Que Pobres Tão Ricos!

C.17: Uma Nova Paixão

Narradora Renata

O tempo passou e eu comecei a trabalhar como professora de música em uma escola aqui perto. No outro período livre, eu ajudo senhor Palomo na pensão dele. Para uma mulher que nunca trabalhou na vida, até que eu estou me saindo bem.

Nesse meio termo, as coisas em casa vão indo bem. Exceto por Jacob, que começou a nem olhar mais na minha cara desde que eu o questionei. Será que... Não... Prefiro não alimentar minha cabeça com paranóias.

Voltando à escola... Eu dou aula de violão para crianças entre 8 e 10 anos. Eles disseram que nunca tiveram uma professora tão "bonita e boazinha" como eu antes (isso foram eles dizendo, não eu). Mas eu gosto muito delas, de dar aula para elas.

Ser professora foi um desafio enorme. Eu nunca tinha feito nada parecido antes. Mas se eu sei fazer alguma coisa, por que não transmitir esse conhecimento para os outros?

Enfim... Hora de trabalhar.

❀(*'▽'*)❀

Andréia: -Tia Renata!

Isa: -Oi, tia!

Lucas: -Tia!!

Os pequenos se amontoam em volta das minhas pernas. Eu as abraço, uma por uma.

E pensar que eu não conheci essas crianças quando ainda tinha uma fortuna... Eu... Poderia tirar essa escola da miséria, e... Poderia ajudar meus pequeninos.

Nat: -Tia, o que a gente vai fazer hoje?

Renata: -Hoje vai ser assim... Eu toco e vocês cantam!

Julia: -Ah não, eu só canto se a senhora cantar!

Renata: -Está bem!

Eu pego meu violão e inicio os primeiros acordes. As crianças se reúnem em minha volta e eu começo a cantar.

Ao meio-dia, hora do meu outro trabalho. Chego na hora certa na pensão.

Senhor Palomo mudou muito. Quando cheguei tive de enfrentar um velho ranzinza, que me colocou como arrumadeira em uma jornada que... Meu Deus do céu.

Com alguns dias, ele foi mudando... Ficando mais amigável. Então ele perguntou se eu saberia ser simpática com os clientes, me propondo um teste. Eu aceitei. Ele disse que eu sou quase uma miss simpatia quando fico atrás do balcão da recepção, então me concedeu a oportunidade de ser a recepcionista.

Palomo: -Não me arrependo de ter posto você como recepcionista... Atraí muitos clientes para a pensão!

Eu apenas sorrio.

❀(*'▽'*)❀

Marina: -Estive conversando com um casal que são pais de um garoto que é seu aluno, Renata. Eles disseram que ficaram impressionados com a forma que o filho fala de você... Anda fazendo sucesso, hein?

Renata: -Aquelas crianças são uns amores, eu... Só faço retribuir.

Marina: -Mas você não agradou só as crianças, o senhor Palomo ficou impressionado com você, até deixou de ser um velho ranzinza!

Bruno: -O poder carismático que a família Rivera tem é incomparável, meu bem!

Renata: -Papai me ensinou todas as técnicas.

E o ogro do Jacob come o tempo inteiro calado, não fala nada e não participa da conversa... Já tô ficando com raiva!

Ele nem me dá mais aquelas cantadas sem noção que eu achava engraçado, mas ao mesmo que eu gostava...

Eu só queria saber... Se ele gosta de mim...
É errado gostar de alguém?

Renata: -Jay... Meu chefe falou que você era um campeão nas competições de cavalos daqui... Você... Vai disputar esse ano?

Jacob: -Palomo e você não têm coisa melhor para falar, a não ser de mim?

Aí, qual é o problema dele? Dá vontade de pular no pescoço dele e rasgar toda a sua cara!

Marina: -Não seja grosseiro filho, ela só fez uma pergunta...

Ele revira os olhos e se levanta, saindo da mesa.

Renata: -Não se preocupem, eu vou atrás dele.

Os dois assentem e eu sigo Jacob até o seu quarto.

Renata: -Qual é o seu problema?

Jacob: -Como é?

Renata: -Por que você está me tratando desse jeito tão frio, tão distante? Por que você está me evitando?

Jacob: -Você tá louca.

Ele dá um meio sorriso e sai de novo. Ah meu Deus!

❀(*'▽'*)❀

Estou conversando com o senhor Palomo sobre alguns problemas na pensão, quando vejo Jacob passando do outro lado da rua.

Do outro lado da rua há uma cafeteria. Jacob está parado lá na frente, no meio da chuva, conversando com uma mulher da qual eu não posso ver o rosto.

Apenas sinto meu sangue ferver ao ver ela se jogando e abraçando Jacob fortemente. Deve ser mais uma de suas conquistas. Mas espere... Por que me sinto assim?

Agora eu entendo porque o Jacob está me evitando por tanto tempo... Ele está com uma nova paixão e muito provavelmente esqueceu de mim.

Então eu volto molhada e triste para a recepção. Ao menos, a chuva ainda camufla lágrimas.

Palomo: -Minha filha, o que você foi fazer lá fora no meio dessa chuva, pelo amor de Deus? Você vai acabar pegando um resfriado!

Renata: -Eu achei que tinha visto um conhecido e corri para encontra-lo, mas... Não era quem eu pensava.

Palomo: -Ah meu Deus, esses jovens... Venha tomar um café quente e pegue essa toalha. Não quero você doente.

Eu sorrio para ele e pego o que me oferece.