filha estavam abrigadas. A princesa escapou ilesa, mas a rainha ficou ferida, embora não gravemente. A partir desse momento, o rei tornou-se ainda mais protetor em relação à sua família.

Quinze anos se passaram.

— Meu pai, permita-me dar um passeio pela cidade. Apenas uma vez. — O olhar da princesa era contrária ao sorriso que costumava exibir pela manhã.

O rei a encarou com desaprovação e respondeu:

— Não permito.

— Mas por quê, meu pai? Já se passaram 15 anos desde que pude sair para a cidade. Há anos que só saio para o jardim. — A indignação era clara em sua voz, mas o olhar do rei a fez sentir-se mal. Ele então explicou:

— Minha querida, o mundo lá fora é muito perigoso. Seria um risco para você se machucar.

— Mas, meu pai...

Ele a interrompeu:

— Já disse que é o suficiente.

— Mas...

— O assunto está encerrado.

— Como quiser, meu pai.

Com a última palavra dele, ela teve que se render à obediência, afinal, ele era o rei e seu pai.

Depois do café da manhã, ela retornou aos seus aposentos, triste por não poder sair.

"Não entendo que tipo de proteção é essa. Sei que é uma demonstração de afeto, mas me manter presa neste castelo é desnecessário."

Seu quarto era amplo, iluminado pelo sol que entrava pela janela. Móveis de madeira acrescentavam charme ao ambiente. Enquanto refletia, ouviu uma batida na porta.

— Pode entrar.

Sua dama de companhia entrou, trazendo uma bandeja com chá. Cecília, jovem de pele clara e cabelos castanhos cacheados, era uma pessoa gentil.

— Senhorita, aqui está o seu chá.

— Obrigada, Cecília.

A dama lhe entregou uma xícara de chá de camomila.

— Sirva-se também, Cecília.

— Não seria adequado — respondeu ela timidamente, mas a princesa insistiu:

— Vamos lá, pode servir. Sua companhia é sempre agradável.

Cecília não resistiu muito e acabou aceitando. Ela começou a contar tudo o que estava acontecendo na cidade: festivais, inaugurações...

— Eu quero ver tudo isso. Quero ver o que meu pai não permite.

O dragão e a princesaOnde histórias criam vida. Descubra agora