Capítulo 18

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Os ventos açoitavam a embarcação. As velas foram recolhidas. Suportavam apenas o mar. 0s gatos se amarravam quanto como podiam. Alguns caíram no oceano. Thu prendeu-se a Alfa. A seu ver, era o lugar mais seguro. Krisha permaneceu perto de Cás.

O barco se elevava nas ondas, e logo em seguida, mergulhava. Mergulhava no mar, e emergia mais adiante. O golpe das ondas era como ser esmurrado no rosto. Alguns caíam inconscientes. se acordassem no mar estavam perdidos.

— O que podemos fazer, Avras? — Cás gritava para que sua voz suplantasse o vento e o barulho das ondas.

— Rezar.

— Os homens não possuem deuses.

— Então vocês estão ferrados. Eu vou rezar para o deus gato. Vocês deveriam pular no mar. Vocês tem o pé frio.

— Não nos culpe, capitão. A embarcação está mal munida de liderança.

— Nunca enfrentei uma tempestade dessas.

— Isso prova como você está despreparado.

Krisha segura ao príncipe, buscou uma corda para se amarrar. Enquanto tateava escorregou, num momento que o barco inclinou e perdeu o equilíbrio.

— Vou cair.

— Krisha.

Cair no mar gelado era mortal. Não podiam se aproximar muito, porque podiam ser jogados contra as rochas ou o gelo. Ainda assim, Cás se adiantou para pular atrás da feiticeira. Uma mão o reteve. Era Thu.

— Mestre, prenda esta conta a nós. Se precisar, mestre Alfa vai puxá-lo.

O lobo estava logo adiante dele. Era se dúvida a pessoa mais sólida na embarcação. Nenhuma onda podia arrancá-lo. E todos os tripulantes o evitavam. Já sabiam que caso tocassem nele, a energia maligna os paralisaria, e estariam perdidos. Cairiam no mar e se afogariam.

Cás se amarrou e saltou.

— Príncipe louco. A temperatura da água vai matá-lo.

— Se eu morrer, leve meu pai ao Reino, como prometemos. Mas torça para eu viver, porque duvido que o meu pai o poupe por isso.

— Almofadinha desgraçado. Não morra então. E traga minha gata de volta.

— vai sonhando, covarde.

Cás saltou na água. O primeiro impacto quase lhe tomou a consciência. Depois que voltou a si, sentiu todo o peso do arrependimento. O mar era realmente gelado. Se não fosse rápido, morreria.

— Krisha! Krisha!

Ela emergia mais adiante.

— Aqui!

Cás deu fortes braçadas. O calor do esforço não era suficiente para aquecê-lo. Assim que agarrou a feiticeira, pegou a própria corda, e deu algumas voltas em torno dela.

— Consegue usar a sua magia de levitação?

— Está muito frio. Não consigo me concentrar. E não vou conseguir carregar os dois.

— Vou te soltar. E você tenta sair sozinha.

— Não, seu besta. Não vou deixar o meu rei. Eu prometi.

— Se sou seu rei, me obedeça.

— Eu sou feiticeira e ladra. Eu não obedeço ninguém.

Foi então que sentiram que eram puxados. As ondas ainda os aceitavam. Eles afundavam abraçados. Depois lutavam para emergir novamente. Estavam ficando sem forças. Perderam-na por completo quando sentiram que foram agarrados. A energia maligna os paralisou. Era Alfa quem os içava da água.

O REINO DOS CHACAISOnde histórias criam vida. Descubra agora