Teen. 8 ✦ Toalete em guerra.

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Balanço a cabeça em negação, com o rosto coberto por lágrimas e ela joga as fotos no chão me dando a visão ampla das mesmas.

— O que é isso? — Diarra pergunta indignada. — Você é doente? Expor isso é mais do que errado, é crime!

Pego as fotos e vejo uma por uma.

Tenho em mãos as imagens dos dois transando, que ficam piores a cada vez que vou passando para ver.

— Mas que porra! Que porra, Shivani! — Grito, trêmula, sem saber mais como reagir. — Isso é nojento!

— Para de ver isso, Joalin. — Sina tira as fotos das minhas mãos. — Ela quer escândalo!

Meu corpo treme, enojado.

— Não vê, Joalin? Ele engana você, e você, tola, acredita.

De repente, Diarra voa a mão na cara dela fazendo a menina cair no chão.

— Não chegue perto da minha amiga nunca mais, louca. — Ela exige, enraivecida após me ver constrangida. — A escola toda está lá fora. Todos ouviram os gritos, inclusive Bailey. — Diarra olha para nós e fala em um tom de aviso. — Viu o que fez, Shivani? Graças a você, agora demos o que falar.

Shivani se recompõe e volta a mencionar o meu nome.

— Que pena que eu tenho de você, Joalin. Acho que você não vai conseguir olhar pro seu Baleley de novo. — Ela imita a minha voz.

As amigas da garota aparecem e se aproximam dela, nos olhando com ódio.

— Não toquem nela de novo, sua vadias. — Taylor assume a frente. — A amiga de vocês ainda vai sofrer muito na nossa mão.

— E isso é apenas o começo. — Lena completa.

— Caralho, vocês são malucas? Que porra de papo é esse? Acham que são quem? As meninas malvadas? Só tem maluco nessa merda! Se eu soubesse não teria vindo pra cá.

— Não se mete, Gabrielly. — Shivani retruca. — Por que não volta pro Brasil?

Any respira fundo com a resposta, se contendo.

— Merda, daqui a pouco seremos expulsas pelo que nem temos culpa. — Sina passa as mãos pelo rosto. — Any, Heyoon e Diarra, vamos tirar a Joalin daqui. — Pede.

— Ela é tão frágil que se encostarem nela, vai acabar caindo! — Diz Ylona.

— Fica quieta, boba! — Heyoon se estressa. — Que mania de ficar grudada fazendo mal a quem nem se importa contigo, parece sanguessuga. — Revira os olhos. — Louca.

Ylona partiria para cima de Heyoon, mas Sina entrou na frente para defendê-la.

— Se você encostar suas mãos nela, eu te quebro todinha!

— Vamos logo. — Exige Diarra, cansada, e Any abre a porta.

A gritaria vem como um baque no nosso rosto. Quando Diarra disse que a escola toda estava no corredor, ela não brincou.

— Meninas, só tentem ser rápidas. Vamos tentar tirá-las desse sanatório logo. — Sina adianta nossa saída.

Ao nos virem, mais balbucios surgem. Conseguíamos ouvir a voz de Lamar, Josh e Bailey nos procurando e chamando ao mesmo tempo. Com pressa, saímos e entramos no carro de Sina. Any, Diarra e eu sentamos no banco de trás, enquanto Heyoon vai na frente.

Tento disfarçar minhas lágrimas que descem sobre meu rosto angustiado, olhando firmemente para a janela. Foi uma das coisas mais nojentas que já vi e me dói confessar que Shivani tinha razão. Depois de ter visto aquelas fotos, eu não sei se vou conseguir manter esse relacionamento. Sinto aversão.

Apesar da insegurança, eu estava muito feliz e animada com nossa relação.

Ficamos em silêncio por alguns minutos.

— Mas por que caralho vocês não tiraram a Joalin de lá? — Sina indaga.

— Como? Foi tudo muito rápido! — Heyoon tenta explicar.

— Rápido é o cacete, era só puxar ela para fora do banheiro e ignorar a Shivani.

— Porra, Sina, não tinha como! — Any diz. — Na hora que nós entramos a Shivani insistiu em mostrar as fotos e a Joalin... — Suspira. — quis ver.

— E por que vocês não foram pra cima dela? — Diarra pergunta impaciente.

— Porque até aquele momento nós não tínhamos visto nada. Só depois que ela mostrou. — Heyoon responde.

— O mínimo que você tinha que fazer era tirá-la de lá! — Sina grita, sem tirar os olhos do trânsito.

— Não era possível! — Any se exalta.

— É claro que tinha. Eu precisei entrar lá pra fazer alguma coisa. Vocês não foram capazes nem de defendê-la. — Diarra altera o tom de voz.

— A culpa não é nossa se para você tudo se resolve assim. — Heyoon retruca.

— Ela só pagaria na mesma moeda, Heyoon! Pensa um pouco! — Sina volta a falar.

— Bater naquela louca só pioraria tudo! — Any responde Sina.

— Já acabou, gente. — Diarra consegue o silêncio.

— Ela disse que ele falou enquanto transavam, que ficava ainda mais apaixonado por ela ao olhá-la. — Digo pela primeira vez depois de um tempo. — Ele disse para ela que eu jamais chegaria ao seus pés e que sou uma ingênua. — As lágrimas se multiplicam em meu rosto.

— Vamos resolver isso. — Sina fala, chateada.

— Vai ficar tudo bem, nós estamos com você. — Any diz compreensiva, me abraçando de lado.

— Me perdoe por não ter chegado a tempo, Lin. Você não merece. — Diarra faz o mesmo.

Ficamos caladas até chegarmos em nosso destino.

— Chegamos. — Heyoon avisa.

— A chave do apartamento está com a Yoon. Vou ficar aqui em baixo e já subo. Mas vocês devem ir agora. — Diz Sina.

Assentimos e pegamos o elevador.

Heyoon abre a porta, e entra dando espaço para passarmos. Sou a última a entrar e é naquele momento que meu corpo cai no chão e se desaba em lágrimas.

— Me desculpem. Estou mal, muito destruída. Não consigo absorver nada. — Tento falar, mas quase não consigo.

Em instantes, elas me rodeiam em um abraço acolhedor.

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