Enfim, pistas!

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Ao entrarmos, eu me deparo com rostos que eu não via a muito tempo. Lisa foi a primeira que reconheci. Chefe do departamento leste. Cabelos castanhos, alta, magra e muito bonita. Diferente do Sr. Jeong Yunho, Lisa era mais simpática com todos, mas isso não significava que ela era fraca. Sabia impor ordens como ninguém e todos a respeitavam por isso. A segunda pessoa era o Minhyuk da área de pesquisa e tecnologia. Acho que não fomos as únicas a pensar em pedir a sua ajuda. Ele era uma pessoa bem calma e divertida, mas na situação em que nos encontrávamos ele parecia tenso e nervoso. A outra pessoa era Jooheon. Chefe do departamento da zona norte. Não entendia o porquê dele estar tão longe da sua base. Por último estava Choi San e Wonho. Já tinha mencionado eles antes. Eram os responsáveis pelas autópsias dos corpos encontrados. Todos nos sentamos em um silêncio mais que perturbador. Sr. Jeong Yunho foi o primeiro a se pronunciar:

- Agora que estamos todos aqui podemos começar mais uma reunião. – disse Sr. Jeong mais tenso que o habitual.

- Sobre o que exatamente esta se trata senhor? – pergunta Wheein impaciente.

- Finalmente temos pistas! – disse Wooyoung por fim.

- E pelo visto elas envolvem todo o estado, uma vez que os chefes dos departamentos da zona leste e norte estão conosco. – solto ansiosa pelas novas descobertas.

- Exatamente! – diz Lisa com uma voz forte e impactante. - Permita-me explicar pra vocês. – ela se levanta antes de prosseguir. Obviamente para dar ênfase ao ar de superioridade que ela carrega. – Esses assassinatos se iniciaram aqui na zona sul e só por isso estamos todos aqui. Após um tempo, começaram a surgir casos parecidos por todo o estado. Causando um total de dezesseis mortes.

- Dezesseis? Mas o nosso departamento registrou quinze. – diz Wheein.

- Um acaba de acontecer na zona leste! – diz o Sr. Jooheon, chefe do departamento da zona norte. – Aquele incêndio no bar... É obra do mesmo assassino. Vocês irão entender o porque daqui a pouco.

- Como eu ia dizendo... – diz Lisa de súbito – O departamento de pesquisa e tecnologia junto com Wooyoung, o responsável pelas análises deste departamento, conseguiram achar uma possível pista sobre o responsável por estes assassinatos.

- Qual? – pergunto impaciente.

- Prestem atenção! – Yeosang se permite continuar indo até o data-show. Ele encaixa um pendrive no aparelho e nos mostra um mapa de todo o estado projetado na parede. – Se marcarmos de ponto vermelho todas as áreas dos assassinatos pelo estado... – dezesseis pontos vermelhos começam a surgir no mapa – E traçarmos uma reta entre os pontos por ordem de assassinatos... – depois uma linha azul vai se arrastando de ponto em ponto até o último local – Podemos ver que cada área tem exatamente 20 quilômetros de distância.

- Por ordem dos assassinatos todas tem 20 quilômetros de distância? – pergunta Wheein.

- Sim, e não é só isso! – prossegue Yeosang – Choi San e Wonho acharam algo relativamente estranho em todos os corpos. – a voz é passada para Wonho. Ele se levanta e San faz o mesmo, enquanto Yeosang retorna ao seu assento.

- Choi San e eu verificamos todos os corpos e encontramos algo incomum em seus intestinos. – ele retira de seu bolso um saco plástico com nano rastreadores – Estes são nano rastreadores. Foram depositados nas comidas das pessoas antes de serem mortas. O último foi encontrado no corpo do dono do bar incendiado na zona leste - Ele coloca uma luva em mãos e pega um dos nano rastreadores do saco plástico com uma pinça mostrando para todos nós – E por mera coincidência, em todos esses nano rastreadores há gravado a frase “Propriedade da área 20”.

- Novamente o número 20. – diz Wooyoung.

- Tendo em vista todas essas informações, podemos concluir que o assassino é portador de alguma perturbação mental. – Diz o Sr. Jooheon - Lisa e eu somos especialistas em criminosos com problemas psicológicos e este tem algum trauma ou alguma relação muito forte ao número 20.

- Como o quê por exemplo? – Sr. Jeong Yunho se pronuncia enfim.

- Há inúmeras possibilidades. – responde Lisa – Idade, número de alguma casa, data, vezes em que algo lhe ocorreu, número de telefone... – Lisa continuava dando a lista mais eu não conseguia focar no que falava. Algo naquele mapa projetado na parede acabou chamando a minha atenção.

“Vinte quilômetros...Vinte facadas... Área vinte...” Minha mente havia começado a trabalhar. Analisava o mapa de forma rápida. Eu não conseguia parar. Olhava para todos os locais marcados por pontos vermelhos, a linha azul que os ligava dando um início... Mas não um fim. Ainda haveriam mais mortes. “Mais vinte quilômetros.” Havia conseguido achar o próximo ponto. Rapidamente abro um caderno que está a minha frente e anoto o endereço sem ao menos tirar os olhos do mapa. “Mais vinte quilômetros.” Outro endereço. Fui seguindo a minha linha de raciocínio até escrever um total de quatro endereços que dariam o ponto exato dos próximos assassinatos. Tentei continuar mas já não era possível. Não haviam restado áreas com mais de quinze quilômetros dentro do estado. “A não ser que ele queira sair da cidade...temos apenas mais quatro pontos.” Pensei. Não pude ouvir o que os outros falavam enquanto isso. Mas também não pude hesitar em interrompê-los:

- Só temos mais quatro pontos dentro do estado. O que nos dá um total de vinte vítimas!!!

- O que foi que disse mocinha? – me pergunta o Sr. Jooheon.

Mostro a eles as minhas anotações e explico como cheguei a esta conclusão. Yeosang me olha surpreso. Ele não havia acreditado na rapidez em que eu havia analisado tudo. Na verdade, todos me olhavam estranho. Não entendia muito bem o por que. E nem deu tempo de eu lhes fazer esta pergunta por que o Sr. Jeong Yunho se levantou bruscamente, dando um susto a todos falando alto:

- S/N você tem certeza dos endereços que anotou?

- Be-bem... Eu confesso que escrevi rápido demais, mas eu posso verificar para o senhor... – ele me corta rapidamente.

- O próximo endereço... É onde você mora. É o endereço da sua casa!

- O quê? – Yeosang e eu dissemos em uníssono. Olhamos um para o outro sem entender nada.

- Minha casa? – tiro o caderno das mãos de Yunho – Isso significa que a próxima vítima sou eu ou Hongjoong!

- O jornalista? – pergunta Lisa. – Ele estava rondando o meu departamento nas últimas semanas... Antes do incêndio acontecer.

Não pude me controlar ao escutar aquilo. Solto as anotações na mesa, pego minha bolsa e saio apressadamente da sala. Consigo ouvir passos atrás de mim mas me impeço de parar por conta da raiva. Vou para o estacionamento, entro no meu carro e giro as chaves. Assim que eu escuto o barulho do motor, alguém surge na janela do meu carro:

- S/N! S/N por favor, não vá fazer nenhuma besteira! – nunca vi Yeosang tão aflito. Mas eu não podia dar mais tempo ao Hongjoong.

- Tarde demais! – pego no volante e saio às pressas do departamento.

Uma bela mentira - ATEEZ (VOL.1)Onde histórias criam vida. Descubra agora