Capítulo 08: Só um treinamento

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Após a batalha intensa, o castelo estava em um estado de agitação e alívio misturados. Rose, ainda absorvendo tudo o que havia acontecido, entrou novamente no castelo. Os corredores estavam repletos de guardas e servos, todos trabalhando para recolocar as coisas em ordem após a invasão.

Ao se aproximar da sala do trono, Rose percebeu que a atmosfera era diferente. O silêncio pairava, interrompido apenas pelo eco dos passos dos soldados e o som distante de alguém limpando destroços. Ao entrar na sala, deparou-se com seu pai, o rei, sentado no trono, cercado por alguns conselheiros e oficiais.

Seu pai ergueu o olhar ao vê-la entrar e, com um sorriso cansado, acenou para que se aproximasse. Rose caminhou até ele com uma mistura de emoções borbulhando dentro de si. Seus olhos se encontraram, e por um momento, tudo o que restava era o entendimento mútuo do que haviam passado.

— Filha — disse o rei, sua voz carregada de alívio e orgulho. — Você foi corajosa hoje. Salvou não apenas a mim, mas todo o reino.

Rose assentiu, sentindo um nó se formar em sua garganta. Ela havia feito o que era necessário, mas o peso da batalha ainda pesava sobre seus ombros.

— O que acontecerá agora, pai? — perguntou ela, buscando orientação em meio ao caos.

Seu pai respirou fundo, ponderando suas palavras antes de responder:

— Agora, nos recuperamos. Reconstruímos. E, acima de tudo, lembramo-nos da coragem e da força que demonstramos hoje. Você nos deu esperança, Rose. E por isso, sempre estarei grato.

Rose sorriu, sentindo um calor reconfortante se espalhar por seu peito. Apesar dos desafios que ainda estavam por vir, ela sabia que não estava sozinha. Com seu pai ao seu lado e um reino unido em sua determinação, havia esperança para o futuro.

Rose seguiu seu pai até uma sala e ele fechou a porta antes de começar a falar:

— Onde aprendeu a manejar a espada? — indagou ele.

— Em meu quarto. Via os guardas treinando com as espadas e os imitei — respondeu Rose.

O tom de voz do pai mudou de agradável para grave quando ele disse:

— Manejar uma espada não é para princesas.

Percebendo a seriedade do momento, Rose respondeu:

— Mas sinto que devo agradecer por ter me ajudado. Obrigado, meu pai.

O rei pareceu genuinamente grato e disse:

— De nada, minha filha.

Rose notou que ele estava sendo sincero e continuou:

— Espero que você não faça mais isso.

— Mas por quê? — questionou Rose.

— Já te falei, isso não é para princesas — explicou o pai.

Sabendo que não adiantaria discutir mais sobre o assunto, Rose concordou e discordou em algumas questões, encerrando a conversa.

Depois desse diálogo, Rose foi para a biblioteca, onde procurou livros sobre dragões e cavaleiros. Foi surpreendida pela presença do príncipe Henrique, que a fez deixar cair o livro que segurava.

— O que procura nestes livros? — perguntou ele, apanhando o livro do chão.

— Bom, procuro informações sobre dragões — respondeu Rose.

Henrique demonstrou interesse e disse que sabia um pouco sobre o assunto, oferecendo-se para responder suas perguntas. Rose aproveitou a oportunidade para esclarecer suas dúvidas, e a conversa foi agradável. Quando Rose estava prestes a sair, Henrique a chamou, e eles foram para o jardim.

— Foi muito corajosa ao defender o seu pai. Onde aprendeu a manejar uma espada? — indagou ele novamente.

— Aquilo, nada demais, aprendi vendo os guardas treinarem — respondeu Rose.

Henrique propôs um treinamento improvisado, utilizando galhos como espadas. Rose concordou e os dois se divertiram, rindo e correndo pelo jardim. No meio da brincadeira, Rose tropeçou e caiu, levando Henrique junto. Enquanto estavam caídos atrás de um arbusto, prestes a se beijarem, foram interrompidos pela voz de Cecília, que os chamou.

Separaram-se rapidamente, e Rose seguiu em direção à voz de Cecília, sentindo um alívio momentâneo quando se afastou de Henrique. Chegando até Cecília, esta lhe deu uma notícia que a agradou.

O dragão e a princesaOnde histórias criam vida. Descubra agora