Capítulo 31

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Charles

Até agora não acredito que me declarei para a Marcella. Mas eu não menti em nada do que eu disse, e nem me arrependo de ter falado o que eu sentia. O difícil está sendo ver Marcella todos os dias e não poder toca-lá . Hoje ela estava com um vestido lindo, eu só quis jogá-la na cama e comê-la até cansar. Mas óbvio que ela vetou minhas investidas.

Ela está certa, eu tenho que me resolver com Charlotte. Eu terminei da pior forma possível, e confesso que gostava dela quando coloquei um fim em tudo. Realmente, Marcella tem razão. Eu preciso saber o que acontece entre a gente, só assim vou ser livre para ficar com a Marcella. Ela merece alguém que se entregue por inteiro a ela.



Marcella

Toda a população feminina da editora ficou apaixonada pelo Luke. Suspeito que até os homens se apaixonaram. Ele não é só lindo de morrer, Luke é gente fina e encantou a todos no momento que passou por aquela porta.

René não ficou imune ao charme do garoto. Ele escreve muito bem também. Sério, ele tem tudo para ser o próximo Nicholas Sparks. Não, não vou compará-lo com o Nicholas Sparks porque Luke é muito melhor do que isso. E a aparência dele também vai fazer com que todas as mulheres do planeta comprem o seu livro. Jogo baixo, mas é isso aí.

"Então Luke, você vai ficar quantos dias por aqui?", pergunta René.

"Acho que uns três dias. Tenho que voltar para Frankfurt e para a minha universidade. Eu só vim porque eu realmente tenho interesse em fechar essa publicação com vocês." Luke olha para mim e dá uma piscadela.

"Que pena. Mas essa semana farei reunião com o restante da diretoria e te dou uma resposta em breve. Estamos entusiasmados com o seu tipo de escrita. Você não concorda Marcella?"

"Claro. Temos muito leitores que gostam do seu estilo de escrita. Acredito que você possa ser um escritor premiado em um futuro."

"Obrigado. Fico feliz em ouvir isso." Não, nós que estamos feliz com a sua presença.

Eu tenho que parar de olhar para Luke como se ele fosse um pedaço de carne, estou começando a passar vergonha.

Assim que René termina a nossa reunião com Luke, ele me pergunta o que tem para fazer na cidade. Foi aí que eu perguntei se ele não queria almoçar comigo, pois eu poderia lhe mostrar um bistrô café que eu amo. Ele concordou e combinamos de nos encontrar 13:00.

Acho que todas as pessoas da editora ficaram com inveja, pois assim que ele foi embora Agnes e todas as outras garotas vieram falar comigo, perguntando sobre ele e o que estávamos falando.

Não posso julga-las.



Marcella

Trouxe Luke ao meu bistrô favorito! Ele tem um ar romântico que me lembra muito Paris, além de uma comida maravilhosa. O melhor de tudo é que ele tem uma livraria nos fundos, então eu me sinto em casa aqui.

Sempre estou neste lugar, principalmente quando estou triste. Um café, um livro e uma conversa com os baristas sempre me anima. Juan, um dos baristas que eu fiz amizade, é Francês que nem eu, mas seus pais são espanhóis. Já até saímos juntos, eu, Juan e seu namorado. Amo esses dois.

Juan vem correndo me dar um abraço quando eu chego com Luke. Óbvio que ele pergunta quem é o Deus grego. Ele papeia um pouco conosco, pega nossos pedidos e diz que em alguns minutos ele traz as nossas bebidas.

Conversa vai, conversa vem, Luke decide que já que vamos trabalhar juntos ele quer saber mais a meu respeito. Então eu faço uma pergunta sobre ele, ele responde e logo em seguida é a vez dele de me perguntar e eu responder.

"Comida favorita?", eu pergunto para ele.

"Pizza, sem dúvidas. Quando eu fui aos Estados Unidos engordei 10kg de tanto que eu comia pizza"

"Qual a sua comida favorita?", ele me pergunta.

"Bobó de camarão da minha avó. É uma comida brasileira de origem africana."

"Pera, você é brasileira?", ele me pergunta. Mas digo que é a minha vez de perguntar. "Tá, então essa será minha próxima pergunta", diz Luke.

"Signo?"

"Não acredito nessas coisas, mas eu sou canceriano"

"Olha, combinamos! Segundo o horóscopo somos quase almas gêmeas. Um casal perfeito". Cala a boca Marcella. Só sabe passar vergonha.

Ele ri e diz que pela primeira vez acredita em horóscopos. Claro que eu fiquei morrendo de vergonha. Acho que ele percebeu e tenta mudar de assunto rápido.

"Agora me conte sobre suas origens"

"Eu sou francesa, mas minha mãe é italiana e meu pai é brasileiro. Sempre que posso vou visitar minha família no Brasil, foi lá que a vovó me apresentou ao bobó de camarão"

"Banda favorita?", eu pergunto.

"Hmm, acho que Green Day. Eu adoro o som dos caras". Balanço a cabeça em concordância.

"Por qual motivo você ainda não tentou entrar para a Universidade de Frankfurt?", Luke me pergunta.

"É meio complicado de explicar. Acho que porque eu gosto de trabalhar na editora e também por causa do Charles. E não, ele não é meu namorado. Só para o caso de você me perguntar. Já estou te poupando uma pergunta", digo meio sem graça e ele me agradece por poupar sua pergunta.

Continuamos a conversar até Juan chegar com a nossa comida. Fico sabendo que ele não é muito fã de esportes, ele sempre preferiu a música. O garoto é uma caixinha de surpresas. Digo que quero ouvi-lo cantar e que vou levá-lo para o meu karaokê predileto hoje de noite, se ele topar. Ele vai embora na quarta, e como hoje eu, Callum e os meninos vamos nos encontrar lá, chamei Luke para ir. Ele amou a ideia, mas disse que é um pouco tímido para cantar.

Se eu estivesse no meu plano solteira pegadora, com toda a certeza chamaria Luke para sair. Mas eu prometi a Charles que ficaria na minha.

Jesus, você tá vendo isso daí? Pois então adianta pro meu lado. Charles tem que descobrir logo o que sente por Charlotte. Ela é uma garota incrível, e sempre foi gentil comigo. Nunca julgou minha amizade com Charles, nem ficava de ciúmes.

Acho que vai dar tudo certo. Tem que dar, ou é o meu coração que vai ser partido. De novo. Eu não quero que Charles seja mais um Stefano na minha vida, que termina comigo por estar apaixonado por outra.

Eu mereço o melhor, e Charles sabe disso.

O meu melhor amigoOnde histórias criam vida. Descubra agora