Party

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Sábado, às 01:37pm

Senti a claridade vindo de encontro ao meu rosto. Abri o olho vagarosamente, vendo que as cortinas se movimentavam de acordo com o vento. Bufei, me virando pro lado, em uma tentativa falha de dormir novamente. Minutos depois, me dei por vencida, abrindo os olhos novamente, vendo que não havia ninguém ao meu lado.

Com cuidado, me sentei na cama, tentando acordar por completo. Senti minha alma voltando ao corpo, alguns minutos depois. Levantei numa velocidade alterada, sentindo que minha cabeça iria explodir. Parei por um segundo, até que ela voltasse ao lugar. Meu estômago embrulhou de repente. Foi aí que ouvi a porta sendo aberta.

- Já acordou. Que bom. - Ele disse fechando o quarto.

- Oi. - Falei ainda tentando me recuperar. - O que tem nas sacolas? - Perguntei.

- Boa tarde pra você também. - Encarei ansiosa. - E isso, bem, isso é comida. - Caminhei até ele.

- Boa sorte, meu estômago está péssimo. - Disse apertando os olhos.

- Eu imaginei isso, então... - Ele abriu uma das sacolas menores, me entregando um remédio.

- Comprou um analgésico? - Questionei. Ele afirma. - Por que eu deveria, não amar você? - Pergunto.

- É uma pergunta complicada. - Ele riu.

Abri a garrafa d'água, lançando o comprimido direto na garganta, deixando que o líquido o empurrasse pra dentro. Encarei as sacolas de comida, sentido que minha barriga estava prestes a roncar de fome.

- Talvez eu coma, um pouco. - Ele sorriu abrindo as vasilhas de isopor.

Mais tarde...

Eu estava deitada na cama, com as pernas entrelaçadas as dele, assistindo a um noticiário. Finn não entendia uma palavra, então, eu traduzia as notícias pra ele. Já que, as opções de legenda, não existiam naquela tv de 28 polegada do hotel.

- Quer ver outra coisa? - Perguntei, virando meu rosto a ele.

- Pode ser. Algo em nossa língua. - Ri, agarrando meu notebook.

A tela azul sumiu. Coloquei minha senha, rapidamente, dando início a uma outra. Dei play em algum filme da Netflix, enquanto sentia os braços de Finn envolvendo meus ombros, e seus dedos, acariciando meus cabelos.

- Eu não sei, se esse personagem deveria fazer isso. - Finn comentou sobre o filme.

- Não. Ele é machista. Preste atenção. - Apontei para a imagem.

- Então, por que tantas meninas estão atrás dele? - Questionou.

- Porque, ele é gato. - Expliquei.

- Mais do que eu? - Pergunta.

- Não. - Dei de ombros, encarando-o. - Acho que não. - Ele fez cara de descontentamento, cruzando os braços.

- Okay, então fica com seu galã. - Virou de costas. Dei risada.

- Para de ser bobo. Aproveita o filme. - Ele continuou de costas. - Ei! Finn? Muito maduro, realmente. - Revirei os olhos.

- Não fala mais comigo. - Fez birra.

- Okay, não falo. - Ele se virou pra mim, indignado. - Ciúmes não me atingem. - Dei de ombros.

- Está bem, já que é assim, vamos concordar, a protagonista é bem gostosa. - Cedi a provocação. Dei um tapa no seu ombro. - Que foi? Achei que não sentisse ciúmes. - Ele sorriu convencido.

- Depende, quando é você. - Fiz bico.

- Fica bonita brava. - Ele riu.

- Cala a boca. - Revirei os olhos.

She And He | FillieOnde histórias criam vida. Descubra agora