She And He | Fillie

Two men

Millie P.O.V

Senti minha boca salivar, ou tentar pelo menos. Eu precisava de água. E comida. Eu não comia nada a quase dois dias. Por que ele não acabava logo com o serviço? Me deixar morrer de fome, demoraria mais do que um simples tiro na cabeça.

— E então princesinha? Acordada? — Perguntou, adentrando o trailer.

— Meus olhos estão abertos. — Respondi

— Bem, que bom. Temos muito trabalho a fazer. — Ele agarrou uma cadeira, se colocando a minha frente.

— Antes de tudo, eu quero dizer: Preciso de comer. — Ele riu.

— Eu não tô nem aí.

— Deveria. Preste atenção, eu não acho que seu plano seja de me matar de fome. Deve ter elaborado melhor, com certeza. — Disse o encarando. — E olha só, se não me der pelo menos água, eu vou desidratar. Se eu desidratar, o próximo passo é a queda de pressão, me fazendo desmaiar. Oh, depois disso, como vai conseguir as informações que tanto precisa? — Fiz uma pergunta retórica.

— Quer algo para comer? — Ele puxou sua bolsa. — Aqui está. E a água também. — Jogou um salgadinho junto a uma garrafa d'água.

— Com as mãos atadas? — Perguntei, mostrando meus punhos.

Ele afrouxa um pouco. Pelo menos, daria para mim agarrar a comida e levar até a boca.

— Agora, comece. Como eu posso tirar meu irmão da cadeia? — Perguntou.

— Fica difícil, se não sei quem é o seu irmão. — Comentei levando a garrafa até a boca.

— Sabe sim quem é. — Ele se aproximou de mim.

— Espera... Perry Thompson? Você é o irmão do Perry Thompson?! — Eu perguntei.

— Uau, você é boa. — Ele levantou o cenho.

— É claro. Quem mais seria. — Revirei os olhos. Eu deveria ter sacado de primeira.

— Como eu o tiro da cadeia? — Refez a pergunta.

— Não tem como. — Dei de ombros, sem importância.

— O quê?! — Ele se levantou irritado.

— Simplesmente, não tem como. Ele terá que arranjar um ótimo advogado se quiser. — Dei uma pausa. — Um que esteja a favor de uma grana fácil. Sim, advogados são bem caros. Mas, pode conseguir um do governo. Acontece que eles não fazem muito pelas suas causas.

— Então você vai tirá-lo da cadeia. — Disse. Eu ri.

— Eu? — Deu risada. — Eu estou contra seu irmão. O homem que ele agrediu era meu melhor amigo. — Limpei minha boca com o ombro. — Se quer minha opinião, seu irmão passará um bom tempo na cadeia. A não ser que pague a fiança. Se bem que, alguns crimes são inafiançáveis. — Concluí acabando com o salgadinho.

— Merda! — Gritou estressado, batendo o braço na cadeira, a jogando pra outro lado.

Estremeci. Meu coração bateu forte, e senti medo. Mas eu permaneci firme, sem demonstrar temor.

— Foda-se! Você vai ter que dar um jeito de tirá-lo de lá! — Gritou.

— Como?! Não pode me obrigar a resolver um caso. — Respondi.

— Vai ter que dar um jeito, entendeu?! — Ordenou.

Abaixei a cabeça por extinto. Esse homem era um louco, assim como seus irmãos. Tenho certeza que o outro é também. Eu preciso sair daqui, antes que ele faça algo pior.