the punch line

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Segundos depois passei por Nayeon e Miyeon. Não queria dizer-lhe que estava desapontada...

Mas estava.

Valeu por me receber. Foi o que eu murmurei, que para mim era mais como um "Valeu por não ter me tratado igual merda novamente." antes de seguir o corredor e descer as escadas de cabeça baixa e passos longos. Empurrando a multidão com os ombros até poder respirar o ar puro do sereno, me afastando mais e mais da música de Billy Idol em direção a árvore onde minha Bike estaria apoiada.

Era assim que eles se divertiam? Que sentiam a adrenalina da frase "A vida lhe dará tabefes." Esse ditado costumava chegar para mim quando esquecia de pôr o lixo para fora, mas agora festas onde pessoas podem ser gay sem serem incomodadas? Cancelamentos de vidas sociais, namoros em contratos e beijos em desconhecidos? Eram coisas de quem tinha acesso ilimitado ao dinheiro, que frequentavam festas com blues ao vivo e toneladas de privacidade para fazer o que bem entendiam da vida como se já fossem gente grande. Pessoas que não eram atingidas por ditados. Para mim não estava sendo um simples tapa na cara da vida, a comparação mais adequada seria qualquer uma que incluísse cova no trocadilho, pois já sentia que morta eu já estava, só faltava a pá de terra. Nunca pensei que uma pernoitada custaria o bem da minha saúde mental. E muito menos que a pá de terra estava prestes a chegar naquela mesma noite.

Meio lelé da cuca, pedalei de volta com o vento frio açoitando os cabelos, tão rápido. Já deve ter se sentido assim, como se o mundo estivesse contra você, porque de repente não consegue tomar muitas decisões corretas. Esse tipo de coisa me deixava mole e preguiçosa. Dizem: Se aventure, faça o que você não faria. Vou lhe dizer: que nem sempre isso é bom. Mesmo que nesse caso eu não tivesse nenhuma relação com o problema de Kim e Park, duas mimadas que tiveram a primeira ressaca provavelmente aos 13 anos de idade e agiam como se o mundo tivesse obrigação de sempre estar disposto a ignorar o fedor de seus cocôs, eu sabia que tinha que cometer os próprios erros e é por isso que moldamos nossas próprias escolhas na maioria das vezes... porém... maldita festa na casa cor de Rússia.

Minha vida no meio da elite havia se iniciado e terminado na mesma noite, tão rápido quanto a minha mania de roer as unhas (adquirida aos 3 anos de idade (problema esse que reverberará para sempre em minha vida, minhas unhas nunca mais serão as mesmas e nem a carne do topo dos dedos parcialmente carcomidas)).

Porque exatamente TUDO é muito cruel. Quando a vida lhe der um tapa (ou, como no meu caso, um beijo) é melhor sorrir, porque se fizer biquinho de insatisfeita ela lhe dá um soco. Se não acredita, espere até que eu chegue em casa.

Golpeio o guidom com o punho, deixando que a frustração se manifeste por um curto segundo, mas me arrependo ao mesmo tempo porque quase perco o controle da bike. Com o coração acelerado tento recuperar a paciência e consigo chegar em casa sem que levasse um tombo no caminho, pensando em como sempre era um perigo pedalar pensando em Jennie. Devem se lembrar da última vez (ou não.)

(Não quero que me leiam mal, pois não gosto de saber que me lê de forma tão leviana. É difícil tentar lembrar de tudo às vezes, o que me faz continuar é saber que ao menos você me escuta, e que, desde que eu inclua uma piada no meio disso e escreva poeticamente, verá beleza até nos detalhes do meu tênis gastado e talvez lembre dos dizeres sempre que observar o seu próprio. Eu saio lucrando de todo jeito.) *mais sobre Lucros mais tarde.

— Filha! — Exclama, Mama, com um sorriso de lindos dentes ao me ver, mas que vai se desmontando ao compreender que meu rosto e costas baixas significam que a experiência não fora lá das melhores.

the j of my question zOnde histórias criam vida. Descubra agora