an angel asks me to continue

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Sou uma biruta apaixonada por muitas coisas, não há outro motivo para explicar o porquê de você já ter lido 30 desses documentos. As pessoas nunca cansam de falar sobre coisas que apaixonam. Isso não é uma informação inesperada. O amor é o sentimento mais motivacional que deve existir, mas é complicado quando em certas ocasiões ele nasce onde você nunca espera (ou quando você se dá conta de que ele nunca existiu dentro de quem patologicamente deveria ter). Eu me apaixono terrivelmente rápido algumas vezes, brutalmente forte como um caminhão colidindo contra uma represa. Mas tenho a sorte de saber como administrar isso; sou um caminhão que bate forte, mas não sou desembestada, é sério.   Exemplo: detestei Park Chaeyoung de início, meu caminhão freou bem na sua frente. Mas após dar uma volta em torno dela meus faróis piscaram, os limpadores de para-brisa abanaram e, não teve jeito, demos um encontrão. Nos reconhecemos como amigas inesperadas.


Mas seguindo a parte da história que eu estava lhe contando, debaixo de Chaeyoung ainda havia uma canção muito triste. E era muito irresponsável da minha parte (e também me tornava ridiculamente presunçosa) achar que eu deveria salvar todo mundo de alguma coisa. Eu não podia ter a tal "Síndrome do Super Herói" de todo protagonista, eu só queria Jennie mesmo, não fazia questão de mais alguma coisa. Mas mesmo assim fiquei pensando se eu deveria fazer alguma coisa por Park, se ainda dava para fazer uma composição melhor por cima da sua música. Qualquer coisa. Eu tinha que falar qualquer coisa e torcer para que isso evoluísse para algo mais, mas só tentaria uma vez. Então me preparei e comecei a dizer:

Hm...

Mas não deu tempo de terminar.

— Se contar isso a alguém prometo dar meu melhor pra acabar com sua vida. — Ela me acerta com força nas palavras cortantes, seu tom feroz me faz prender a respiração. Chaeyoung está de costas para mim e a vejo olhar para as próprias mãos, trêmulas como a vulva de uma bola de assopro que vibra quando perto de se esvaziar por completo. Estava mesmo arrasada. Ela junta as palmas das mãos e as esconde entre as coxas.

Em silêncio, comecei a me mover para ficar ao seu lado e deitei com a barriga, sustentando o tronco com os cotovelos sobre a grama. Quase olhei para ela, mas não fiz, porque era o certo a se fazer, ela não queria que eu a olhasse agora com o rosto quente de choro. Deve ser estranho para você, mas eu realmente precisei de um respiro de esforço para falar. Acho que mereço compreensão, me sinto acanhada até ao falar no telefone, e Park Chaeyoung não é do tipo de lhe deixar confortável.

Às vezes não consigo simplesmente aceitar a lógica de certas mecânicas quando não consigo inter-relacioná-la de modo que faça sentido com minha vida pessoal. — Solto num só fôlego, nesse início eu mal sei o que estou fazendo, e meus olhos se arregalam para mim mesma, preocupados. Mas mesmo assim continuo. — Se não consigo usar a primeira guerra mundial como base para uma teoria de aprendizado individual, dificilmente vou conseguir absorver, meu cérebro descarta sem que eu me dê conta. 

Qual as chances de ganhar um chega para lá e ser mandada embora antes de provar aquela French Pie dando mole na mesa? Não é todos os dias que há chocolate Francês por perto. Meu eu interior me encara severa, pois a regra é sempre clara: só se fala depois de mastigar e engolir.

Por um momento só pensei na torta. Até que ouço um respiro profundo, é de Park.

— Tudo precisa significar milhões de coisas para que você não esqueça? — Ela pergunta.

Às vezes.

— Se é complicado e acontece esporadicamente por que não tenta acabar com esse costume?

the j of my question zOnde histórias criam vida. Descubra agora