A origem da maldição

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- Eu tinha dez anos na época, meu irmão Victor havia nascido a pouco tempo, mas já roubava toda a atenção para ele, meus pais, os empregados, os súditos, todos só se preocupavam com ele...apenas com ele, na noite que ele fez um ano eu me levantei, entrei em seu quarto que era ao lado do quarto dos meus pais, ele estava dormindo então coloquei um travesseiro sobre sua cabeça e pressionei na tentativa falha de asfixiar, pois minha mãe apareceu e vindo para cima de mim quando percebeu o que eu estava tentando fazer, na tentativa de me defender eu bati o abajur de ouro em sua cabeça, ela desmaiou meu pai deve ter ouvido o som de seu corpo caindo e de Victor chorando, entrou correndo pela porta, eu me escondi por trás da porta e quando ele entrou eu o esfaqueei pelas costas, para garantir que minha mãe não acordaria e me entregasse eu cortei sua garganta, ouvi guardas subindo para o quarto então não tive tempo de me livrar do meu irmão, me fiz de desesperado ao ver aquela cena, eu e Victor fomos levados para outro quarto desde então, depois do ocorrido eu era o mais importante do reino de Baruk, o único a tomar as decisões, eu tinha aprendido a amar meu irmão, ou pelo menos o aceitar. Passou um longo tempo, Victor estava com quinze anos eu vinte e cinco, ele estava estranho, saia todos os dias e voltava tarde, um dia eu resolvi segui-lo, ele se embrenhou no meio do mato indo para a cachoeira, eu o perdi de vista, mas em compensação vi uma jovem de longos cabelos negros como a noite ondulados como ondas do mar, sua pele pálida, seus olhos cor de esmeralda, seu corpo nu mostrando suas curvas...eu me apaixonei a primeira vista, eu queria me aproximar mas sabia que se eu o fizesse iria assusta-la resolvi esperar, não muito tempo depois Victor entrou na água, ele não podia a ver, eu pensei em fazer algum barulho para que ele me visse e saísse de lá, mas para a minha surpresa ela mergulha e aparece de frente a ele o abraçando e o beijando, então percebi que ela era o motivo dele sair todos os dias. Fiquei anos indo ver eles as escondidas, e anos depois eles se casaram, ela veio morar no castelo, eu estava perdidamente apaixonado por aquela mulher, meses depois do casamento ela demostrava interesse em mim, iniciamos um romance escondido de todos, Victor se ocupava em cuidar do reino não tinha tempo para perceber a frieza de sua esposa, depois de um tempo ele apareceu com um recém nascido praticamente morto, eles o criaram como filho e Kate me abandonou logo depois daquela criança aparecer, eles voltarem a ser uma "família feliz", Victor novamente estava roubando tudo de mim e eu não ia aceitar, Hiro estava crescendo como filho de sangue, eu estava tentando reconquistar Kate enquanto ela fingia ser apaixonada por Victor, e por esse motivo...dele ter um "herdeiro" ele foi nomeado como o Rei do reino de Baruk, ele arrancou tudo de mim, meus pais, meu amor, meu poder, Kate havia voltado parcialmente para mim, mas não completamente...anos se passaram ele estava com trinta e sete anos eu com quarenta e sete, eu não queria mais aquela vida, eu não queria ver o amor da minha vida dormindo com outro, então eu saí daquele castelo e pelo caminho encontrei um senhor que dizia ser um necromante, e que tinha algo pra mim, que mudaria tudo, eu então perguntei o que era, ele me disse que Victor morreria deixando pra sempre de roubar tudo de mim, Kate iria ser perdidamente apaixonada por mim, todos que conheciam a família Baruk iriam se esquecer de Victor,Kate e Hiro, a memória de Hiro também seria afetada não se lembraria de nada, seria um adolescente perdido, mais para que tudo isso acontecesse eu teria que cuidar de Hiro e faze-lo acreditar que eu tinha adotado quando o encontro abandonado na floresta com três anos,eu sabia que Kate iria me ajudar nisso então aceitei e assinei um contrato, a tinta da caneta tinha um cheiro de sangue fresco e uma cor vermelha, mas eu achava tudo aquilo uma loucura, eu mesmo teria que dar um jeito tanto em Victor quanto em Hiro sem Kate saber que eu planejava matar Hiro também, mas passou dias, Hiro chegou numa tarde dizendo a todos que estava noivo, seus pais no dia seguinte foram conhecer a tal noiva, foi quando tudo aconteceu, diante dos meus olhos todos sumiram para sempre, inclusive minha amada kate, Hiro não se lembrava de nada e nem ninguém, sua noiva foi atrás de um mago e nunca mais voltou provavelmente foi morta pelas mesmas criaturas de antes, dragões começaram a aparecer e atacar o reino, Hiro era um treinar de dragões, o único com coragem o suficiente no reino, o tal necromante apareceu no reino, me disse para ordenar Hiro ir para a ilha dos dragões para pegar ovos, e assim eu fiz, depois que Hiro saiu o necromante me abordou para me contar algo sobre Hiro e sua noiva Ágatha. Os dois se conhecerem não era obra do destino e sim dele e pelo contrário o destino os havia separado porque Hiro é a própria morte e Ágatha é a vida, e bom...sabemos que isso não irá dá certo para nós mortais, um romance entre a vida e a morte irá abalar todos os seres vivos, no começo ela só enviava presentes a ele e depois isso passou a contatos físicos, mortes acidentais fora do tempo apenas para que a vida fosse reviver concertando assim o "pequeno erro da morte" e assim eles pudessem se ver, o destino não gostou muito disso pois casais que deveriam se conhecer foram impedidos porque tanto a vida quanto a morte estavam ocupados demais se amando, mas nem Hiro e nem Ágatha se lembram de seu passado, porque assim como eu, eles serão julgados pelo seu amor.

- Você está dizendo a todos aqui, que você matou seus pais, tentou matar seu irmão mais novo, traiu o mesmo, assinou um contrato maldito com um necromante iniciando assim uma maldição sobre o Reino de Baruk?- pergunta o juíz.

- Eu não sabia da maldição.- diz Arthur Baruk.

- Você assinou um contrato com um necromante, era de se esperar, mais sua burrice lhe trouxe aqui.

- Não, o meu amor por uma mulher me trouxe aqui.

- "Uma obsessão por uma mulher te trouxe aqui" seria o certo, e por algo tão vazio você trouxe uma maldição para o reino, você sabendo que a vida e a morte não poderiam se reencontrar você ajudou à um necromante fazer eles se aproximarem em sua forma humana colocando em risco todos os seres vivos, por sua sorte o destino conseguiu os separar novamente, mas isso não anula o que você fez, eu te julgo, e sua sentença é sua morte, sua alma ficará presa ao seu corpo enquanto os vermes devorarem lentamente sua carne enquanto ela apodrece esquecida em um caixão, e quando isso acabar sua alma se prenderá aos seus ossos na escuridão d'baixo da terra, você estará sozinho até a última partícula de seus ossos desaparecerem, e finalmente quando isso acabar, sua mente ficará presa no casamento de seu irmão com a mulher que o trouxe aqui.

A maldição do reino de Baruk (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora