Capítulo 14: Tentativa

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Cecilia abriu a porta e viu quem era, ela disse, virando-se para Rose:

— Princesa Rose, o príncipe Erique quer falar com a senhorita.

Rose levantou-se da cama e andou em direção à porta. Cecilia os deixou a sós. Erique disse:

— Te peço que me acompanhe até o jardim.

Ela saiu de sua frente e andou rumo ao jardim, ele ligeiramente a acompanhou. Quando entrou no jardim, ele pediu que se sentasse e o escutasse. Ele disse então:

— Me arrependo de todo o coração por ter te magoado. Eu peço que me perdoe. Posso fazer qualquer coisa para você me perdoar.

Ela pensou e não seria má ideia pedir um favor em troca. Então disse:

— Talvez, no entanto, quero que me ensine a usar uma espada.

Ele pareceu pensar e disse:

— Não seria certo, mas se for para ter seu perdão, que seja isso então.

Dali para frente, Rose teria que tomar cuidado com ele, pois não deveria cair em mais uma mentira. Ele se retirou, e ela ficou ali do lado de fora a olhar o céu, que estava quase branco de tantas estrelas junto com a bela lua que parecia sorrir. Em meio à tão bela noite, uma voz disse:

— Pensei que estivesse chorando.

— Não deverias sequer falar comigo, já que colocaste um punhal em meu pescoço.

Disse ela para aquela voz que já não lhe era estranha. Imóvel, escutou seu passo vindo em sua direção, e ele disse:

— Deverias me pedir desculpas.

Rose ficou indignada, pois ele que deveria pedir desculpas. Então ela falou:

— Por qual motivo eu pediria desculpas, sendo que deveria ser o contrário?

— Você interrompeu meu treinamento.

— Eu nem sequer fiz algo que atrapalhasse seus afazeres.

Ficaram ali a discutir por um certo momento. Em seu quarto, Rose ficou revoltada com tamanha ignorância, mas jurou que ele iria se arrepender por não ter pedido desculpas.

Na manhã seguinte, o príncipe Erique levou Rose para uma área distante do castelo. Ele lhe deu uma espada e disse:

— Está pronta?

— Com certeza.

Ele ensinou o básico. Nos dias seguintes, ele foi aumentando os níveis de dificuldade, e ela sempre se saía bem.

Após o desjejum, Rose deitou-se embaixo de uma árvore e ficou a ouvir os pássaros cantando. Um perfume de rosas se espalhou pelo lugar, e por fim adormeceu naquele lugar tão agradável.

Quando acordou, foi surpreendida pelo príncipe Diego, que dormia ao seu lado. Queria sair dali, mas seu corpo não obedecia. Então lembrou do que ele lhe dissera, levantou-se sem questionar. Se tivesse uma vasilha de água, ia jogar nele, mas infelizmente não tinha nenhuma.

Antes que pudesse se afastar, ele acordou e disse:

— Me desculpa.

Parou de andar e ficou perplexa com o que ouviu. Aquilo era verdade ou uma ilusão? Então disse:

— Por que eu deveria acreditar no que você diz?

— Porque um cavaleiro deve tratar bem uma dama.

— Não preciso disso.

Sem olhar para trás, começou a andar. No seu quarto, sua mãe disse:

— Rose, arrume suas coisas que iremos partir amanhã cedo.

Sem questionar, fez o que ela disse. Pela tarde, terminou de arrumar suas coisas junto com Cecilia. Foi ao jardim, sentou-se e pensou sobre o que tinha acontecido mais cedo. "Acho que Diego tentou se redimir. Talvez ele percebeu seu erro e quis pedir desculpas", pensou ela, sentada ali no meio do jardim a refletir. Quando Erique a chamou, ela respondeu:

— Sim.

— Você vai amanhã, certo?

— Sim, retornarei à minha vida comum, e ao reino de Erendor.

— Então mandarei cartas para você.

— Como quiser.

Um vento passou por eles, sacudiu seus cabelos, e ela percebeu que ele a olhava de um jeito diferente. Quando olhou para ele, o viu de uma forma diferente que a encantou.

O dragão e a princesaOnde histórias criam vida. Descubra agora