O meu melhor amigo

Capítulo 11

Charles

Assim que desço da Ferrari, depois de mais um dia de treino, seu Ricardo, pai de Marcella, vem falar comigo. "Filho, acho que estamos fazendo grandes avanços aqui. A Ferrari tem desenvolvido melhor e a sua pilotagem tem melhorado naquelas curvas em que faziam você perder posição. Parabéns"

"Obrigado, seu Ricardo. To tentando mudar a minha estratégia nesse tipo de pista", digo orgulhoso pelo meu bom desempenho.

"Aprovo essa nova estratégia! Mas me diz, como está minha filha? Ela nos contou sobre Stefano, e ela pareceu bem triste. Eu perguntaria a ela, mas, sabe como é, ela tenta esconder de nós certos sentimentos com medo de que fiquemos preocupados". No momento que seu Ricardo me pergunta de sua filha, Arthur aparece.

"E aí, seu babaca, vamos almoçar?", solto um suspiro de alívio, pois falar de Marcella faz com que os acontecimentos de ontem martelem em minha cabeça.

"Ah, oi seu Ricardo", diz Arthur para o nosso velho conhecido. Ricardo é quase um pai para nós, ele nos viu crescer.

"E aí, meu garoto! Bem, Charles, depois voltamos no que estávamos conversando. Te ligou depois", diz seu Ricardo indo embora para ir conversar com os outros membros da equipe.

"Que assunto é esse?", me pergunta Arthur.

"Marcella terminou com o Stefano", digo.

"Que merda! Como ela tá?", não querendo ter essa conversa com Arthur no meio da garagem da minha Scuderia, digo, "podemos falar disso enquanto almoçamos? Vou me trocar e daqui uns 20 minutos te encontro no restaurante de sempre"

Charles

Chego ao restaurante que sempre almoço com o meu irmão, sentamos, fazemos os pedidos e enquanto esperamos começo a contar o que aconteceu entre Stefano e Marcella. Conto tudo que ela me disse, desde o dia do coquetel e a fala da chefe, até o afogamento e como nós dois acabamos nos atracando na sala. Arthur é o meu melhor amigo, ele sempre me aconselha nos piores momentos, assim como eu faço o mesmo por ele. Não tem motivo para esconder nada dele, principalmente porque eu não sei o que é isso que eu estou sentindo por Marcella.

"Tá, pera aí, vocês se pegaram, mas não transaram, pois você ficou com medo dela achar que estava se aproveitando da tristeza pelo fim do namoro com o Stefano?"

"É...", digo, passando a mão no cabelo. É constrangedor falar sobre isso.

"Sendo bem sincero, não me assusta vocês terem se pegado. Acho que isso já era pra ter acontecido tem um tempo". Como assim? As vezes não entendo os pensamentos de Arthur.

"Como assim?", digo.

"Olha, C, não me leve a mal, mas eu sempre me perguntei quando vocês dois iriam cair na real. Você tinha uma paixonite por ela quando éramos pequenos, mas depois disse para mim e para Jules que tinha passado, que ela é sua melhor amiga e nada mais. Não acho que tenha passado..."

"Você tá falando merda, eu e ela não nos vemos assim, romanticamente"

"Talvez um dia você perceba o que eu vejo, não sou eu quem vai te falar nada. Até porque se eu falar, você vai teimar. Tu diz que a Marcella é teimosa, mas você também é um baita cabeça dura", e ele continua a me bombardear com as verdades que ele jura que tem, "e já que ela mesmo sugeriu de vocês se pegarem sem compromisso, aproveita!"

"Não é uma boa ideia, e ela nem se lembra do que fez comigo ontem", digo rebatendo as teorias de Arthur.

"Então dá essa ideia para ela e diz que você que inventou. Pensa só, você mesmo disse que vocês dois tiveram uma química e tanto, explorem isso. E como vocês insistem tanto que não vão sentir nada um pelo outro, será sem compromisso e talz, pode ser divertido". Tuché! Arthur acertou em cheio no seu contra-argumento, pois eu não tenho palavras para revidar. Mas mais do que querer revidar seus argumentos, ele me fez pensar que talvez tenha razão. Não tem como dar errado entre eu e ela, e os dois podem continuar se divertindo com outras pessoas. É, não tem como dar errado! Eu acho...