Confesso que se o Yeosang não tivesse me avisado que o Hong estava junto ao Mingi no carro, eu nem teria percebido. “Mas por que eles estão juntos?” “Pelo que eu saiba, eles nem haviam se conhecido.” “A quanto tempo se conhecem?” “E porque nunca me falaram sobre?”. Meus pensamentos se tornam bombas prontas para explodir a qualquer instante. Yeosang me puxa pra baixo, fazendo com que fiquemos de joelhos atrás do carro. Só então me toquei que Hongjoong havia virado o rosto para a nossa direção:
- S/N preste atenção por favor! Quase fomos pegos e eu sei que não quer isso. – eu não quero? E por que não iria querer? Ele é o meu namorado, não tenho nada a esconder. Mas aquela sensação estranha ainda está me deixando nos nervos. Por fim eu apenas faço que “sim” com a cabeça como resposta para o Sang.
Depois de um tempo, ouço a porta do bar bater com força. Yeosang se levanta e eu faço o mesmo rapidamente:
- Eles entraram! Você quer ir investigar ou voltar pra casa?
- Minha casa não! – respondo rápido demais – Eu definitivamente não quero voltar pra casa. Iria interrogá-lo sem hesitar... – digo olhando para o chão, nervosa com toda a situação – É um...mal de policial... Eu acho!
Não foi preciso muito para o Sang entender o que eu queria dizer e isso é perfeito, pois eu odiaria ter que explicar. Nos entreolhamos e entramos no carro novamente. Só que desta vez era o Yeosang quem estava no volante. Ele sabe, melhor do que ninguém, que eu não conseguiria dirigir bem enquanto estou abalada com algo. Sang é um bom amigo. É daqueles que prefere escutar ao invés de ficar questionando. Sempre gostei disso nele, e acho que é exatamente por isso que nos damos tão bem. Ele gira as chaves e dirige em direção a sua casa. Não é como se eu nunca tivesse passado alguma noite fora enquanto o meu namorado ficava em casa.
Teve uma vez que estava chovendo muito, e eu tive que ficar na casa do Sang por uma noite inteira. Sem contar as noites em que abusamos da bebida após um caso bem sucedido. Hong me falava que sabia que eu estava segura com o Yeosang. Dizia que confiava na nossa amizade. E ele está certo. Yeosang é um cara bem bonito, mas não tem com o que se preocupar. Passado alguns longos minutos nós chegamos a frente da casa do Sang. É uma casa enorme. Quase uma mansão. Yeosang tinha sorte, pois herdara tudo isso de sua família há muito tempo. Mas ao mesmo tempo a sua sorte fora passageira. Sang mora sozinho. Seus pais foram mortos em um assalto ao banco quando ele tinha apenas 11 anos. Creio que seja por isso que ele entrou para o departamento. Faria total sentido.
Eu pego a minha bolsa e desço do carro. Yeosang dá a volta e me oferece o braço. Um cavalheiro. Sempre foi assim. Eu aceito e nós seguimos para dentro de sua casa:
- Esta noite está muito fria. Vou me certificar de que o quarto de hóspedes seja quente o suficiente pra você. – diz ele me guiando escadas a cima.
- Muito obrigada Sang.... (Atchim)!
- Ah pronto... Está ficando doente. É melhor ir para o meu quarto. – Sang dá meia volta no corredor até chegarmos em seu quarto. Ele me faz sentar em sua cama e vai para uma imensa gaveta de um dos seus armários ao lado. Provavelmente pegando algum comprimido para resfriado.
Enquanto isso eu observo o seu quarto e percebo que nada mudou. Nunca muda. Yeosang é um homem com hábitos e costumes bem rotineiros. Gosto muito disso. Trás uma sensação de paz e tranquilidade assim que adentramos. Bem..., Pelo menos pra mim sim!
- Sang, muito obrigada por deixar eu passar a noite aqui. Não consigo relaxar.
- Mas com isso você vai! – responde Sang com dois comprimidos e uma bandeja com um copo d’água. Ele me entrega o copo e em seguida os remédios. Eu os coloco na boca e engulo com a ajuda da água bem depressa. – Boa menina!
Yeosang levou o copo e a bandeja para enfim se sentar ao meu lado. Nós ficamos em silêncio por um tempo, sem saber o que falar. Mas eu não consigo ficar quieta por muito tempo. Isso tudo está me corroendo por dentro:
- O que eles estavam fazendo lá? Não seria nada demais não é? Nós deveríamos ter ficado e... – Yeosang me cala colocando seu braço em volta do meu ombro para me reconfortar e por incrível que pareça, acaba funcionando muito bem. – Eu não sei no que pensar Sang. Por que ele estaria naquele lugar com o Mingi a esta hora da noite?
- Eu também não sei S/N, mas eu tive uma ideia! – Yeosang pega o seu celular no bolso de sua calça e digita o número do Hongjoong.
- O que você pensa que está... – Ele me cala com um gesto quando o Hong atende a sua ligação. Yeosang põe no viva voz e pede para eu ficar em silêncio. Assim o faço:
- Yeosang a quanto tempo! A S/N ainda não chegou em casa, suponho que ela esteja com você!
“ Sim ela está, mas não se preocupe ela está bem. Só estava cansada demais.
- Entendi... – uma pausa brusca, seguida de uma respiração forte é dada pelo Hong do outro lado da linha – Cuide bem dela por favor. Ela é tudo que eu tenho!
- Pode deixar! – Hongjoong desliga.
- Não creio que ele já esteja em casa. Seja lá o que ele foi fazer, foi bem rápido não acha? – digo me levantando da cama.
- Sim, também acho. Bem... podemos ir investigar amanhã se você quiser.
- Faria isso por mim Sang? Porque é realmente o que eu mais quero no momento. Descobrir o que o Hong esconde de mim. – Yeosang pega a minha mão e me olha profundamente.
- Eu faria qualquer coisa por você Pipoca! – acabo rindo do seu comentário. Pipoca é o apelido que ele me deu assim que entrou no departamento. Disse que eu era uma pessoa estourada demais. Já faz cinco anos, e nada mudou entre nós.
Um tempo depois, Yeosang e eu estávamos nos nossos respectivos quartos para obtermos uma boa noite de sono, mas infelizmente a minha mente demorou a parar de trabalhar de vez. Não conseguia parar de pensar no Hongjoong....e no Mingi. “No que vocês estão se metendo?”. Aquela sensação estranha só aumentava. Peguei no sono, mas nenhum sonho veio. Apenas uma escuridão que parecia me engolir por completo. Senti a minha alma esquecida, esvaecida...
Acordei mais cedo do que o habitual. Ainda era muito cedo. O Sol não tinha dado as caras. "Yeosang provavelmente ainda está dormindo." Sem ter muito o que fazer eu pego o meu celular e vou me informar vendo as notícias da manhã. Elas nunca mudam. São sempre as mesmas coisas. Desaparecidos, furto, roubo, apreensão, política, famosos, clima e entre outros. Vou passando por várias notícias nada interessantes, até chegar em uma que tem a maior repercussão do dia:
“BAR ABANDONADO PEGA FOGO E DONO MORRE NA HORA!”
- Esse bar... – digo pra mim mesma tendo dificuldades para respirar – É onde Mingi e Hong estavam noite passada! – levo a minha mão até a boca incrédula perante o que havia acabado de ler. – YEOSANG! – grito correndo pelos corredores, indo até o seu quarto.
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Uma bela mentira - ATEEZ (VOL.1)
FanfictionEsta é uma bela mentira. A minha última mentira. Mesmo que doa à morte, eu estou me escondendo sob uma máscara para você ... Está tudo bem se você me deixar, eu só quero que você seja feliz ... Eu não passo de um belo mentiroso