Coffee

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Ele me guiou de volta ao mesmo corredor. Paramos de frente a Sadie, que falava algo com Jack e Caleb. Ela me olha de relance, e começa:

— Por onde se meteu?! — Exclama.

— Eu tinha que resolver algumas coisas, sobre o Noah. — Respondo. — Onde está o médico? — Pergunto.

— Falando com a mãe do Noah. — Suspirou.

Logo ambos saíram da sala. Karine manteve o olhar baixo, com o rosto vermelho, e olhos transbordando em lágrimas. Eu a olhei, logo correndo para abraça-la. Um abraço, que durou pouco tempo. Após o acontecido, o médico nus chamou, para adentrarmos a sala.

Me deparei com a pior cena, já vista em toda a minha vida. Doeu demais. Isso me corroía por dentro. Era como uma agulha, perfurando o meu peito. Meus olhos, no mesmo instante, se encheram d'água. Mas eu as contive. Tinha que me manter forte, em frente ao meu amigo.

Ele estava desfigurado.

Seu rosto, cheio de hematomas. Sua perna esquerda enfaixada, assim como a mão.

— Ah meu Deus! — Gritei pondo a mão na boca, afundando meu rosto nos ombros de Finn. Estava difícil conter o choro.

— O que tem pra nus dizer? — Sadie pergunta, com a voz embargada, falhando.

— Ele vai se recuperar. É forte. — Responde o médico.

— O que exatamente ele teve? As consequências? — Pergunta Gaten, se referindo aos machucados.

— Três costelas quebradas e uma perna, e o braço deslocado. — Responde.

— Céus. — Sadie tampou a boca com a mão. Vi uma lágrima escorrer pelo seu rosto branco.

— Quando ele acorda? — Fungo passando as costas das mãos no nariz.

— Isso é imprevisível. Provavelmente logo. — Responde. — Não precisam se preocupar. Ele se recuperará, sem sequelas. — Afirma.

— E enquanto ao trauma, de ter sido espancado? — Perguntei. Soou rude.

Ele fica sem resposta.

— Desculpe.

Silêncio.

— Tem um tempo médio, para a melhora dele? — Finn quebra o clima tenso.

— Como disse, é imprevisível. Porém, se ele seguir corretamente a fisioterapia, eu diria uns... Três meses. De três a quatro meses. Mas, tudo depende de um se. Os deixarei sozinhos com ele. — Sorriu se retirando.

Ninguém disse nada. Todos choravam. Parecia até, que Noah havia... Morrido. Acontece, que a cena era muito triste. Vê-lo deitado na cama de hospital, num estado crítico doía no meu íntimo. Tentava segurar o choro ao máximo. Só que, uma hora, não dá mais.

Desabei.

Meus soluços tomaram conta da sala. Não só os meus. Todos estavam no mesmo ritmo.

Até que, eu me acalmei. Assim que senti, uma mão gelada, tocar a minha novamente. Suspirei fundo. Entrelacei meus dedos aos dele. Ele faz com que eu me sinta segura, no meio de um turbilhão de notícias ruins. Seu toque era bom.

Vai ficar tudo bem. — Cochichou no meu ouvido, me abraçando de lado.

Realmente, ficou.

Três dias depois
Narradora Onn

Essa já era a quinta noite consecutiva que Millie passava no hospital. Ela ficava durante toda a noite, acordada, esperando por alguma reação do amigo. Qualquer uma. Nesses cinco dias, ela passou acordada virando a noite. Logo pela manhã, a mãe do mesmo chegava, para que Millie pudesse dormir um pouco. A mesma, ia pra casa, caía na cama, depois tomava um banho e ia para o mesmo lugar. Novamente.

She And He | FillieOnde histórias criam vida. Descubra agora