A maldição do reino de Baruk (COMPLETO)

O Destino de Helena

- Olá pequena criança, o que faz sozinha nesse bosque, está perdida?- pergunta uma voz feminina.

- Quem está aí?- pergunta Ágatha olhando ao redor.

- Não se assuste por favor, não irei te fazer mal.- responde a voz calmamente.

- Então porque não mostra sua face?

- Eu mostraria, acredite, mas talvez você correria de mim sem ouvir o meu desesperado pedido de ajuda.

- E qual seria?

- Salve meu amado.

- Seu amado?

- Eu o chamo de Morte mas vocês o chamam de Hiro.

- Quem é você e de onde conhece Hiro?!

- Eu sou Helena ou costumava ser quando humana, agora sou a Senhora Destino, não tenho uma forma física mas me transformo em animais para ter contato com seres humanos mesmo sendo algo proibido, apesar de ser quase uma imortal podendo ser morta apenas pelo verdeiro Destino...meu marido mas eu descedi arriscar minha eternidade para salvar o ser que amo e sempre amarei.

- Acha mesmo que irei acreditar em algo tão estúpido?

- E se eu te provar?- diz a voz se aproximando entre as árvores, uma calda vermelha se balança em frente a Ágatha que observa os dentes afiados de uma raposa vermelha que se aproxima junto com a voz, Ágatha recua tropeçando em uma raiz seca escondida entre folhas caídas.- Não tenhas medo eu não irei lhe fazer mal algum, eu só quero que o salve, salve minha doce Morte ou o seu querido Hiro do Destino infurecido.

- Se isso tudo for verdade...

- Estou bem em frente a você, e mesmo assim não acredita?- diz a raposa a interrompendo.

- Poderia ser mais um feitiço de Molly.

A raposa é envolvida por uma brilhante luz branca que a faz flutuar, longos cabelos loiros balançavam no ar, a luz se vai revelando a silueta de uma mulher de pele clara e olhos vermelhos.- Me deixe te provar que minha história é real e que Hiro está em perigo.- diz a mulher aproximando seus longos dedos finos da face de Ágatha que tenta desviar o rosto.- Não tenha medo, não irá doer só irei lhe mostrar minhas lembranças de quando era humana e me encontrei pela primeira vez a morte e me apaixonei.

"Era uma noite fria, estava nevando, eu estava sangrando muito eu era nova e tinha acabado de ser estuprada e espancada até perder a consciência por um amigo do meu irmão, logo que acordei juntei todas as forças que ainda me restavam e corri para fora daquela maldita cabana, fraca sem esperanças até cair sobre a neve macia, minha face machucada quase desfigurada manchava a neve de vermelho, a dor era insuportável o nojo daqueles momentos eram ainda mais, eu estava pronta para morrer ali enquanto flocos de neve caiam sobre meus cortes e meus dedos congelavam, então tudo ficou escuro e acordei em minha casa, o corpo do homem que havia feito tudo aquilo comigo estava pendurado no teto, o sangue ainda fresco escorriam pelo seus braços, e um prato de porcelana ao lado com um coração com uma faca cravada ao meio, então percebi o buraco no peito daquele homem corri assustada, parei por uns instante, a dor, o sangue, os cortes tudo havia sumido do meu corpo, minha face estava curada e meus ferimentos de todo o meu corpo haviam sumido inclusive o que aquele homem havia deixado, tudo estava curado menos minha mente, durante meses fui atormentada por sonhos daquela noite, a sensação de ser inútil e fraca, de ser um objeto na mão de um homem asqueroso, aquelas unhas me arranhando e aqueles dentes me mordendo, durante todos os dias durante meses eu revivia aquele dia, ninguém acreditava em mim já que meu corpo não haviam marcas, eu fui acusada de ter matado aquele homem, meus pais me expulsaram, meu irmão me odiava, então fugi daquele lugar, corri para a floresta sem comida, sem água apenas com uma corda em mãos e o desejo de me matar em mente, assim eu fiz, amarrei a corda e a passei por meu pescoço estava reunindo coragem para pular mas uma voz sussurrou em meu ouvido me dizendo para não fazer aquilo, lágrimas escorreram de meus olhos, então o inesperado eu escorreguei, não sentia a corda em meu pescoço, mas sentia a grossa camada de neve me envolver, passos se aproximavam calmamente de meu corpo caído.