[Pov’s Juvia]
E o esperado dia da seleção finalmente chegou, eu estava tão nervosa... Foram as duas semanas mais tensas da minha vida, treinei exaustivamente os passos da coreografia que a professora Aquarios nos passou. Eram passos de dificuldade moderada com giros praticamente impossíveis, mas que precisavam ser executados com leveza e graça como se fossem a coisa mais simples do mundo, e realizada em duplas onde precisávamos ter um sincronismo perfeito.
Como se não bastasse, a Lucy também tem estado estranha esses dias, não tentou mais me convencer a desistir da seleção e não reclamou nem uma única vez por eu todos os dias depois das aulas sair para treinar com a Levy McGarden, minha dupla, sob a supervisão da Lis.
Eu tenho certeza absoluta que ela está armando algo, só ainda não consegui descobrir o que é.
Mas nada disso importa agora, ajeitei o uniforme que recebi para a apresentação e saí decidida do vestiário, eu daria o melhor de mim hoje.
A equipe de basquete ainda estava em quadra, e como já era de se esperar ganhando, as líderes veteranas faziam seu papel incentivando a torcida e os jogadores. Minha visão foi tomada pelo Gray-sama fazendo um passe genial para o capitão da equipe que converteu aumentando a vantagem no marcador, meu sangue se aqueceu na hora, eu não teria realmente nenhum problema em torcer para ele.
E saber que ele vai estar ali de pertinho assistindo a minha apresentação, e que quando eu conseguir estaremos ainda mais próximos, viajando sempre no mesmo ônibus, dei um suspiro sonhador.
Será que ele torcerá por mim também?
[Pov’s Natsu]
O jogo estava excelente, mesmo sendo apenas um amistoso era uma boa demonstração do que nossos adversários se deparariam no estadual.
A torcida compareceu em massa, a grande maioria na verdade estava muito pouco interessada no basquete, o que eles queriam mesmo era ver garotas escassamente vestidas se exibindo na seleção da equipe das líderes de torcida que aconteceria no intervalo do jogo. Dentre os próprios jogadores a expectativa era imensa:
- Mal posso esperar pra avaliar bem de pertinho as novas gostosas que vão torcer pro papai aqui. – Foi a primeira frase do Euclife assim que o apito indicando o intervalo soou.
- Carne nova no pedaço! – Gajeel também se animou. – E num movimento impensado apenas revirei os olhos.
- Ah qual é capitão, vai dizer que não é chegado na fruta? – Sting mais uma vez zombou e eu lhe lancei um olhar irritado. – O titio não iria ficar nada feliz se soubesse disso.
Sting Euclife, meu primo era simplesmente o pesadelo da minha existência na faculdade, ele relatava ao meu pai absolutamente cada um dos meus passos, desempenho acadêmico, em quadra, vida social... TUDO!!!!
Desde que eu terminei com a Angel, um namoro exigido pelo grande senhor Igneel Dragneel a marcação ficou ainda mais cerrada e sem nenhum segundo de descanso. Num momento de total irritabilidade com a Angel e sob comentários desagradáveis desse tipo do Sting acabei fazendo uma burrada enorme, aceitei o desafio e “fiquei” com a Bisca, chefe das líderes de torcida.
Foi uma única vez, mas o arrependimento perpetua até hoje. Mas que de alguma forma foi bom uma vez que fez meu pai passou a acreditar que aos dezenove anos, ainda cursando faculdade e no time de basquete, entrei em algum tipo de “fase pegador” e que quando tudo isso passar estarei pronto pra assentar a cabeça e me casar, verei a razão e voltarei pra Angel... Até a própria Angel decidiu acreditar nisso, dá pra acreditar?
Que Deus me ajude! No que depender de mim eles que esperem sentados!
O fato é que depois disso preciso sempre aparecer com uma garota diferente nas festas, baladas e qualquer outro lugar em que o Sting ou alguém do time esteja pra manter a fama e a minha sanidade mental.
A verdade é que eu já estou é com o saco cheio disso tudo, mal vejo a hora de me formar e completar vinte e um anos, idade em que meu avô materno estipulou para que eu recebesse a minha parte da herança, e aí sim, livre da pressão do Sr. Igneel vou poder viver da forma que eu bem quiser, além de poder escolher com quem namorar e casar.
- Já te provei que sou capaz de ganhar qualquer garota que me interessar, no fim nós sabemos que as que eu escolher vão acabar mais cedo ou mais tarde na minha cama, ao contrário de você que não anda pegando nem resfriado e vai acabar tendo que se satisfazer com a mão como sempre. – Os assobios e risada do restante do time tirando sarro dele cresceu ao meu redor e eu sorri satisfeito, enquanto ele ficava vermelho de raiva.
Ser capitão do time e pegador por excelência tinha suas vantagens e uma delas é poder me vingar um pouquinho do Euclife.
As líderes de torcida veteranas entraram em quadra tendo a Bisca como capitã, executaram a coreografia a perfeição como sempre, arrancando aplausos e assobios extasiados da arquibancada. Apesar de tudo, eu precisava admitir elas eram boas no que faziam, talvez um pouco magricelas demais, minha prima do lado materno Lisanna estava entre elas, mas como essa é a moda vigente no momento. Dei de ombros. Seis delas estavam se formando este ano e por isso deixariam a equipe, mais seis seriam selecionadas hoje para ocupar as vagas disponíveis.
Então as duplas de aspirantes começaram a ser apresentadas.
Houve então uma sucessão de garotas desejosas dessas vagas, coreografias ensaiadas, umas boas, outras nem tanto, alguns erros básicos, dois tombos feios que sem dúvidas deixariam hematomas.
Assisti com renovado interesse a apresentação da irmã da Lucy com uma azulada baixinha, ambas eram mesmo muito boas, eu não tinha dúvidas de que conseguiriam as vagas, haviam sido as melhores se apresentando até o momento sem nenhum erro muito perceptível. O público vibrou entusiasmado quando elas terminaram com uma pose artística.
Então a professora Aquarios anunciou a última dupla e eu realmente acreditei ter ouvido mal, deveria se tratar de uma brincadeira de mal gosto.- Mira Strauss e Lucy Hearthilia.
Era simplesmente a dupla mais improvável de toda a faculdade.
A Mira também minha prima e irmã da Lisanna era uma albina belíssima, mas não tinha absolutamente nada haver com as líderes de torcida. Mira era muito ocupada pra isso, depois de muita insistência convenceu o pai delas a comprar uma lanchonete, ele cedeu com a condição que ela concluiria o nível superior e administraria sozinha sem nenhuma ajuda financeira dele, achando que ela, criada com todo o luxo como uma bonequinha de porcelana, logo cansaria e desistiria de ter um negócio próprio. Mas a Mira surpreendeu a todos, ela administrava sua lanchonete com zelo e enorme prazer, apesar de dona era facilmente encontrada atrás balcão recebendo e atendendo clientes.
E a Lucy... Ah... A Lucy é a Lucy... E ela simplesmente abomina tudo o que o time, as líderes de torcida, o status de popular e tudo o que ela representa.
Meu queixo caiu, quando as duas entraram em quadra. Era gritante a diferença em que as duas de corpo muito mais exuberante e torneado tinham das outras naquele uniforme justo e curto.
Elas começaram a apresentação e não sei como do possível, mas a quadra inteira silenciou, a coreografia que elas apresentaram continha passou muito mais difíceis e bem executados do que os das demais duplas. Elas se apresentaram em perfeita sincronia.
Quando terminaram a quadra explodiu em gritos, assobios, aplausos e comentários elogiosos e nem tanto.
Foi só aí que despertei do transe, o maldito time inteiro babava em cima delas é uma onda de fúria tomou conta de mim.
O que diabos deu na Lucy?
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Basket Case
FanfictionLucy Hearthilia era uma garota normal estava no meio do tão sonhado curso de jornalismo na Fairy Tail University, era dedicada aos estudos e vivia fazendo malabarismo com as contas de forma que sua mãe e seu padrasto não precisassem dispor de mais d...