5. ce n'est pas qu'une inspiration

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Depois que pedi desculpas ao tatuador, eu acreditei que as coisas seriam mais fáceis de lidar, porém elas não foram. Tendo em vista que meu personagem estava sendo criado, eu tinha elementos o bastante para começar uma boa história.

Um pianista e tatuador. Um homem completamente atraente. Entretanto, ele não tinha um nome ainda e provavelmente, - nem poderia ser, o mesmo do jovem bonito que roubou minhas noites de sono.

Diante de diversos significados, Hyun-Ki era um nome coreano masculino que significava 'a sabedoria', uma qualidade bastante intensa a alguém que não é apenas visualmente atraente, mas também intelectualmente. Park seria um ótimo sobrenome, já que entre seus significados é possível encontrar 'paz'. Park Hyun-Ki parecia o nome perfeito para o personagem do meu livro.

Já fazia uma semana desde que eu fiz o primeiro contato com o jovem e desde lá eu não consigo parar de pensar nele. O fato pelo qual as pessoas dizem que ele é um bad-boy sem medidas parece brincadeira, porque, de fato, o que eu presenciei não foi nada disso. Além de compreensível, foi bastante educado comigo, na realidade, um amor de pessoa, a qual eu deveria ter pelo menos perguntado o nome.


Tenho passado na frente do estúdio de tatuagem e não tenho o encontrado mais, mas ainda ouço o som de piano que vem do seu estúdio. Era bom passar lá e ouvir por pelo menos alguns segundos.

Não sei a origem daquele som, mas tem me dado muita inspiração na hora de escrever e colocar as ideias no meu arquivo. Eu só consigo trabalhar com música e saber que provavelmente o misterioso tatuador também, isso nos conecta de uma forma desconhecida.

Mencionei para Seokjin, Namjoon e Yoongi sobre o ocorrido e o que tem acontecido na minha vida. Os hyungs ficaram orgulhosos de mim. Seokjin ficou bastante feliz pela minha evolução e também por eu ter deixado a minha timidez um pouco de lado. Namjoon acredita que eu devo valorizar essas pequenas coisas que têm acontecido, porém eu deveria fazer isso com bastante cautela para eu não me machucar emocionalmente. Yoongi, por sua vez, acredita que não é uma boa ideia eu me aproximar dessa forma íntima, mas que uma amizade seria uma boa forma de resolver toda essa inquietude da minha parte.

Diante das incertezas, a única coisa que me movia era a minha história, todo aquele cenário, aquele bonito plot que desenvolvi. Um romance completamente clichê, fora do meu alcance no momento e que apenas poderia ser vivido pelas minhas palavras e pelo meu coração.

Em uma das tardes daquele mês eu pude encontrar novamente aqueles garotos que estavam próximos ao estúdio do tatuador alguns dias atrás. Jung Hoseok. Eu me lembro do nome dele, simpático e carismático, ele conversava com o mesmo garoto ao seu lado, eles pareciam um casal de tão íntimos.

Eles estavam em uma lanchonete próxima, conversavam alto e riam muito. Era muito bonito vê-los ali. Foi quando Jung Hoseok me viu e se levantou para me cumprimentar.

- Oi! Você por aqui! Tudo bem com você? - Assenti, cumprimentando-o.

- Estou bem e você? - Ele afirmou e disse que estava ótimo. Sentado na mesa e comendo, o outro jovem acenou para mim e terminou de engolir a comida para se levantar e me cumprimentar.

- Muito prazer, Kim Taehyung! - Ele sorriu. O garoto era muito bonito. Mesmo.

- Olá Kim Taehyung! Meu nome é Jeon Jungkook, há alguns dias eu conheci seu amigo, moro aqui no bairro. - Ele assentiu e riu.

- Ah isso é muito legal! Hoseok na verdade é meu namorado, somos um casal. - Olhei sem graça para eles, mas espantado pela minha teoria ter se confirmado. Eles eram amigos do misterioso tatuador, mas eu precisava me manter calmo, sem parecer, novamente, um stalker sem noção.

- Outro dia você parecia perdido, está bem agora? - Hoseok me questionou.

- A-Ah... Você tem razão eu parecia mesmo, mas estou bem, estou bem sim, consegui encontrar o que eu procurava.

- Isso é bom! - O garoto sorriu e seu namorado também. Eles pareciam muito educados, quem sabe eu também não os colocaria em meu livro. Pessoas diferentes, rostos novos, sempre era uma forma de renovar as energias.

Com o silêncio pairando no ar, Taehyung cortou a conversa e mencionou que ele e Hoseok precisavam se encontrar com seu amigo e pressumi ser o dono da minha falta de sono.

- Ah! Amigo de vocês? Ok! Voltamos a nos falar outra hora então! - Cumprimentei-os.

- Sim, Park Jimin, acho que você já deve ter ouvido falar dele por aqui, é o tatuador que abriu o estúdio recentemente na região. - Taehyung soltou uma piscadela. Park? Park Jimin era o nome dele.

- Oh sim! Eu ouvi falar sim! - Eles sorriram e acenaram para mim, dizendo para eu aparecer qualquer dia por lá, mal sabiam eles que eu morria de medo desse tipo de coisa. De qualquer forma, eles gostariam de me ver mais vezes. Sorri em agradecimento.

Park Jimin. Era esse o nome do homem que roubou todos os meus pensamentos, fez meu coração bater descompasado e de uma forma bastante milagrosa, me fez voltar a escrever criar personagens bons. Park. Ele tinha o mesmo sobrenome que eu criei para ele. É possível que eu possa encontrar mais coincidências como essa? Nesse momento eu não tinha certeza, mas Jung Hoseok e Kim Taehyung pareciam ser pessoas fundamentais para que eu possa me aproximar do garoto não mais misterioso.

Voltando para casa o som do piano invadiu minha mente novamente e eu só pude sorrir. Mesmo que eu estivesse ficando louco, eu não me importava, era fundamental para mim saber exatamente o que aquele toque representava. A conexão entre eu e Park Jimin. Um garoto que nem me conhecia, mas que já fazia uma grande diferença na minha vida pelo simples fato de estar ali.

Sem que eu percebesse, um homem trombou comigo na rua e foi assim que eu percebi que tinha acabado de esbarrar em Park Jimin.

Seu corpo rodopiou e quando se colou ao meu, quase caiu no chão, mas eu o segurei. Eu o agarrava pela cintura, bem forte, algo bastante estranho aos olhos dos outros. Logo o soltei.

- Meu Deus! Desculpe-me! Desculpe-me novamente. - Ele sorriu para mim.

- Quando é que iremos nos apresentar da forma correta? - Ele começou a rir. - É a segunda vez que você  me pede desculpas, mas está tudo bem, não se cobre. - Ele sugeriu sua mão para que eu a apertasse. - Muito prazer, Park Jimin.

- Prazer, Jeon Jungkook. - Cumprimentei-o, sorrindo.

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