Decisão

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[Pov’s Lucy]

Lucy: Não, não, não... não!!! - A Juvia revirou os olhos.
Juvia: Será que dá pra dizer outra coisa, só pra variar?

Lucy: NÃO!!!! Mil vezes não!!!!
Juvia: Vamos Lucy não pode ser tão ruim assim.
Lucy: Como não pode ser tão ruim? Você não ouviu uma única palavra do que eu te disse desde que chegou aqui? Acho que fui muito clara quando disse que deveria se manter afastada do time de basquete e tudo o que tivesse haver com eles.
Juvia: Lucy, sejamos sensatas.
Lucy: Sensata? - Ri sem graça- Isso vindo da garota que acaba de correr exatamente pro lugar onde foi sensatamente aconselhada a se afastar?

Juvia: Pelo amor de Deus! É uma seleção para a equipe das líderes de torcida da faculdade e não pra uma quadrilha do crime organizado.
Lucy: É quase tão ruim quanto...
Juvia: Lucyzinha, minha querida irmãzinha, você sabe que todos os alunos da faculdade precisam entrar em algum clube, conta créditos no diploma.
Lucy: Sei, assim como sei que existem dezenas de clubes pra escolher, você poderia, por exemplo, entrar pro clube de debate. -Sugeri.
Juvia: Não sou boa falando em público.
Lucy: Tem o de artes plásticas.
Juvia: Não tenho nenhum talento nisso também.
Lucy: Tem o clube de xadrez, o de leitura... - Continuei sugerindo e recebi um olhar mortal dela.
Juvia: Sem a menor chance, já me escrevi na seleção da equipe das líderes de torcida e é lá que vou ficar, além do mais o papai e a tia Laila aprovaram a minha escolha.
Lucy: Como é que é??? - Eu perguntei incrédula.
Juvia: Eu liguei pra eles hoje mais cedo, sabia que se deixasse você teria feito com que eles fossem contra, então me adiantei e eles aceitaram e inclusive me disseram que torceram por mim. Sabia que é a mais concorrida das equipes? Além do time é claro...

É claro que eu faria exatamente isso! Ligaria e faria com que eles me apoiassem contra essa ideia absurda. Mas conhecendo a Juvia como eu conheço, ela deve ter aplainado bem o caminho e de nada serviria o que quer que eu falasse agora, essa garota era muito esperta pro seu próprio bem. Tudo o que eu conseguiria era parecer enciumada do sucesso dela.

Ela continuou falando sem parar do quão bom isso seria pro curriculum dela enquanto eu apenas olhava pra ela, não dá pra acreditar... Eu sabia que ter a Juvia aqui seria sinônimo de problemas, mas se meter com a equipe das líderes de torcida e consequentemente com o time era demais inclusive para os meus piores pesadelos.

(Quebra de tempo)

A Juvia e eu não nos falamos tem dois dias já, na realidade, desde que ela me deu aquela notícia, pra ser mais exata. Quem é que em sã consciência, aceita fazer parte daquele time de diabas de saia?

Em partes, por conhecer um pouco a azulada, entendo seu lado, afinal a mesma sempre desejou estar em frente aos holofotes, onde todos prestassem atenção e a admirassem, mas no fundo ela não passa de uma garotinha doce e ingênua esperando pelo seu príncipe encantado. E quando ela se der conta de que a vida não é um conto de fadas vai se machucar profundamente.

E eu não sou capaz de ver isso acontecer de braços cruzados.

Ando pelos corredores da faculdade, me perguntando o que posso fazer para ajudá-la, se bem que, se conheço bem a minha meia-irmã, ela vai dizer que não precisa ser salva e nem nada, já que está indo agitar uma torcida e não para uma guerra, no fim das contas. Estou tão distraída e preocupada, que não percebo a aula passar, apenas me dando conta de tal fato, quando a professora Áries vem até mim, tocando no meu ombro:

- Está tudo bem Lucy? - pergunta e eu nego, a mesma se senta na carteira a minha frente, como se pedisse para que eu lhe contasse tudo, exatamente como uma mãe faz com sua filha adolescente e por um momento, realmente me sinto uma.

- Bom, a senhora deve saber que a Juvia é minha irmã e bem, vai participar da seleção para a equipe das líderes de torcida - explico, a vendo sorrir.

- A Aquarius falou algo sobre essa seleção na sala dos professores, vai ser durante o intervalo do primeiro jogo do time, com os professores e a arquibancada como juízes. - Ela me olhou. - Isso é algo bom pra Juvia, não é?

-Claro que não é!

-Sejamos claras uma com a outra Lucy, o que te incomoda tanto sobre ela passar mais tempo com gente nova? - Ela questiona, me analisando com atenção, afinal, a mulher não deixa passar nada.

- Tô preocupada com ela, quer dizer, essas meninas não são boa coisa e tampouco os meninos, eles vão usá-la e destruí-la completamente, e sendo uma… delas, a mesma vai passar o maior tempão junto desses jogadores e vai se deixar levar.- Falo, a vendo assentir.

- Pelo que entendi, você não quer que ela se machuque, embora não sejam muito ligadas, você se preocupa e isso é lindo - diz, e por um momento, acho que ela entendeu, até que… - mas será que é apenas isso mesmo?

 - Como assim? - na boa, eu não devia ter perguntado, porque me arrependi na hora em que ouvi a resposta.

- Será que não tem nem uma pontinha de ciúmes? Quer dizer, a mesma vai ser vista, admirada por todos, ser uma das populares e sem dúvidas se dar muito bem na faculdade, diferente de você que sempre está por trás das cortinas e nunca no palco, além de que, os garotos mais incríveis vão prestar atenção nela… - não suporto mais ouvir isso, deste modo, me levanto, guardando minhas coisas.

- Olha, isso não tem nada haver com nada! - falo, não querendo ser grossa, mas sem poder evitar - não estou com ciúmes da Juvia e sim preocupada, é bem diferente - digo, me preparando para sair dali o mais rápido possível, mas a voz da minha professora, me para.

- Lucy, com ou sem ciúmes, ou preocupação como você preferir chamar, não pode prendê-la para sempre e... – Ela fez uma pausa no seu discurso e sorriu pra mim, eu senti um arrepio na espinha. – Você se lembra no seu primeiro dia aqui na faculdade, quando você me disse o porquê de ter escolhido jornalismo?

-Claro que lembro! – Respondi meio tonta pela mudança repentina de assunto. – Eu disse que um bom jornalista é capaz de mais do que apenas informar, ele tem o poder de mudar mentes e quebrar tabus.

-Exato! E você se lembra da proposta que lhe fiz há alguns dias sobre o estágio na revista, você me disse que queria o emprego. Você vai aceitar ou não?

-Ah professora. – Suspirei cansada. - Com a Juvia consumindo cada grama da minha paciência mal pude pensar nessa proposta, e escrever sobre algo tão frívolo quando a atração das garotas pelo time... Aff...

Por um momento, eu quis dizer não, porém, uma ideia surgiu e se isso fosse um desenho animado, aposto que teria uma lâmpada em cima da minha cabeça, eu finalmente entendi o que a Aries estava me propondo e era simplesmente genial!

Eu precisava fazer esse trabalho pra conquistar um emprego, ao qual sempre almejei e ninguém sabia sobre essa proposta, o que seria perfeito e se com isso eu pudesse mostrar a todos a sujeira que havia por trás daqueles rostinhos bonitos e sorridentes...

Não posso pedir a ninguém para me deixar fazer essa entrevista, já que possivelmente, iriam mentir ou parecer deslumbrantes como sempre e eu precisava de algo verdadeiro, ou seja, se eu aceitasse o trabalho teria de dar um jeito de saber a verdadeira natureza deles.

- E então Lucy, você aceita fazer esse trabalho? Ou já posso começar a procurar outra pessoa interessada? - a professora Áries me pressionou.

- Eu aceito - digo, sorrindo juntamente com a rosada a minha frente.

- Ótimo! Vamos conversar depois sobre, para que eu possa ajudá-la melhor, só lhe peço que tente manter a mente aberta, sei que tem uma postura pré concebida sobre eles, mas tente retratar os fatos da forma mais verdadeira e neutra possível. - diz, saindo rapidamente dali.

-Acredite, tudo o que quero é mostrar a verdade sobre tudo isso. Não vai se arrepender de me indicar pra essa vaga. – Ela sorriu.

-Tenho certeza que não. E também sei que esse trabalho fará muito bem a você.

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