No dia seguinte, pela manhã, Dragon e Rose voaram e encontraram o cavaleiro de dragão. Desceram até ele, Rose tomou cuidado. Vestindo uma roupa de homem e mantendo-se encapuzada, ela apontou sua flecha para ele, enquanto Dragon ficava de olho no dragão do outro cavaleiro.
Ele mexeu o pano que cobria seu rosto, revelando uma pequena parte, e acordou ao ser abordado:
— O que faz aqui? - questionou o cavaleiro.
— Nada de mais, só procuro por pessoas suspeitas com dragões - respondeu Rose, utilizando o nome Ivan como disfarce.
O cavaleiro riu, levantou-se e disse, segurando a flecha de Rose:
— Não há necessidade disso, Ivan.
Ele se afastou dela, e Dragon fez o mesmo em relação ao dragão do cavaleiro. O cavaleiro arrumou suas coisas e se apresentou:
— Meu nome é João - disse, sentando-se em seu dragão. — Vamos, companheiro.
Parecia que haviam se tornado amigos.
Dias se passaram e Rose conhecia melhor João. Continuou a vender os vasos como de costume, vivendo sua vida.
Mais tarde, ficou sabendo que o rei, seu pai, havia adoecido. Dragon sugeriu:
— Você devia voltar para o castelo e cuidar de seu pai.
— E se ele não estiver doente? - questionou Rose.
— Você não saberá se não for lá - respondeu Dragon. Sentindo-se culpada, Rose sabia que não poderia mais voltar a ver João e retornar para a caverna.
Dragon a levou até perto do castelo e desejou-lhe sorte:
— Boa sorte, Rose.
Despediu-se de Dragon e contornou o castelo, entrando pela entrada dos serviçais. Uma das mulheres a parou:
— Quem é você? - indagou.
— Eu... Sou nova aqui - respondeu Rose.
— Que seja, leve isso para o rei, mas tome cuidado, o rei está com a saúde frágil - instruiu a mulher.
Rose teria que levar uma bandeja para o rei, seu pai, mantendo sua capa. Diante do quarto do rei, os guardas permitiram sua entrada. O rei estava deitado, pálido. Rose se curvou e disse:
— Sua refeição, majestade.
— Estou sem vontade de comer - respondeu o rei.
— O senhor deveria comer, para ter forças - insistiu Rose.
— Quem é você para me dizer isso? - perguntou o rei.
Rose, ainda disfarçada, respondeu:
— Ninguém importante que passou anos dizendo sua opinião e ninguém as considerava, principalmente o seu pai.
O rei questionou sobre a fuga de sua filha:
— Porque ela não entendia o seu dever como princesa. Queria dar sua opinião que não servia para nada - explicou o rei.
Após essa conversa, Rose foi embora. Ao passar pelos guardas, entrou no quarto dos seus irmãos, onde estavam brincando.
— Quem é você? - perguntaram, surpresos ao vê-la.
— Falem baixo - sussurrou Rose.
Ela tirou a capa e revelou sua identidade:
— Rose!
— Meus lindos irmãos, como vão? - cumprimentou Rose, emocionada.
Eles responderam, preocupados com a saúde do pai e a tristeza da mãe. Ao ouvirem passos, Rose se preparou para sair:
— Onde está a mamãe? - perguntou.
— Na biblioteca - responderam.
Rose se despediu dos irmãos, pedindo-lhes para não contar que esteve ali. Deixou o quarto e encontrou sua mãe na biblioteca.
— Livro interessante - comentou Rose.
— Quem está aí? - perguntou a mãe, se levantando.
Rose se revelou e a mãe a abraçou:
— Rose!
— Minha mãe, que saudades - disse Rose.
— Volte para casa, minha filha.
— Sinto muito, minha mãe, mas eu não volto até o meu pai entender que ele precisa me escutar e respeitar as minhas decisões.
Elas conversaram brevemente, mas os guardas se aproximaram da porta da biblioteca. Rose se despediu rapidamente da mãe e saiu.
Fora do castelo, os guardas corriam à sua procura, mas Rose já estava longe.
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O dragão e a princesa
RomanceNum mundo medieval onde cavaleiros cavalgam dragões, a jovem princesa, filha de um rei, é protegida da dura realidade. Contudo, durante um ataque ao castelo, ela foge para a floresta e encontra um dragão, iniciando uma conexão inesperada. Juntos, el...