Realidades

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- Vamos dormir Hiro?- pergunta Heregon ansioso para ouvir a continuação da sonho do irmão.

- Você sabe que geralmente eu tenho sonhos desconectos Heregon.

- Vamos saber amanhã, então boa noite Hiro.

- Boa noite Heregon.

Hiro olha para o relógio que marca 1h32 da manhã, olha para o teto, lembrando de Ágatha, pensando em como era tolo em se sentir culpado por ter tido um sonho aonde seus pais morrem, e quem era Ágatha? o rosto dela o lembrava de alguém, seu cabelo, sua voz, seus dedos entrelaçados aos dele, ela era familiar para ele, mas era apenas um dos seus sonhos.

Ele se levanta da cama e vai para a cozinha pegar um copo de água, estava sem sono, anos e anos morando na mesma casa, os móveis sempre no mesmo lugar o fez acostumar a andar sozinho pelo casa. Ele se senta no sofá, apoiando o copo d'água na mesinha do centro, encosta- se no sofá, jogando a cabeça para trás, seu cabelo preto como a noite escorrem para trás de sua nuca, passa as mãos pelo rosto para retirar os cabelos que restam sobre sua face, fecha os olhos, tentando se lembrar do dia em que bateu sua cabeça, ele sabia que a queda não tinha tirado apenas sua visão, mais também algumas de suas memórias, talvez a de Ágatha em sua vida, e também o exato momento que ele estava correndo e o porque de estar correndo.

Ele vira o copo e em um gole só termina de beber a água, coloca o copo sobre a mesa e sobe as escadas, e volta a se deitar, fechando os olhos e adormecendo.

Hiro acorda em um campo de flores, atordoado, o sol da tarde batendo em seu rosto, se levanta bruscamente e olha em seu redor, Ágatha está metros longe dele, com um vestido branco e seus longos cabelos ruivos se debatendo com a forte brisa, ela se vira para ele lhe esticando os braços para ele vim até ela, então ele o faz, sua cabeça ainda dói, um forte zumbido de abelhas começam a atrapalhar sua audição, ele olha para as flores lotadas de abelhas e borboletas, e volta o olhar para Ágatha que sorri ainda com os braços esticados para ele, ele se aproxima e ela o envolve em um abraço firme e caloroso, ele é um pouco mais alto que ela, seu vestido o envolve, o cheiro das flores se espalham cada vez mais, Hiro fecha seus olhos, nos braços de Ágatha passa a ter um sentimento de segurança, nostalgia, aquele cheiro vindo dela, a maciez de sua pele, o seu rosto sorrindo para ele, tudo aquilo era familiar, não em um sonho mais sim em uma realidade um pouco distante mais que nunca foi esquecida, talvez algo antes do acidente.

Os dois se sentam em meio às flores, Ágatha deita sobre o solo olhando para o céu azul, as flores se movendo como uma dança com a brisa, seu vestido cobrindo o solo, seus cabelos balançando levemente, olha para Hiro com seu olhos verdes como uma folha nova de primavera, sua voz gentil e suave pergunta:

- Aonde vai Hiro?

Hiro sentado a olhando de cima, com os seus cabelos negros se balançando, seus olhos azuis como o céu com um olhar de melancolia por pensar que tudo aquilo era coisa de sua cabeça, apenas um sonho, Ágatha poderia ser a realidade de um passado distante mas ele não se recordava, pensou no porque sentia o calor dela o aquecer, como poderia sentir um aroma tão diferente vindo dela sendo que era apenas uma espécie de miragem. - Estou indo para a ilha dos dragões em busca de ovos, para proteger o reino de Baruk de dragões selvagens.
- Eu posso ir junto com você Hiro? Agora que estou sozinha ? - diz Ágatha se levantado bruscamente com seus olhos brilhando em direção de Hiro, com um leve sorriso no rosto.

- Claro, eu adoraria que fosse comigo, seria uma honra se fosse. - disse Hiro sorrindo não contendo sua alegria.
Os dois se levantam para ir rumo a ilha dos dragões, Ágatha entrelaça seus dedos com os de Hiro, segurando delicadamente e ao mesmo tempo firmemente, desta vez sem a correria, sem o medo, apenas o guiando pelo caminho que as flores faziam, sua mão tocando as pétalas delicadamente enquanto seu vestido esvoaçante balançava entre as flores e na frente de Hiro, que ainda tentava entender porque o calor da mão de Ágatha o contagiava, que lhe causava nostalgia e alegria, seu coração se aquecia sempre que Ágatha o olhava com seu cabelos balançando sobre a brisa e o jeito que ela puxava para atrás de sua orelha fazia com que seu coração palpita-se mais rápido que o normal, e ele apenas a seguia, em silêncio, apenas o cantar dos pássaros distantes.

A maldição do reino de Baruk (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora