Marcella
Liguei para o hospital mais cedo e perguntei se Charles já tinha descido para o quarto e eles me informaram que não. Aproveitei essa deixa para comer, tomar um banho e cochilar um pouco, pois estou à beira de um colapso de exaustão.
Tá, não é para tanto, mas eu estou cansada. Preciso me recuperar para conseguir ficar no hospital com Charles.
Quando acordo do cochilo minha mãe me informa que Eleonor ligou e disse que o filho já estava no quarto e já tinha acordado.
Meu coração quase sai do peito de tanta felicidade.
Me visto o mais depressa possível e digo para os meus pais que iria pro hospital, e minha mãe fala que mais tarde passa lá para visitar Charles, antes do período de visitas acabar.
Antes de ir para o hospital eu paro em uma lojinha de presentes para tentar achar algo legal para Charles. Quero que ele se sinta muito amado por todos nós. Li em um artigo que a rede de apoio pode ser muito importante para a recuperação de um paciente.
Quando éramos mais jovens, eu, Charles, Julien e Arthur costumávamos ir para a fazenda dos avós de Charles. Tinha muitos animais, e sempre brincávamos com uma cabrinha que tinha lá. Porém, um dia a mãe da cabrinha resolveu que não queria mais que ficássemos perto de seu filhote e deu uma cabeçada com tudo em Charles. Ele ficou uma semana mancando por causa disso, e ele dizia que estava com dor só para ficarmos adulando-o e trazendo tudo que ele queria na cama.
No momento que entrei na loja, eu vi uma parte só de ursos de pelúcia e achei no meio de vários ursos uma cabrinha com carinha de zangada. Na mesma hora eu sabia que aquilo lembraria a Charles das nossas velhas aventuras, então resolvi comprá-la.
Melhor presente, impossível.
Charles vai amar.
Charles
"Oi? Com licença", diz Charlotte entrando no meu quarto de hospital.
Meus pais e Arthur trocam abraços calorosos com Charlotte como se não a visse a muito tempo. O que acho estranho, já que, segundo a enfermeira, Charlotte estava o tempo todo cuidando de mim.
Talvez seja emoção por eu ter acordado e eu estou imaginando coisas.
Meus pais e Arthur dizem que vão dar uma volta enquanto eu e a Charlotte colocamos o papo em dia.
"Como você está se sentindo?", me pergunta Charlotte.
"Bem, na medida do possível. Pelo menos o doutor disse que vou poder voltar a correr, o que é ótimo. Fiz uns exames hoje e parece que estou me recuperando bem", digo.
"Charlotte?"
"Charles?"
"Obrigado por ter ficado aqui o tempo todo comigo. Me contaram que você foi irredutível e cuidou de mim como um anjo", digo envergonhado, pois apesar de eu ter sido um idiota com Charlotte ela ficou do meu lado esse tempo todo.
"Eu? Mas Charles, essa é a primeira vez que venho te visitar..."
"Não, a enfermeira disse que minha namorada ficou o tempo todo comigo. Presumi que fosse você de quem ela estava falando, mesmo não estando mais juntos. Pensei que você não teve tempo de explicar que éramos só amigos"
"Charles, eu não faço ideia de quem a enfermeira está falando, mas com certeza não é de mim"
Se não foi Charlotte, quem poderia ter sido?
Vasculho mina cabeça atrás de alguém possível. Só uma pessoa me vem em mente, mas isso seria impossível, pois a pessoa em questão me odeia por partir seu coação, e ela está no Brasil.
Marcella não voltou só por minha causa, ou voltou?
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O meu melhor amigo
ФанфикMarcella Senna da Silva Pellegrini, Jules Bianchi e Charles Leclerc são melhores amigos desde sempre. Jules é um piloto ambicioso, dedicado, leal e vem de uma família influente de Nice, França. Charles Leclerc, assim como Jules, é um piloto dedicado...