you know that, i want the J

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Saímos do restaurante juntas (infelizmente Kai também estava conosco um pouco mais à frente, quem visse de longe não diria que estávamos saindo do mesmo restaurando onde estivemos sentados na mesma mesa por pura duas horas. Se tornava deslocado entre nós mesmo quando somente estávamos em silêncio).

— Então, vai ter essa festa na casa da Nayeon. Todo mundo vai. — Jennie comenta, chutando as minúsculas pedras no caminho com a ponta do sapato enquanto caminhava. Era realmente muito bonita e se vestia muito bem, mas não se esforçava, notava-se isso quando não se importava em andar dessa forma, de maltratar a sola, manchar o tênis branco. As garotas da elite nunca caminhariam tanto com seus novos Miu Miu da Prada, que era o que eu as via usando ultimamente. Jennie só usava um confortável sapato branco da Ralph Lauren, os que costumavam usar para jogar golf, e, mesmo assim, desde que chegou o jornal do colégio não publicara uma edição que não tivesse seu nome escrito.

Estava me chamando para uma festa, é eu percebi, não precisa surtar ao pensar que eu não notei que ela estava me chamando para uma festa. Eu vou responder, claro que vou, mas só tem um porém: eu não vou à festas.

— Você vai? — Pergunto.

— Você deveria ir. — Responde.

— Eu nem vou ao baile que citou hoje mais cedo, o que te faz pensar que eu vá aparecer na festa da Nayeon? Sou o tipo de pessoa que fica em casa assistindo os melhores momentos do show das oito com os meus pais enquanto pedimos pizza.

Então Jennie ergue a cabeça e me olha com os olhos brilhando.

— Ah, é? Isso parece legal. Seus pais são divertidos? — Me estranhava o fato de Jennie se mostrar interessada pelos meus pais, mas uma vez que ela perguntasse sobre os aspectos incomuns da minha vida que nenhum adolescente perguntava, eu me sentia ainda mais feliz em responder, porque Jennie era indubitavelmente arrebatadora seja lá o que fizesse, eu sempre sentia que tinha sido atingida por uma flecha de amor.

— São. Embora um pouco pegajosos às vezes. Mas eu entendo, são os mais próximos daquilo que posso chamar de amigos e também entendo que é um pouco estranho ouvir uma adolescente dizer isso dos próprios pais. — Faço uma careta para o horizonte. — Mas é verdade. — Minha voz diminui involuntariamente.

Com o canto dos olhos vejo Jennie abrir a boca para responder, mas Kai gira nos calcanhares e junta as mãos em uma única palma.

— Nós vamos por aqui. — Aponta com o dedão em direção ao descer da rua ao lado. Mas a casa de Jennie não era por ali. Iriam para outro lugar, juntos, e estava me dispensando.

— Foi um prazer. — Lhe digo, e ele estica o braço para um aperto de mãos, eu correspondo.

Em seguida eu entro em colapso porque não faço ideia de como eu deveria me despedir de Jennie, se deveria apertar sua mão, abrir os braços para um abraço, dar-lhe dois beijinhos em cada lado das suas bochechas adoráveis ou simplesmente acenar e ir embora.

A casa de Nayeon fica duas quadras depois da escola, janelas em excesso, o telhado é azul de Prússia e eu vou te matar se você não souber o tom de azul que acabei de falar. — Jennie dispara a falar rapidamente assim que me viro.

— Eu não sei.

— Então vou ter que te ensinar minha tabela de cores, lembre-me disso.

— Te disse que não costumo ir para festas.

— Precisa experimentar coisas novas.

Eu também achava que ela precisava experimentar coisas novas, mas me referia a algo além do Kai.

the j of my question zOnde histórias criam vida. Descubra agora