Finn P.O.V.
Me encontrava estagnado até dado momento. Esperava a chegada de Jack com ansiedade, mas ele estava atrasado. Ou era eu que estava adiantado demais. Me levantei do sofá e amarrei o cadarço de um dos tênis, que se encontrava solto. Suspirei pesado, e me guiei a cozinha a procura de água. Passando os olhos sobre o relógio, notei que na verdade, eu estava errado. E ainda faltavam uma hora para a chegada de Jack. Mais uma hora de tortura.
Mas, uma hora suficiente pra me fazer pensar.
Entornei o copo de água com agilidade, e o deixei sobre a bancada da mansão. Passei os dedos dentre meus fios de cabelo, numa tentativa falha de me acalmar. Era isso, não teria jeito. Passei os olhos sobre os armários, e os abri a fim de achar a caixa de remédios. Lá estava ela. Agarrei a vermelha, e virei um dos comprimidos para ansiedade na garganta. Isso deveria me ajudar.
Sentei-me e agarrei o mesmo copo. Respirei fundo, tentando tomar dimensões de todas as minhas ações. Como tudo havia se formado. Desde o começo, até os dia em que a vi saindo pela aquela porta. Pensei no que aconteceria depois da chegada do meu amigo. Suas respostas me traziam esperanças e medo ao mesmo tempo. Como eu poderia ter certeza de que Millie me aceitaria de volta? Que ela iria acreditar, se aquele vídeo não passasse de um mal entendido. Voltaríamos a estaca zero? Ou ainda pior.
E se aquele vídeo fosse verdade.
Estava aprendendo a conviver com essa hipótese, mas não gostaria de ter ficado com esperanças em vão. Eu quero com todo o meu coração que seja tudo mentira. Mas desejo ainda mais que ela me aceite de volta. Sentir seu cheiro. Seus lábios. Sua voz de sono depois de acordar. Queria sentir seu corpo suado no meu, enquanto fazíamos amor na sala de estar. Eu quero a sentir de novo. Preciso.
Era como se, nossos corpos estivessem conectados. Nossas almas ligadas uma na outra. Nossos espíritos imploram para nós ficarmos juntos, e meu corpo ainda mais. Preciso dela. Minha mente e meu coração.
Espero que ela saiba que eu ainda sou todo dela. Sou dela por inteiro e cada parte de mim mesmo. Espero que ela ainda seja minha. Quero de verdade acreditar nisso.
Dramático pensar nessa reviravolta que a vida dá de uma hora pra outra. Péssimo pensar que você precisa estar pronto para o que der e vier, seja bom ou ruim. Ou os dois. A questão é que eu já não sei mais se estou pronto para más notícias. Se estou preparado para me sentir um lixo de novo. Para olhar todos os dias no espelho, uma pessoa que deixou o amor de sua vida escapar pelos dedos.
Quem sou eu para julgar o destino. Eu acredito nele. E que se alguma coisa tiver que ser, será. Mas ainda me amedronta todas as formas de vida, em que ela possa não estar aqui.
Será mesmo que ela voltaria atrás com sua decisão? Essa era a minha maior questão agora.
Millie voltaria para os meus braços, depois de ouvir o que tenho a dizer? Ela permaneceria em sua vida perfeita em Los Angeles, ou em troca, voltaria para mim. Não posso competir contra isso. Contra uma carreira perfeita. Contra o escritório bem sucedido. Com os bailes chiques e amigos populares. Eu nem chego perto de alguma dessas conquistas. Não vale a pena, tirá-las dela. Seria egoísmo de um modo ou de outro.
Passei os olhos pelo relógio notando os minutos que ainda restavam, e mantive a respiração controlada. Mordi uma das unhas, arrancando pequenas lasquinhas. Na verdade, ela já estava curta o suficiente, para que sentisse dor ao fazer isso.
Me guiei a torneira, deixando a água corrente sobre. Merda por que eu sou assim? Quem voltaria de uma vida perfeita por mim?
Enquanto a água caía sobre minha mão, elevei meus pensamentos. Pensei em diversas possibilidades e momentos. Alguns bons momentos que vivemos juntos, e que ficariam eternizados na minha mente.
Flashback on
Narradora P.O.V.
Setembro de 2012, casa dos Brown's
Millie e Finn comemoravam um ano de namoro naquele sábado. Ambos desbravando a intimidade um do outro. A puberdade certamente não é fácil para ninguém. O desejo carnal, a atração, os hormônios a flor da pele.
Os dois adolescentes fujões, aproveitavam a ausência dos pais e tentaram esquentar o relacionamento. O momento em que todos sonham um dia chegar. Finn certamente pensou muito sobre isso, e conversou por tempos com o seu "amigo" íntimo, pouco antes. Mas não iremos falar disso.
— Tem certeza de que ninguém vai vir em casa agora? — Finn perguntou em meio aos beijos, com o medo de ser pego.
— Você quer parar de ser cagão? — Millie deu risada, tirando o fino casaco que a cobria além do vestido rodado amarelo.
— Você está muito bonita hoje. — disse ainda com as mãos tremendo.
— Obrigada. — ela deu de ombros, e passou para o colo do maior que suava da cabeça aos pés.
O quarto cores de cores pastéis amarelo e um azul bem claro, decorava com sutileza o quarto da morena. Mesmo que estivesse um pouco escuro pelas cortinas fechadas, abafando os sons de beijos estalados que saíam de lá de dentro.
Quando uma ou duas peças de roupa caíam sobre o carpete, os dois bobalhões riam da situação. Se beijavam com cuidado, mas força. Como se implorassem pelo corpo um do outro a muito tempo. Millie se encontrava apenas com suas roupas de baixo e Finn, não era diferente. Ele passou seus lábios pelos ombros da namorada, e sorriu ao sentir o seu perfume.
— Você tem cheiro de limão siciliano. — ela riu graciosa. Aquela risada que ele adorava ouvir.
Se beijaram com desejo dessa vez. Tentando suprir aquela paixão enorme, que não cabia dentro do peito. Suas línguas dançavam em harmonia, e Finn tomou liberdade para passear duas mãos no corpo livre da garota. Que para ele, era o mais belo de todos.
E quando tudo estava prestes a se concretizar, eles ouviram barulhos no andar de baixo.
— Mas que merda! — Millie gritou, tirando o namorado de cima de si mesma.
— O que foi isso? — Finn perguntou, tentando prestar atenção no que acontecia.
— Meu pai deve ter chegado mais cedo. — Disse apressada. — Mas não se...
— SEU PAI?! — disse caindo de cima do colchão.
— quem está aí?! — ambos ouviram do andar de baixo.
— Finn corre. — Millie ordenou, entregando sua roupas e se vestindo com agilidade.
— Pra onde eu vou? Eu...
— FINN ANDA! ANTES QUE ELE...
— MAS O QUE É QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?! — o mais velho escancarou a porta, deixando os outros de queixo caído. — Moleque, se afaste agora da minha filha!
Quando se encontra em situações de perigo, o mais sensato que animais e humanos conseguem pensar é correr. Finn não foi diferente. Agarrou seus tênis e calça e atropelou o senhor escorado na porta. Ele correu dentre os corredores, enquanto ouvia os gritos do outro lado do corredor. De um lado sua namorada o incentivava a correr, do outro Robert o dizia para ficar parado.
Tudo ia bem, até ele pisar em falso em um dos degraus.
Flashback off
Finn onn
Sorri desconcertado. Levantei minha calça até o joelho, e passei o dedo sobre a cicatriz que ainda permanecia ali. Acho que nunca senti tanta vergonha em toda a minha vida. Pior mesmo, foi o constrangimento de ter sido levado para o hospital pelo pai dela. Ri inalado, e ouvi o barulho na campainha.
Meu coração acelerou e senti meu estômago se embrulhar. Abaixei a barra da calça, e deixei o copo de vidro sobre a pia. Andei com velocidade até a porta da sala.
— Oi Finn.
____________________________________________Vai ler o outro, seu pão de milho.
( atenção : Cadie no próximo capítulo, pq sim )
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She And He | Fillie
Fiksi PenggemarMillie e Finn, eram amigos de infância. Se apaixonaram, e ambos foram um para o outro o seu primeiro amor. Até o garoto cometer um erro. Frustrada com o namorado, Millie se muda de cidade. Cinco anos depois, a garota volta, na intenção de se sentir...