Oportunidade

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[Pov’s Mirajane]

Desde o momento em que recebi a ligação da Lucy dizendo que a Lisanna estava no hospital, meu mundo saiu um pouco do eixo.

Mais de uma semana com ela internada cobrava seu preço em forma de olheiras e dores pelo corpo em mais lugares do que eu era capaz de nomear.

Meu pai como era de se esperar não me facilitou as coisas, ele fez questão de deixar claro que me considerava a única culpada pelo estado dela, por ser um péssimo exemplo de irmã mais velha e etc... etc... Cumprindo fielmente com sua palavra não ajudou em nada com as despesas e só a visitou uma vez trazendo consigo mais críticas e julgamentos do que amor paterno.

Minhas contas atualmente se encontravam em um distinto tom de "vermelho desespero", encaminhando-se a passos rápidos para o "preto fundo do poço"...
Descuidei dos negócios que já não iam lá muito bem das pernas, a falta de funcionários e a minha ausência para suprir essa necessidade afastou alguns clientes.

Claro que eu sempre podia pedir um empréstimo no banco, mas eu não sabia se teria condições e forças pra pagar. Eu vinha enrolada com as contas muito antes de colocar um empréstimo nas equações.

Podia também aceitar um empréstimo do Natsu, mas além do problema anterior referente ao pagamento, o pai dele saberia e consequentemente o meu também.

Eu via com desânimo a derrota se aproximando em forma do momento, em que a situação chegaria a um ponto insustentável e onde eu teria que me render e voltar pra casa do meu pai, casar com que ele decidir obedientemente e ser infeliz pro resto dos meus dias.

Minha única alegria, consistia no fato de que a Lisanna pelo menos estava se recuperando bem, as medicações e o período de internação ajudaram a deixá-la mais forte, as sessões com o psicólogo estavam sendo bem aceitas, e ser paparicada durante as visitas pelos amigos e principalmente pelo Bickslow davam a ela toda a motivação necessária.

Ok, se eu tiver que ser realmente muito sincera, não só a melhora da Lisanna...

Às vezes, a ajuda que precisamos vem dos lugares mais inesperados.

No meu caso, essa ajuda apareceu na forma de um loiro, alto, forte e lindo, capaz de roubar todo o fôlego dos meus pulmões, e que atende pelo nome de Laxus Dreyar.

Ele ajudou a socorrer a Lisanna quando ela passou mal na casa da Lucy, eu me lembro de tê-lo visto e agradecido quando cheguei ao hospital, mas eu estava em choque e não tinha cabeça no momento pra dar uma analisada mais detalhada no cara.

Mas algumas horas depois, quando todos já haviam sido embora e a Lisanna dormia tranquilamente na maca, eu permanecia acordada, me sentindo culpada e me auto repreendendo pelo que havia acontecido a ela, por não ter sido mais atenta, mais presente.... Então o interfone do quarto tocou. Era ele.

Mesmo sem conhecer a ela ou a mim, ele disse que ficou preocupado, pediu notícias.

Não sei porque, talvez levada pelo desespero, ou pela facilidade de falar com um completo desconhecido por telefone, eu simplesmente desabei.

Sem nenhum constrangimento eu joguei sobre o pobre desavisado todas os meus problemas, dúvidas e frustrações.

Passamos quatro horas apenas nessa primeira ligação e quando coloquei o telefone no gancho tive a certeza de que sem sombra de dúvidas ele nunca mais ligaria.
Imaginem então a minha surpresa quando no horário de visitas nesse mesmo dia ele foi o primeiro a chegar ao hospital.

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