Por serem lendas, não quer dizer que não existam.
Em um reino distante, o rei era extremamente protetor em relação ao seu povo e à sua família, especialmente agora que sua filha, a princesa Rose, havia nascido. Ela mesma se apresenta assim.
O rei organizou uma grande celebração, com festividades tanto no castelo quanto na cidade. Todos estavam tão envolvidos nas comemorações que não perceberam o perigo que se aproximava do Leste. O alerta só veio quando uma torre do castelo desabou com um estrondo ensurdecedor. O rei não hesitou em ordenar que os convidados se protegessem e que os guardas cuidassem da segurança da rainha e da princesa.
Na torre do Leste, os guardas enfrentaram bravamente a ameaça. A criatura foi embora, gravemente ferida, mas não o suficiente para impedir que derrubasse outra torre, onde a rainha e sua filha estavam abrigadas. A princesa escapou ilesa, mas a rainha ficou ferida, embora não gravemente. A partir desse momento, o rei tornou-se ainda mais protetor em relação à sua família.
Quinze anos se passaram.
— Meu pai, permita-me dar um passeio pela cidade. Apenas uma vez. — O olhar da princesa era contrária ao sorriso que costumava exibir pela manhã.
O rei a encarou com desaprovação e respondeu:
— Não permito.
— Mas por quê, meu pai? Já se passaram 15 anos desde que pude sair para a cidade. Há anos que só saio para o jardim. — A indignação era clara em sua voz, mas o olhar do rei a fez sentir-se mal. Ele então explicou:
— Minha querida, o mundo lá fora é muito perigoso. Seria um risco para você se machucar.
— Mas, meu pai...
Ele a interrompeu:
— Já disse que é o suficiente.
— Mas...
— O assunto está encerrado.
— Como quiser, meu pai.
Com a última palavra dele, ela teve que se render à obediência, afinal, ele era o rei e seu pai.
Depois do café da manhã, ela retornou aos seus aposentos, triste por não poder sair.
"Não entendo que tipo de proteção é essa. Sei que é uma demonstração de afeto, mas me manter presa neste castelo é desnecessário."
Seu quarto era amplo, iluminado pelo sol que entrava pela janela. Móveis de madeira acrescentavam charme ao ambiente. Enquanto refletia, ouviu uma batida na porta.
— Pode entrar.
Sua dama de companhia entrou, trazendo uma bandeja com chá. Cecília, jovem de pele clara e cabelos castanhos cacheados, era uma pessoa gentil.
— Senhorita, aqui está o seu chá.
— Obrigada, Cecília.
A dama lhe entregou uma xícara de chá de camomila.
— Sirva-se também, Cecília.
— Não seria adequado — respondeu ela timidamente, mas a princesa insistiu:
— Vamos lá, pode servir. Sua companhia é sempre agradável.
Cecília não resistiu muito e acabou aceitando. Ela começou a contar tudo o que estava acontecendo na cidade: festivais, inaugurações...
— Eu quero ver tudo isso. Quero ver o que meu pai não permite.
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O dragão e a princesa
RomansaNum mundo medieval onde cavaleiros cavalgam dragões, a jovem princesa, filha de um rei, é protegida da dura realidade. Contudo, durante um ataque ao castelo, ela foge para a floresta e encontra um dragão, iniciando uma conexão inesperada. Juntos, el...