Capítulo 05-- Acontecimentos inesperados.

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Não estava entendendo o motivo da visita deles. Após alguns minutos, ela e sua mãe saíram da sala, e Rose perguntou:

— Minha mãe, por que a visita deles?

— É um assunto que diz respeito ao seu pai. Ele não me disse nada. — respondeu a mãe.

Rose pensou por um momento que o assunto era sobre ela, mas deve ter se enganado. No jardim, ela observava as flores, borboletas e ouvia os pássaros. Não percebeu a aproximação do príncipe, que disse:

— Lindo jardim.

— Sim, os jardineiros cuidam tão bem deste lugar. — respondeu Rose.

Ele se sentou perto dela, e conversaram. Ele contou como era o reino dele e os lugares por onde havia viajado. A conversa foi proveitosa, mas tiveram que retornar à sala do trono.

Na hora do almoço, todos se sentaram à mesa e se alimentaram. Era um verdadeiro banquete para dar as boas-vindas ao rei Jorge e ao príncipe Henrique. Após a excelente refeição, todos foram para seus aposentos, mas Rose foi para a biblioteca ver alguns livros. Lá, ela encontrou o príncipe Henrique, que a olhou com um sorriso e disse:

— Princesa Rose, gosta de ler livros?

— Sim. — respondeu ela.

"Então, por qual outro motivo eu estaria aqui?", pensou Rose. Sentou-se ao lado dele, mas, ao virar a página, ele perguntou:

— Qual o seu livro favorito?

— Não é bem um livro, mas o diário de viagens do rei William, meu pai. — respondeu ela.

— Eu poderia dar uma olhada? — perguntou o príncipe.

— Claro. — respondeu Rose.

Ela se levantou, caminhou até o lugar onde estava o livro e o mostrou para ele. O príncipe ficou surpreso ao folhear o livro e comentou:

— É impressionante como ele descreve bem suas viagens.

— É verdade. — concordou Rose.

— Já viajou para um lugar incrível? — perguntou o príncipe.

— Não, apesar de ter vontade. — respondeu Rose. — Mas não tive oportunidade.

Rose sentiu uma sensação estranha, como se algo estivesse para acontecer, e percebeu que ele queria algo, mas não sabia o que era. Ele devolveu o livro, e Rose perguntou:

— E o seu livro favorito?

— São os que contam lendas. — respondeu o príncipe.

— Lendas? E quais seriam? — indagou Rose.

Ele começou a contar uma história sobre cavaleiros e dragões e mostrou a ela uma imagem em um livro. Então, ela perguntou:

— Mas existem mesmo?

— Sim, me disseram que quando você nasceu, deram uma comemoração em sua homenagem, mas ninguém percebeu que um dragão vinha para cá. Ele derrubou a torre Leste e a Oeste. — explicou o príncipe.

— Como assim? Por que não me contaram sobre isso antes? — questionou Rose.

— Deve haver uma razão. — respondeu ele.

Rose queria saber a razão de não terem lhe contado e também o motivo da visita do príncipe ao seu reino. No entanto, não teve coragem de perguntar naquele momento.

Mais tarde, ela perguntou ao seu pai:

— Pai, qual assunto vossa majestade, o rei Jorge, e sua alteza, o príncipe Henrique, têm a tratar conosco?

Seu pai suspirou e respondeu:

— Minha filha, nosso reino está passando por dificuldades, e precisamos do apoio de outros reinos.

— Então o senhor estabeleceu um contrato que possa beneficiar o nosso reino com o rei Jorge? — indagou Rose.

— O rei Jorge disse que nos apoiará nesse momento difícil, mas em troca, ele pediu que eu casasse você com o príncipe Henrique.

Desnorteada com o que acabara de ouvir, Rose sentiu-se como uma mercadoria de troca. Foi prometida em casamento sem seu consentimento. Então, ela falou:

— Me recuso a me casar. O senhor não tem o direito de fazer isso comigo.

Seu pai retrucou:

— Me ouça, Rose. Eu sou seu pai e rei de Erendor. Você, como princesa deste reino, deve aceitar este acordo e cumprir com o seu dever.

Rose levantou-se do sofá e saiu correndo da sala. Foi para o seu quarto, fechou a porta e jogou-se sobre a cama, chorando por horas. Até que ouviu um barulho muito alto de algo caindo. Levantou-se, abriu as portas e viu os guardas se movendo em direção ao barulho. Ficou apavorada e saiu à procura de seus pais. Encontrou sua mãe e seus irmãos indo para um lugar seguro. Tentou segui-los, mas uma parte da parede cedeu, impedindo-a de passar. Então, foi atrás de seu pai. Soldados com armaduras diferentes da guarda real de Erendor passaram por ela, mas não a atacaram. Quando chegou à sala do trono, viu seu pai, o príncipe Henrique e o rei Jorge lutando. Ambos estavam ocupados e não perceberam o ataque por trás. Rose ficou em pânico, sem saber o que fazer, pois não tinha experiência com espadas ou combate físico.

O dragão e a princesaOnde histórias criam vida. Descubra agora