Teen. 5 ✦ Sangue, suor, esteria.

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— Qual é o seu nome, princesa?

— Joalin Loukamaa! Prazer.

— Henry Andrew. O prazer é todo meu.

Encarei seus olhos enquanto ele reparava em meus lábios e enfim decidi perguntar.

— O que quer, Henry?

— Vamos pra lá que eu te mostro. — Ele aponta para um corredor.

Olho para as meninas e elas piscam para mim. Insegura, seguro sua mão logo sendo guiada para o canto em que ele queria me levar. Aos poucos, percebo meu arrependimento incomodar. Foi uma má ideia.

— Você é linda, Joalin.

Ao chegar, Henry me prensa na parede, deixando nossas respirações cada vez mais próximas. Que merda de desconforto. Ele é bonito, mas não me sinto bem com essa proximidade exacerbada.

— Me concede a permissão de beijar a sua boca? — Ele pergunta em um tom de provocação.

— Henry, hoje eu não estou com...

Com pressa ele atinge os meus lábios e envolve a sua língua na minha. Um gosto de álcool percorre pela minha saliva, tornando o beijo desconfortável. Não está sendo como esperei, mas não há nada que eu possa fazer, já que não era ele quem eu gostaria de beijar.

O loiro continua na posição e tudo parece estar normal, até que ele é puxado para longe de mim com muita brutalidade, logo sendo jogado no chão.

Fecho os olhos de tão bruta a forma como ele se afastou e abro ficando assustada ao ver Bailey socando o rosto do mesmo.

Só faltava essa. Não sei se agradeço ou se me enraiveço por estar controlando minhas relações. Deve ter se esquecido que está comprometido e que eu não o interesso mais.

— Para, Bailey! — Exijo, assustada.

— EU DISSE PRA VOCÊ NÃO ENCOSTAR UM DEDO NELA! — Diz furioso e continua distribuindo socos.

Henry não se move, ele tenta se defender mas é quase impossível. Bailey o machuca muito e não para por qualquer razão que exista, deixando a face do garoto ensanguentada.

— Por favor, para! — Tento me aproximar, mas não consigo. — Você vai matá-lo, Bailey!

Um tumulto se forma entorno da briga e Heyoon me avista.

Bailey continua surrando Henry, até perceber que já está desmaiado no chão. Ele não parece cansado, pelo contrário, se pudesse continuaria até o final da festa, porém ao me olhar e ver o medo estampado no meu rosto, ele para. Bailey sai de cima dele e tenta vir ao meu encontro. O ignoro e olho para as meninas, que pedem para que eu saia daqui.

— Saia daí, Joalin! — Heyoon não consegue me alcançar, por isso grita.

Obedeço o que ela diz, e quando quase me aproximo, uma mão me puxa para fora da casa.

Tenho a imagem de Bailey com as mãos sujas de sangue, a blusa social preta encharcada marcando o seu abdome definido e o maxilar trincado.

— Quantas vezes vou ter que dizer que não é pra beijar qualquer um que ver pela frente? — Pergunta irritado.

— Você é louco? Me solta agora!

— Henry leva todas as garotas pra cama e você poderia ser mais uma delas. Por que ainda insiste em ser tão teimosa?

— E o que tem de errado nisso? Você não tem o direito de se meter na minha vida. Se eu quiser, eu vou pra cama com ele e o satisfaço da melhor maneira possível.

Não tenho papas na língua.

Bailey suspira e não hesita em me puxar para perto de si, deixando nossos rostos próximos. Fico nervosa e começo a tremer ao sentir seu hálito de hortelã.

— Olhe para mim, Joalin. — Ele exige e eu o olho. — Retire o que disse.

— O quê?

— Você entendeu muito bem, e eu vou repetir apenas uma vez. Retire o que disse. — Diz me puxando para ainda mais perto.

— E se eu não retirar? O que você vai fazer?

Bailey põe uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e olha para baixo suspirando logo em seguida. Em questão de segundos, ele ataca a minha boca e continua me segurando com firmeza.

A brisa bate fazendo meu cabelo voar, dando a mais pura liberdade aos meus fios. Ele passa a sua língua na minha e eu levo a minha mão direita até a sua nuca. Mesmo suado, sua boa fragrância entra pelas minhas narinas.

Ele desliza a sua mão até os meus quadris e continua me beijando. Porra, tô desconsertada. Isso é errado, ele namora. Não acredito. Porra.

Bailey descola os seus lábios dos meus e me encara umedecendo a sua boca inchada e avermelhada. Puta que pariu, não pode acontecer. Traição não.

— Bailey, você sabe que isso não vai dar certo.

— Por que não?

— Sempre fomos amigos, estamos confundindo as coisas. Você namora, Shivani não merece isso. Você sempre repudiou a traição. Eu repudio também. Vamos acabar com isso.

Me desvencilho dele.

— Fica comigo, gatinha. Eu não consigo mais esconder o que eu sinto por você.

— Você namora e não pode deixá-la assim.

— Comecei namorar com Shivani porque achei que conseguiria te esquecer. É impossível. Estou errado agora, muito errado. Mas vou consertar isso, terminar com ela e tentar deixá-la tranquila.

— O que você quer dizer com isso?

Que eu sempre fui apaixonado pela minha melhor amiga.

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