20. je t'aime

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O voo foi bastante cansativo, mas consegui chegar bem, me virando com meu inglês meia boca até chegar no hotel em que Jimin estava hospedado.

Eu precisava primeiro pensar. Como eu chegaria até ele? Me apresentar na recepção para poder ir até seu quarto não parece uma decisão muito apropriada, tendo em vista que tudo o que tenho preparado é segredo.

Se eu disser que sou de outro lugar e preciso visitar o quarto de Jimin, eu necessitaria de uma comprovação, uma identificação.

Parei para pensar um pouco antes de descer do táxi. Comecei a analisar tudo ao meu redor e vi que Jimin estava em um hotel muito bonito, no mínimo quatro estrelas. Ele deveria estar sendo muito bem tratado.

Assim que olhei para o meu celular, vi o  horário. Ainda era de manhã, mas já estava próximo à hora do almoço.

- Moço, você não vai descer? - O motorista me pergunta com um inglês meio arrastado, por ser um francês local.

- Ah sim! - Saco o dinheiro do meu bolso e pago a corrida antes de descer do carro. - Muito obrigado!

Quando eu pisei na calçada, eu decidi que iria me identificar como eu mesmo, não teria como guardar todo esse suspense. Bastaria apenas alguns passos e eu estaria cara a cara com Jimin.

Entrei no hotel com minhas malas e logo um concierge, um jovem homem de cabelos pretos e ocidental me encaminha para a recepção. Eu digo em um inglês muito mal falado que não vou me hospedar no hotel e apenas quero visitar uma pessoa.

Na recepção, uma mulher muito bem vestida me atende com um sotaque francês bastante local, entretanto, seu inglês é perfeito. Eu informo o quarto e o hóspede que quero ver.

- Preciso do seu documento para interfonar no quarto do nosso hóspede. - Entrego a ela meu documento quase que hesitando.

- A senhora pode, por favor, não falar meu nome? Diga que é apenas alguém que quer vê-lo muito. - A recepcionista me encarou confusa.

- Moço? Eu não posso fazer isso, preciso informar quem está subindo, é regra de segurança em nosso hotel. - Sua voz estava com um tom bastante paciente e suave.

- Sou namorado dele, estamos em um momento difícil, ele logo saberá quem é, mas não quero revelar assim. - Ela negou e sorriu fraco.

- Moço, eu não posso, juro que gostaria de fazer isso. - Logo uma ideia surge em minha cabeça.

- Interfone a ele, diga que há uma encomenda aqui embaixo e ele precisa vir pegar agora. - A moça riu.

- Tudo em nome do amor, não é? - Assinto urgentemente. - Ok, vou ligar para o quarto dele.

- Obrigado!

Enquanto ela procurava o ramal, fiquei observando o local. Era enorme. Todo em mármore e havia algumas placas indicativas. Vi que havia uma sala reservada para visitas, uma espécie de copa com um mini bar. Era lá que eu levaria Jimin.

- Moça? - Ela olhou para mim com o telefone na mão. - Diga para ele me encontrar naquele lugar. - Apontei para a seta que informava o local de visitas e ela assente.

Ela falou com Jimin e o informou tudo. Fico me lembrando de sua voz, aquilo me causa um leve arrepio.

- Ele está descendo, moço. - Assinto.

- Muito obrigado! - Assim, me encaminho até a copa de visitas e aguardo com malas nas mãos e uma mochila nas costas.

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Eu estava inquieto e ansioso. Eu fiz tantas coisas para encontrá-lo que finalmente tinha chego o momento em que estaríamos tão perto de novo em um mês. Parecia mais. Muito mais.

Quando olho para a entrada o vejo ali, estático. Ele está bonito, usando uma camisa, calça justa e uma bota. Seu cabelo está um pouco maior e seu sorriso continua o mesmo.

- Kook. - Sua voz era baixinha.

- Jimin. - Suspiro enquanto falo seu nome.

- Meu Deus! Eu morri de saudades de você! - Ele veio em minha direção e se agarrou em mim, me abraçando forte. Eu estava confortado em vê-lo novamente. Seu cheiro é tão forte, quero ficar assim agora o tempo todo.

- J-Jimin. - Digo. - Nós precisamos conversar. - Ele se desvencilha do meu corpo e assente.

- Sim, nós precisamos, mas sou eu. - Ele faz uma pausa. - Sou eu quem tenho que começar a falar, eu... - Jimin pega na minha mão. - Eu sinto muito. Eu fui muito idiota com você, fui muito egoísta. - Ele abaixa a cabeça.

- Você foi embora sem falar comigo para aonde iria, não retornou mensagens nem ligações e mesmo assim, um mês depois eu estou aqui depois de trabalhar em uma pizzaria e guardar dinheiro suficiente para poder vir. - Ele assente. - Foram os meninos que me ajudaram, sem eles eu não saberia te encontrar. - Jimin sorriu.

- Eu imaginei. Pedi pra que eles não te contassem, mas com certeza não me ouviram. - Neguei com a cabeça.

- Não, não ouviram mesmo. - Rimos baixinho. - Mas enfim, espero que você tenha uma explicação plausível para não ter falado comigo. - Jimin engole seco.

- Vamos nos sentar. - Ele sugere e eu me acomodo no sofá que deixei minhas coisas. Jimin olha nos meus olhos e pega na minha mão, entrelaçando seus dedos nos meus. - Eu não te contei que viria porque senti medo de você virar para mim e falar que eu não poderia vir, afinal, estávamos envolvidos completamente, você lançaria seu livro e... essa foi uma chance que eu consegui logo depois que eu toquei naquela apresentação que você foi, sabe? Fora que... É a minha primeira vez em um relacionamento... saudável e... Eu acabei confundindo muito as coisas. Quando eu percebi que podia te perder, eu te mandei aquela mensagem que eu sei que não foi suficiente. - Neguei com a cabeça.

- Não foi. - Ele assente. - Eu jamais te impediria de vir até a França, Jimin. Se você tivesse me contado que teve a chance de poder vir até aqui e mostrar o seu talento para essa cidade, eu juro que teria feito de tudo para vir junto, ou te apoiar mesmo de longe. - Fiz uma pausa. - Eu sinto como se você não me conhecesse direito, sabe? Eu não sou o tipo de cara que não te apoiaria. Depois de tudo o que você me ajudou no meu livro, não tem nem sentido. - Ele respirou fundo ao me ouvir.

- Eu sei e se você ainda quiser aceitar as minhas desculpas, por favor, elas são verdadeiras, assim como tudo o que eu sinto em relação a você. Eu errei muito feio, fui muito egoísta, individualista, pensei apenas em mim e não pensei em você. Hoseok e Taehyung brigaram comigo por tua causa, por me alertarem que eu estava fazendo a coisa errada e mesmo assim eu não os ouvi e quis apenas seguir o meu impulso. - Ele abaixou a cabeça e derramou uma lágrima. - Me perdoa, Kook.

- Eu te amo, Park Jimin.

Sucker | [Jikook] Onde histórias criam vida. Descubra agora