the weight on park chaeyoung's head

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Iai, você... Suspiro... Olha, na verdade a gente só espera, espera de uma maneira meio desesperada, que o tempo se transforme em algum dinheiro e que o mundo se acabe de uma vez. O "ser alguém na vida" resumidamente é isso.

Meu pai consertou minha bike, eu coloquei a culpa de ter a estragado em Jennie e resolvi ignorar a minha catastrófica falta de atenção e excesso de má sorte, essa é uma das minhas grandes desvantagens em relação a vida (mais sobre isso depo... quer dizer, a história é completa sobre isso, está em cada linha.), e eu ganhei uma calça da minha tia.

No final do século 19 as mulheres começaram a usar calça como uma forma de protesto na França, e quem usava calça de seda era melhor do que quem usava calça de algodão. Foi um tabu, mas agora é o último ano dos anos 80 e as calças são produzidas em massa, começou nos Estados Unidos, depois foi seguido pelos outros países. Em todos os lugares que olhar, verá traseiros empacotados em jeans. É tudo tão normal, mas parando para pensar agora, é loucura saber que as pessoas parecem nem se lembrar que há um tempo não poderíamos entrar num jeans por ser mulheres.

Observo as garotas da janela do carro. Tão dispersas a tudo, usufruindo do direito de usar calça que outras pessoas conseguiram para elas, nem sabem que houveram lutas. Isso deve ser considerado um desrespeito a quem viveu na época dessa reviravolta em questão. É por isso que a vida deve ser tão cármica, essas jovens precisam ser punidas por não fazerem jus aos conflitos vencidos em prol do avanço da humanidade.

— Tchau, bebê.

— Tenha um bom dia de aula.

Meus pais se despediram enquanto eu saía do carro, agora eles tinham seu próprio conversível, era ótimo porque eu nunca mais iria perder uma carona da senhorita Young.

— Amo você!

— Mãe! — Eu reclamo com urgência. Tínhamos parado bem no fluxo da entrada, muitos alunos escutaram essa declaração de Mama e agora me olhavam dos pés à cabeça como se eu fosse ridícula. Depois de um único dia no refeitório com Jennie minha popularidade tinha aumentado de 0% para 15%. Olha aqui, para o seu pacote de informações sobre mim, isso era muito grandioso para uma pessoa como eu, fique você sabendo.

— Ah, quis dizer-te, a odeio! — Ela tenta se corrigir com uma careta de culpa. Eu a encaro abismada, ela estava mesmo tentando ajustar aquele erro colossal? — Deuses, o que quer que eu diga? — Volta a dizer ao notar meu estado de incredulidade.

Tchau, mãe! — Disse e praticamente corri para longe, desesperada.

Passei pela multidão, subi até o último andar, olhei para trás, ainda ninguém reparava em mim e eu agradeci aos Deuses. Essa situação sempre citada por aqui é bem compreensível e eu posso explicar logicamente. Nesse século uma das figuras mais fotografadas é a Lady Dianna, que usa uns vestidos enormes com babados e uns panos esquisitos franzidos e cet. (coisa e tal, derivado de etc.: entre outras coisas) = also = (coisas que não vou continuar a citar porque me dão gatilhos) = also = (não é literalmente).

Digo, não que eu fique procurando fotos dessa princesa por livre e vontade espontânea, eu não inspeciono nada sobre ela, minha mãe recebe revistas de notícias o tempo inteiro pelo correio e os meus livros se amontoaram. Se não tenho vontade de reler os que tenho somente me resta as revistas de mama. E essas revistas estão cheias da princesa Dianna. O casamento real aconteceu há 8 anos e seu vestido de tafetá ceda marfim ainda é citado, é um feito admirável.

O que eu quero dizer é que se para ser notada eu preciso de vestidos super elaborados ou algo do mesmo naipe, me sinto bem por não existir na classe social. Às vezes acho que eu deveria pensar em um modo de chamar a atenção das pessoas sem que seja por meio de status. Algo como "abaixo ao supérfluo", mas que sorte eu teria?

the j of my question zOnde histórias criam vida. Descubra agora