underm(k)i(ss)ne

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Quando se tem alguém causando-lhe influência, quando tudo o que ela lhe faz sentir é uma quentura desequilibrada, hora ou outra ela vai lhe atingir com uma frente fria e você oscila entre a sensatez e seu pior lado o tempo inteiro. Assim criasse um tornado. 

Não era fácil conquistá-la. Eu adorava, mas era quase um cansaço...

Jennie não tem um irmão caçula para que eu possa agradar trazendo um sabor diferente de AirHeads toda semana, seria uma tradição entre nós dois, ele me adoraria e nos dias em que eu não aparecesse para ficar com você depois da escola ele sempre questionaria a minha ausência, você veria através disso que sou mesmo excelente. E se sua mãe fosse esse tipo, eu carregaria as sacolas de verduras e legumes que trouxesse do mercado, seria gentil. Ela gostaria tanto de mim que até consigo imaginá-la me dando um aperto carinhoso no ombro enquanto diz "Se você fosse um homem, lhe casaria com minha filha", isso cortaria o coração, embora eu entendesse que ela só estava tentando fazer um elogio.    Mas não há nada disso para facilitar o meu caminho, somente você (não que eu queira mais que isso), e não consigo dizer se assim é mais fácil ou mais difícil.

Contudo, você vai gostar de saber que algo grande aconteceu. Ela confiou em mim o bastante para me levar até um lugar de tamanha profundidade, empurrou meu corpo numa imersão caótica e surpreendente. Um lugar onde tenho certeza de que Kai nunca recebeu convite para ir.

Esse dia qualquer que vou lhe contar tornou-se inesperadamente o mais feliz da minha vida. Mas foi também uma grande pena que no meio do caminho eu tenha caído dentro do tornado.


Jennie tinha o telefone na orelha e o cardápio dos serviços de quarto em mãos, está quase pedindo aquele cheesecake caramelizado com torrões, quando avisto bananas na fruteira e um desejo incontrolável de prová-las surge a partir do nada. Haviam milhares de molhos doces na geladeira e ela me deixou usar quantos eu quisesse, resultando numa mistura entre bananas, geleia de cassis, blueberry, barras de chocolate com amendoim, cereais multicoloridos e uma infinidade de caldas caseiras, escolhi as que minha vista turva e mente insensata julgaram parecer mais agradáveis. Sentei-me com o prato da mistureba na bancada longa que fazia um L ao redor da cozinha, dava para escutar o tilintar baixinho do lustre elegante com correias de pedras preciosas que estava pendurado no teto da sala de jantares bem acima da mesa. Jennie ficou em pé do outro lado do balcão, ela ainda bebia Pinot como se não fosse nada e eu ainda agonizava secretamente com a visão de seu corpo. Observei o tempo todo o jeito elegante ao qual andava para lá e para cá na cozinha, comprimindo as nádegas naquela calcinha rendada.  Meu lábio inferior chegou sutilmente a inchar pelas mordidas involuntárias que precisei dar no sigilo. Uma hora lembro de pensar: não há provas de qualquer ser sagrado na terra, exceto, talvez, Jennie Kim.

— Chaeyoung fala um monte sobre eles. — Estou falando, e engulo o mastigado de bolas de blueberry com banana.

É um pouco difícil contar as coisas desse dia para você, porque não me lembro extremamente bem. Em retrospecto, provavelmente era o efeito da embriaguez indo embora, mas a carinha meiga de Jennie sumiu para dar lugar a um olhar inexorável. Ela pegou um palito de açúcar e mordeu com cuidado, era do tipo de morder mortalmente as balas invés de chupar. Sua proteção labial havia ido embora e a boca estava inteira vermelha.

— Ah, é? — Rumoreja ela, desviando o olhar para uma torradeira elétrica, deixando claro que observar aquele design metálico era mais interessante. Já havia algum tempo que eu achava que Jennie nutria por Chaeyoung uma certa depreciação.

— Diz que os da igreja não querem transar para não serem impuros, por isso te chupam por umas duas horas enquanto se masturbam depois dos cultos de sábado.

the j of my question zOnde histórias criam vida. Descubra agora