Capítulo 16: Compreendo meu pai

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Dias se passaram desde que Rose começou a treinar e praticar. Ela teve oportunidades de colocar tudo em prática, sendo ela mesma a defensora de seu povo contra invasões, ladrões e outros perigos.

Em meio a um treinamento em uma mata fechada, ela encontrou uma caverna. Estava escura no momento, mas ao perceber uma entrada pelo teto, arrumou um jeito de iluminar toda a caverna. Foi então que percebeu o tamanho do lugar. Havia um pequeno lago à esquerda e algo parecia estar no fundo. Ao se aproximar, viu vários objetos cobertos de poeira. Pensou consigo mesma: "Parece que alguém já sabia deste lugar". Em meio aos seus pensamentos, encontrou um livro, e na página que se abria estava escrito:

"O rei ordenou que todos os cavaleiros de dragões fossem banidos do reino de Erendor. Não queria deixar este lugar, meu lar, minha amada aldeia, mas infelizmente fomos ameaçados de morte. Não terei outra opção a não ser me separar do meu dragão ou ir para um lugar onde me aceitem, mas esta não é a minha melhor opção. Portanto, partirei com a minha família."

Após ler o que estava escrito, olhou ao redor, percebendo o lugar completamente sujo. Do lado de fora, Dragon perguntou:

— Rose, você está bem?

— Sim, estou.

Quando percebeu, Dragon estava dentro da caverna com ela. Rose perguntou:

— Como você entrou?

— Havia uma passagem grande o suficiente para eu passar.

Rose contou a Dragon o que havia descoberto e decidiram ficar com o lugar. Após limpar tudo, quando finalmente terminou, era muito tarde. Entrou em desespero, pois alguém poderia notar sua ausência. Dragon a levou rapidamente para o castelo, se despediram e Rose entrou pela passagem. Em seu quarto, deparou-se com Cecília de boca aberta ao vê-la abrir e entrar.

— Cecília.

— O que significa isso, senhorita Rose?

— Eu posso explicar.

— Vamos, tire esta roupa rapidamente, está sujando todo o quarto.

Sem entender, Rose fez o que ela pediu. Queria explicar o que tinha acontecido, mas Cecília disse:

— Não precisa me explicar nada. Entendo que você é jovem e precisa se divertir um pouco, mas precisa tomar cuidado com o horário que chega. Podem acabar descobrindo e puni-la por fugir do castelo.

— Compreendo, tomarei cuidado.

Seu coração ficou mais aliviado, ela sabia que poderia confiar em Cecília.

Dias depois, na sala do trono, seu pai recebeu dois aldeões. Um deles disse:

— Majestade, viemos informar que o cavaleiro de dragão agiu novamente. Desta vez, nos defendeu dos ladrões.

O outro homem acrescentou:

— Queremos agradecê-lo por nos ajudar, mas ele sempre recusa qualquer tipo de agrado, dizendo que "O melhor que pode receber como agrado é a nossa confiança".

Seu pai agradeceu pelas informações e os dispensou. Em seguida, comentou:

— Já faz tempo que este cavaleiro de dragão age e ninguém sabe quem é.

— Talvez seja por segurança, meu pai.

— Se ele é uma benção, talvez devesse usar isso para se vangloriar.

— Meu pai, creio que ele não queira se vangloriar, talvez esteja apenas protegendo nosso reino.

— Por que, minha filha? Nossos guardas não são suficientes?

— Sim, meu pai, mas eles não podem resolver tudo.

— O que é isso, está me contradizendo, Rose?

— Não, meu pai. Só estou mostrando que nem tudo é ruim.

— Minha filha, você é jovem demais para compreender que nem tudo na vida pode ser bom.

— Compreendo, meu pai.

Em outras palavras, seria melhor concordar com ele para não levantar suspeitas sobre si mesma. Em seu quarto, deitada em sua cama, Rose refletiu sobre tudo que acontecera nos últimos dias. E pensar que um ataque ao castelo poderia mudar sua vida.

O dragão e a princesaOnde histórias criam vida. Descubra agora