Teen. 26 ✦ Correndo contra o tempo.

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— Você enlouqueceu, porra? — Shivani arranca o celular da minha mão

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— Você enlouqueceu, porra? — Shivani arranca o celular da minha mão.

— Me deixa ir embora, Shivani. Você não ganha nada com isso.

— Nunca, jamais. Viva daqui você não sai, Joalin.

Meu sangue ferve. A minha raiva consegue ultrapassar o nível da minha dor.

Junto toda a força que tenho e empurro seu corpo. Ela cai.

Deixo o meu braço ferido sobre a barriga sem mexê-lo, e tento ir até a porta.

— Você não vai a lugar nenhum. — Shivani puxa meu cabelo e vou de encontro ao chão.

Meu corpo se contorce de dor não só pelo corte no antebraço, mas também pela minha cabeça que não para de doer. Fecho os olhos e espremo meus lábios tentando não gritar.

Ela não desiste.

Dói demais. Eu não sei se vou aguentar suportar essa dor que me consome por inteiro. Ela realmente está me torturando, assim como disse que faria.

Tudo o que eu mais quero é voltar pra casa, deitar na minha cama, calçar minhas pantufas de porquinhos, abraçar meus pais, meus amigos. Eu só quero sair viva dessa, mas isso parece cada vez mais difícil. Eu estou perdendo todas as esperanças, e acho que não vão conseguir me salvar.

— Para! — Não consigo conter o choro, então digo aos prantos.

— Pra quem você ligou?

— Não vou dizer. — Arrasto o meu corpo pelo piso empoeirado, me afastando dela.

— Pra quem você ligou, Joalin?

Levanto antes de ser chutada pela garota e acabo cambaleando para trás, sentindo o meu corpo colidir com a parede.

— Eu não vou dizer.

— Diz logo! — Ela dá um tapa violento no meu rosto.

Não, eu não consigo me defender. Minhas mãos tremem em um nível absurdo, e permaneço extremamente tonta. Não consigo pensar em revidar as surras que estou recebendo. Shivani é mais forte.

— Vai se fuder, sua piranha! Eu não vou dizer!

Ela rebate o meu corpo na parede. Minha visão apaga e eu não vejo mais nada.

                             (...)

Abro os olhos lentamente.

Eu não estou no mesmo lugar.

Ela me colocou em um quarto escuro, sem cama, sem luz. Não há quase nada ao meu redor, apenas uma pequena mesa com porta-retratos dela quando criança.

Olho para meu braço e vejo que ele está pior. Eu perdi muito sangue.

Meus lábios estão secos demais, eu nunca desejei tanto um copo de água. Me sento, ainda muito fraca e encaro a porta. Pelo menos não estou tão tonta quanto antes.

Eu preciso sair daqui.

Respiro fundo, tentando recuperar um pouco da força que eu tenho para me levantar.

Tá... pelo menos eu estou em pé agora. Penso.

De repente, Shivani abre a porta e entra como um raio, puxando a minha blusa e me levando para fora do quarto, agressivamente.

— Vamos ter que ir embora daqui por sua culpa, vadia. — Ela segura no meu pescoço e me prensa parede. — Você ligou pro meu Bailey, né?

— Eu já... falei... que não... vou dizer. — Ela aperta o meu pescoço.

— Diz. É melhor que diga logo. Eu não estou com paciência para..

Na força do desespero, a derrubo outra vez. Não sei como, mas a derrubo.

Dessa vez não tento ir até a porta, na verdade não deu tempo de pensar nisso. Ela me empurra.

Merda!

Acho que já nem sinto mais meu antebraço.

Levanto e sou supreendida quando ela começa a puxar meu cabelo até nos levar ao chão.

É... talvez ela não goste do meu cabelo.

— Você é uma fraca. Sempre foi, Joalin. Não me surpreende ser tão fácil acabar com você.

Coloco minha mão na sua nuca e começo a puxar seu cabelo também. Consigo obter vantagem e fico em cima dela, dando tapas no seu rosto.

— Para! — Shivani grita tão alto que me desconcentro e acabo sendo pega de supresa de novo, com meu corpo sob o dela.

Ela passa a estapear meu rosto, só que bem diferente do que eu fiz, dando tapas grotescos.

Como eu ainda estou viva?

— Vou te matar, Joalin! — Me agride. Outra vez.

Consigo sentir o cheiro de sangue vindo de algum canto do meu rosto.

Eu não posso morrer, não agora.

Ponho meu braço sem o ferimento na frente do meu rosto como forma de defesa, e chuto a sua barriga com meu joelho. Ela cai para o lado.

Corro mancando até a mesa, mas fraquejo e caio antes de alcançar o móvel.

Fico sentada de joelhos com as mãos estiradas no chão e me viro para a morena que se levanta e caminha em minha direção.

As lágrimas vão descendo aos poucos e os batimentos do meu coração ficam mais fortes.

Se ela não me matou antes, vai me matar agora.

Shivani assovia debochadamente e abre bem devagar a gaveta do criado-mudo que tem do meu lado, tirando uma pistola e apontando para mim.

— Agora acabou, Joalin.

Ela dá alguns passos para trás sem parar de mirar na minha cabeça, e coloca os dedos sobre o gatilho.

Fechos os olhos e...

SHIVANI, NÃO!

A atenção de Shivani é totalmente desviada de mim, quando olha para ele.

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