O casarão

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-Hiro- diz ela afundando o rosto sobre seu ombro, lágrimas mornas escorrem sobre seu rosto se misturando com a água gelada que escorre de seus cabelos.- Você está bem ?- sussurra ainda com o rosto apoiada no ombro de Hiro.

- Sim, me desculpe, algo tomou conta do meu corpo...era como se eu estivesse preso na escuridão da minha mente, e-eu vi as criaturas de dentro da Emma, eu vi como eram, eu vi o que eles faziam...então senti o sangue quente do coração do rei escorrendo pelas minhas mãos, mas não me controlava,cada movimento meu era mecânico, eu estava sentindo dor muita dor, e depois raiva...ódio, eu estava completamente perdido e então ouvi sua voz, sua doce voz me chamando, iluminando meu caminho,então corri, vi você caindo e eu não queria saber se íamos morrer, mas eu queria ir com você te salvar do mesmo jeito que me salvou da minha mente, você é a única coisa que tenho agora, tudo o que eu vivi com a minha "família" era uma completa mentira e eu vi tudo se desfazer na minha frente, mas você é real.

- Você se lembrou?!- pergunta Ágatha se pondo em sua frente e o olhando fixamente com um sorriso no rosto.

- Não, não me lembrei, mas eu não preciso mais...eu posso seguir minha vida com você.

-Eu sei- diz Ágatha o abraçando novamente, apertando acidentalmente contra as costas de hiro a a esfera que Almira havia jogado para ela, suas costas começam a latejar a fazendo gritar de dor.

- Ágatha? O que está acontecendo- diz Hiro desesperado a tentando segurar, olhando suas costas que estavam em carne viva, asas transparentes que refletiam as cores do arco-íris surgiram em suas costas agora despidas, sua pele volta cobrindo sua carne fazendo com que a dor passasse, e antes que qualquer um se pronunciasse por baixo dos pés de Hiro se abre uma rachadura que logo se torna um buraco sem fundo, Ágatha desmaia enquanto o buraco se fecha.

Quando ela acorda já não havia mais nada, apenas a luz da lua iluminando o lago agitado pelo vento. Ágatha desesperadamente tenta cavucar o solo com suas próprias mãos, lágrimas escorrem de seu rosto, enquanto sussurra chamando por Hiro.

- Ele era um demônio, ele tinha que ir.- diz uma voz grossa e rouca vindo da escuridão.

- Quem é você ? - pergunta Ágatha em um sobressalto olhando em sua volta.

- Sou um velho conhecido minha querida.- um rosto envelhecido sai de trás de um cedro, com um capuz marrom iluminando pela luz do luar, sua barba longa branca se misturava com seus longos cabelos brancos, o deixando com o ar ainda mais envelhecido.

- Mago? - pergunta Ágatha o reconhecendo.

-Sim,minha querida.

- Hiro não é um demônio, ele só está assim pois teve que usar um elixir para ter chances contra o monstruoso rei lagarto, porém apesar da sua forma ele ainda é o doce Hiro de antes, o mesmo Hiro que o senhor ultilizou minhas asas para trazer uma pequena parte de Hiro para esse mundo.

- E vejo que as recuperou- diz ele se aproximando e tocando suavemente suas asas transparentes.- Deve ter sido uma dor insuportável- concluí.

- Por favor, traga ele de volta para mim, nem que tenha que arrancar minhas asas novamente- diz Ágatha segurando suas mãos e se ajoelhando em sua frente aos prantos.

- Desta vez não será preciso, essa esfera- diz ele apontando para a pequena bola caída perto do lago, a mesma que Almira havia lhe jogado- É uma caçadora de demônios, ela aprisiona os fazendo comandar o tempo e espaço, os deixando sem alma, apenas corpos vazios que são escravizados pela eternidade, tudo o que você tem que fazer é achar um demônio e tocar a esfera em seu corpo e quando o buraco do espaço tempo se abrir você você irá agarrar seu corpo, certifique em matar o demônio,pois se ele te machucar poderá ser fatal para uma criatura pura como você fada, então quando estiver dentro o procure e o convença a deixar se aproximar a mesma esfera o trazendo de volta- diz o mago apontando para a terra remexida por Ágatha.

-Mas aonde eu encontro um demônio?- pergunta Ágatha.

- Me de sua mão.- diz ele, Ágatha estende sua mão até ele que a agarra e logo em seguida tira um punhal de seu manto cortando sua mão fazendo com que o seu sangue escorresse caindo no chão, e de repente os dois são envolvidos por uma bola brilhante que os leva para a frente de uma caverna, dentro da mesma uivos e gritos assustadores saiam- Entre minha queria e leve isso - diz ele lhe dando o punhal, e no mesmo instante desaparecendo.

Ágatha com receios, entra no breu da caverna, a escuridão a abraça enquanto gritos e uivos a atormentam, metros depois da entrada da caverna uma luz fraca chama sua atenção, cuidadosamente ela se aproxima, os gritos e uivos ficam cada vez mais altos e insuportáveis, de repente garras tentam agarrar seus braços, dentes afiados mordem o ferro da jaula, olhos vermelhos a encaram, olhares famintos, Ágatha da alguns passos para trás caindo perto da jaula atrás, batendo suas costas na mesma, algo cai dentro da jaula, um forte cheiro de carne podre se exala pelo ar, ao olhar vê um corpo de um homem em decomposição, seu braço caído perto das grades, ela então tenta ultilizar a esfera no braço do homem, nada acontece.

Caixas caem no chão, causando um grande barulho fazendo com que Ágatha rapidamente olha-se para trás. Uma das criaturas com um jaleco branco rasgado a encara, seus olhos sem vida de um vermelho sangue a encarava, salivando e saltando ruídos agoniantes, que sai em disparada em sua direção, suas garras deslizando pelo chão, ela corre desesperadamente entrando em uma das jaulas vazia, a criatura enfiando suas patas dianteiras tentando a agarrar com suas garras, Ágatha olha ao seu redor tentando encontrar algo, e para sua surpresa encontra um facão, imediatamente ela o pega, se aproxima das grades, fecha seu olhos e com toda sua força golpeia os braços da criatura que solta um berro fazendo com que quase todos os sons parassem, ele cai no chão, ela sai da jaula o golpeando rapidamente seu coração com o punhal e rapidamente aproxima a esfera de suas costas o abraçando, logo em seguida uma rachadura surge por baixo dos seus pés e novamente o buraco se abre e eles caem. Ágatha com os olhos fechados sente uma mudança no corpo da criatura fazendo com que os abrisse, sua pele peluda se desfazia dando lugar a uma pele humana, seu corpo agora claramente de um homem com um jaleco branco rasgado, seu peito estava a mostra e havia três grandes corte ainda aberto em formato de garras, seus cabelos loiros e lisos se balançavam, seus olhos fechado, sua face pálida sua expressão era como se estivesse apenas em um sono profundo, com tristeza ela o abraça novamente.
Os dois corpos caem sobre o solo, novamente uma escuridão, Ágatha está sobre o corpo do homem sem vida, ela retira o punhal cravado e sai de cima de seu corpo rapidamente, seus membros cortados começam a escorrer sangue, Ágatha engatinha por um pequeno buraco que cada vez se estreita mais, ela vê uma pequena luz em sua frente e estica sua mão abrindo um buraco sobre a terra
Ela se encontra em um enorme jardim, flores multicoloridas cintilavam sobre a luz do sol, que agora iluminava um dia de céu azul, pássaros cantavam alegremente sobre as árvores. Ágatha se depara com um enorme casarão, cujo suas portas estavam encostadas, Ágatha sente suas roupas largas, talvez pelo fato de suas asas terem rasgado as costas de seu vestido. Ela entra, uma bancada de madeira escura está em sua frente, um espelho ao seu lado que atraí sua atenção, ele não reflete sua imagem, e sim de uma criança de aproximadamente dez anos, ela se aproxima mais, colocando sua mão no reflexo, percebendo que sua forma havia mudado, suas pequenas e delicadas mãos apalpava sua face, sentia a dor de um corte profundo em seu rosto causado pela queda, então fica ali se observando em frente ao espelho a imagem de sua nova forma confusa. Uma voz familiar tira a sua atenção.

- Olá garotinha, posso te ajudar?- diz uma voz suave saindo de trás da bancada, então surge grandes asas negras.

- Hiro?- diz Ágatha se virando rapidamente para a bancada, contemplando a visão de hiro a olhando docemente, e correndo para sua direção tropeçando em seu vestido que agora não a servia fazendo com que ela caísse.

- Você está bem ? - pergunta ele, sem sair do lugar.

- Hiro, sou eu Ágatha.

- Desculpe, você está me confundindo com outra pessoa.

- Não, não estou, por favor vamos embora daqui Hiro- diz ela se levantando com seu vestido ainda mais rasgado.

- Deixe-me te ajudar- diz ele saindo de trás da bancada e abrindo uma porta de madeira que dava em um imenso corredor com milhares de portas semelhantes- Siga esse corredor até o final, lá estará o grande juíz, ele certamente lhe dará roupas decentes e lhe ajudará achar essa pessoa que você procura - Ágatha corre para ele de braços abertos para o abraçar porém é impedida, pois ele fecha a porta em sua frente, voltando para trás da bancada, Ágatha tenta abrir novamente a porta que está trancada, começa a caminhar pelo corredor, observando as grandes portas de madeira fechadas.

A maldição do reino de Baruk (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora