Capítulo 12: Carona na estrada

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Não sabia ao certo onde estava. Respirou fundo e tentou lembrar o que fazer. Seu pai já estivera perdido em uma floresta, como ela agora. Ele escrevera: "Perdido no meio da floresta, sem saber como voltar. Em silêncio, escuto um som familiar. Vou até de onde vem e vejo uma cachoeira. Atravesso suas águas e, do outro lado, vejo uma estrada". Por sorte, ela encontrou uma estrada e as risadas já estavam bem longe. Sua única opção era esperar por outra carroça. Sentou-se à beira da estrada, debaixo de uma árvore. Passaram-se minutos e horas, faminta e com sede, não aguentava mais. Foi quando finalmente uma carroça ia passar, e ela disse implorando:

— Por favor, deixem-me ir com vocês. Acabei me perdendo na floresta e não sei como voltar de onde vim.

Vendo-a naquela situação, uma mulher se compadeceu e ofereceu ajuda. Já na estrada com ela e mais duas crianças, seus filhos, a mulher ofereceu um pedaço de pão e um pouco de água. Ela perguntou:

— De onde você é?

— De um reino distante. Estou neste reino como convidada do rei Jorge.

— Então a senhorita é da realeza?

— Sim. Sou a Princesa Rose, filha do Rei William de Erendor.

Ela ficou surpresa, e sua filha aproximou-se e disse:

— É verdade?

— Sim.

Os olhos castanhos da criança brilharam de emoção, e ela disse sorrindo:

— Eu sempre quis ser uma princesa, ter um castelo, várias roupas e uma mesa farta.

A mãe a repreendeu, e Rose tentou animá-la:

— Não é muito importante ter um castelo, várias roupas e uma mesa farta. É importante para uma princesa ser humilde, atenciosa e cuidar do seu povo e familiares.

Um sorriso surgiu no rosto da criança, e sua mãe ficou feliz. Pouco tempo depois, estavam na aldeia, e elas se despediram. Rose disse:

— Se precisarem de algo, por favor, não hesitem em procurar-me.

— Não será necessário.

— É apenas uma forma de agradecer pela sua ajuda.

Elas se despediram, e Rose seguiu rumo ao castelo. Após passar por becos estreitos, ela se deparou com bêbados discutindo do lado de fora de uma taberna. Finalmente chegou à frente do castelo, mas os guardas relutaram em deixá-la entrar. Um homem alto, também guarda, interveio e pediu desculpas pela atitude dos colegas. Rose foi conduzida para dentro do castelo, onde serviçais a olhavam com estranheza. Finalmente em seu quarto, ela tomou um banho e penteei os cabelos.

Depois, foi até a cozinha, onde as cozinheiras pararam seus afazeres ao vê-la e a reverenciaram. Rose pediu algumas frutas e pão, e uma das cozinheiras preparou uma bandeja. Agradecendo, ela pegou a bandeja e se retirou. Enquanto caminhava pelos corredores, encontrou o Rei Jorge, que lhe desejou boa tarde. Ofereceu-lhe uma pera e depois seguiu seu caminho. Minutos depois, ainda pelos corredores, ouviu uma voz chamando seu nome.

O dragão e a princesaOnde histórias criam vida. Descubra agora