the j of my question z

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O dia em que passei aquela tarde com Park Chaeyoung era um daqueles dias que você só está satisfeito com tudo, por isso não lembro de ter surgido em minha mente nenhum tópico importante o bastante para ser pensado, exceto o memorável momento com Jennie na escola (talvez seja ele o responsável por essa temporária dormência pensante). E de uma forma não muito difícil de entender, meu estado de espírito sentia a sensação de limpeza. Estou dizendo isso porque essa será mais uma parte desse documento que eu não estarei em objeto principal. Uma hora todo mundo precisa que alguém olhe para elas e tente entendê-las. Esse pensamento chega até mim de maneira altamente sensata, pois assim como a ocorrência padronizada sobre como as-melhores-ideias-chegam-em-nós-a-medida-que-paramos-de-procurar-por-elas [assunto encontrado no documento anterior a esse], este a seguir também pode ser considerada um acontecimento com grande probabilidade de ocorrer em outras vidas.

E assim como dizem que a maçã precisou cair na cabeça de Newton para que a teoria da gravidade começasse a se montar; eu precisei de uma cabra para que minha teoria sobre Park Chaeyoung começasse a desmoronar. (Não pense, por gentileza sua, que de alguma forma sentei num daqueles salgueiros da casa de Park e inesperadamente fui atingida por uma cabra. Para que meu momento de entendimento acontecesse, olhar a cabra de longe já foi o bastante. Ainda bem.)

- iP - Não sei se lembra, mas uma das primeiras constatações que comentei com você sobre as características das análises e vida primária adolescente foi sobre "Uma boa cabrita não berra perto de quem come carne de cabra". Chegou a hora de explicar.

*Chamarei partes que devem ser ressaltadas de iP por razões como: atribuir a Pi um significado que seja diferente da sequência matemática infinita. Minhas experiências de vida me fazem ser uma pessoa que não acha necessário saber a proporção numérica entre um perímetro e uma circunferência, tornando assim um grande desperdício de tempo todas as horas que dediquei estudando-o. Visto que Pi (a letra grega π) nada acrescentou em minha vida quando, em contrapartida, construí tanto esforço para aprendê-lo, definitivamente devo desprezá-lo assim como faço com a maioria dos assuntos de cunho matemático e com tudo aquilo que não é recíproco. Pelo fato de Pi, para mim, parecer um símbolo tão desprovido de novidade, inútil e pouco recompensador, vou fazê-lo totalmente o contrário, vou chamá-lo de iP – item Pertinente, para indicar uma informação indispensável, como uma derivação da sigla Ps – Post scriptum.

- iP² - Me recuso a usar 'Ps'. Acho que soa muito convencional. (Vamos ignorar o fato de eu não admitir de uma vez que essa é uma decisão inteiramente passional, pois não simpatizo com matemática, grite se estiver comigo nessa).

— Ei, plebeia de baixa estirpe... — Diz ela, suspirado, o rosto carregando uma expressão de preguiça. — Anda logo, não tenho todo o tempo do mundo. Sente-se ao piano e fique à vontade para comer o que quiser. Já que veio nos visitar, Steffan montou essa mesa para você.

Eu podia sentir-me uma visita ilustre e importante, mas a quantidade de comida me fez questionar se Steffan ou Chaeyoung ou os dois simultaneamente não achavam que eu estava passando por sérias necessidades alimentícias.

Sem questionar, sentei-me com muito cuidado diante o valiosíssimo Steinway e começamos. Toco o primeiro dó grave e dramático e surpreendo Chaeyoung ao pedir que ela reproduzisse. Sua nota soa limpa e no tom. A fim de testá-la, ajusto os dedos duas oitavas a cima e pressiono, o som adeja entre nós em pleno brilho e eu a olho a espera de uma resposta. Ela toma um segundo de preparo e então ressoa, acertando o tom novamente. Num último teste, subo e toco notas mais agudas e ela repete com ainda mais facilidade.