Uma bela mentira - ATEEZ (VOL.1)

Preocupações

Entrei no elevador que, infelizmente, não se encontrava vazio. Nele havia um casal jovem de mãos dadas. Provavelmente estavam se beijando ou algo do tipo. Ao me verem, param imediatamente o que estavam fazendo e me encaram assustados. Me sinto incomodada. Abaixo a cabeça e entro no elevador em silêncio. O casal dá espaço para que eu possa entrar e apertam o botão por mim. Ambos estávamos indo para o térreo. Sair deste prédio sufocante. Bem... Nunca fora sufocante antes, mas com certeza passou a ser depois da carta de Hong.

Mingi não costumava usar o elevador comigo. Sempre subimos pela escada. Mingi tem medo de elevador. Dá pra acreditar nisso? “Um policial, todo metido, todo poderoso, ter medo de elevador?” Meus lábios se curvam em um sorrisinho fraco a este pensamento. A garota jovem ao meu lado se afasta de mim e pega na mão do namorado, ele a olha com carinho e entrelaça os seus dedos aos dela. Hongjoong fazia a mesma coisa comigo. É incrível de se pensar que a minha vida mudou tanto em apenas alguns dias. Nem peguei o meu celular direito neste período. "Meu celular!!!" "Como pude me esquecer dele?" Abri a minha bolsa rapidamente e tirei o meu celular de dentro dela. A porta do elevador se abriu. O casal saiu e eu fui logo atrás. Estava chovendo muito. Não se escutava nada além dos aplausos da chuva diante da minha vergonha iminente. Antes de passar pela portaria, eu parei para verificar as mensagens que haviam chego no meu celular. De início eu reparei em pouca coisa. Duas mensagens de minha mãe, um vídeo de Wooyoung e... “Como pude me esquecer dele?” Havia mais de vinte mensagens de Yeosang. Fora as quatorze ligações do mesmo. Tinha saído do trabalho às pressas naquele dia. Depois fiquei o fim de semana todo sem entrar em contato com ele. Entendo o porque dele estar aflito ao meu respeito. Sem pensar duas vezes, pressiono o meu dedo sobre a sua mensagem e aperto para fazer uma ligação à ele. Após dois toques, Yeosang atende a minha chamada:

- S/N, você quer me matar de preocupação? Tentei te ligar e te mandei inúmeras mensagens! Nunca faça isso comigo novamente. Chegamos a pensar que...

- Ei, se acalme! Eu estou bem.

- Como posso ter certeza? – Yeosang realmente se preocupa – Aonde você está agora? Está ferida?

- O quê? Não! Não estou ferida. E...bem, eu estou onde deveria estar. Eu acho! – não tinha certeza para onde ia, mas não queria que Sang viesse atrás de mim. Chega de preocupações.

- Fui até a sua casa no dia seguinte, mas você já não estava lá, nem mesmo Hongjoong. Vocês tiverem uma briga? – Yeosang não se dava tempo para respirar direito. Queria ter certeza de que eu me encontrava em um bom estado emocional. “Atencioso como sempre!”

- Ah sim! – não quero lhe contar nada por telefone ainda – Hongjoong foi embora, então decidi aliviar a cabeça saindo de casa também.

- Entendo... Mas você ainda não me disse onde está! Estou indo te buscar... – o corto imediatamente.

- Na-não precisa. Estou saindo de um hotel que me hospedei... Vou sair agora para tomar um ar fresco! – “Sinto muito por ter que mentir pra você Yeosang.”

- Sair neste temporal? S/N conta outra!– Yeosang me conhece muito bem. “Droga!”

- Eu só preciso de um tempo sozinha. Nos falamos mais tarde Sang. Beijos! – desliguei.

Não queria passar muito tempo falando com Yeosang. Ainda não podia lhe contar nada. Ele está na minha lista de suspeitos. A chuva não parecia que iria cessar tão cedo. Guardei o meu celular de volta na bolsa e saí de vez do prédio. A gotas de chuva eram frias, mas pareciam me queimar. Cada gota era como se fosse um tapa de realidade no qual eu estava precisando tomar. Doía, mas libertava. Em poucos minutos eu estava andando pela rua completamente encharcada. Andava sem ao menos saber para onde ia. Não queria voltar pra casa andando, nem mesmo ir parar no departamento. Parei em um sinal que estava aberto para os carros, mas eu acabei atravessando mesmo assim. Não parecia que carro nenhum estava por vir, então decidi atravessar. Andava devagar já que as minhas roupas ficaram pesadas por conta da água. Minha mente? Estava acabando comigo. “Porque isso tá acontecendo comigo?”. “Porque tinha que ser o Hongjoong?”. “Porque alguém do departamento iria querer me matar?”. “Se for pra fazer, que me mate logo de uma vez!”. Ao pensar nesta última frase, um carro em uma velocidade absurda vira a esquina e segue em minha direção. “Ah ótimo! Irei morrer agora.”