BROKED - Concluída

Capítulo 17

O cheiro forte de incenso que minha mãe costumava espalhar pela casa cutucou meu nariz ao entrar pela porta da frente.

Minha mãe imediatamente olhou para trás, colocando o pano de prato sobre os ombros enquanto descansava a colher de pau em cima da bancada.

-Grace vai dormir aqui hoje. Estaremos lá em cima.
Mas antes de subirmos o primeiro degrau, minha mãe foi até nós, até Grace na verdade.

-Querida...
-Não precisa falar nada, Srta. Thomas.
-Mas eu quero. -observei minha mãe prender os cabelos, nervosa- Eu me sinto muito mal por ter feito tudo isso com você, sua mãe...
-Srta. Thomas. -a voz de Grace parecia embargada- Eu acho que a senhora precisa dizer essas coisas para minha mãe.

Ao subirmos a escada e fechar a porta do quarto, Grace se jogou na minha cama, tirando sua jaqueta preta da adidas e ficando apenas com seu cropped azul bebê da Macy's.

Desviei os olhos.

-Minha cabeça está explodindo, Amy.

Me virei para olhá-la.

-Você precisa parar de pensar nisso.
-E como você sugere que eu faça isso?

Pensei um pouco e busquei meu MacBook em cima da cômoda.

-Nós poderíamos assistir a um filme, que tal?
Grace pensou um pouco e encostou na cabeceira da cama, colocando a almofada de lantejoulas em cima de suas coxas grossas.
-Pode ser.

Depois de 15 minutos tentando escolher um filme, desistimos e colocamos um episódio aleatório de friends.

Após alguns minutos, Grace me olha de lado e se inclina para me beijar na bochecha. Eu arregalo os olhos com surpresa.
-O que foi? -ela perguntou.
Balancei a cabeça negativamente e me inclinei para beijá-la nos lábios.
Grace corresponde meu beijo imediatamente, colocando suas mãos em meu pescoço escaldante. Sinto sua pulsação acelerar e ela sobe em cima de mim, afastando o MacBook. Eu levo um susto mas não me mexo. Coloco as mãos em sua cintura e Grace começa a lamber o lóbulo da minha orelha. Sinto aquela pontada no meio das pernas novamente e abro os olhos, interrompendo nosso beijo.

-Eu fiz algo?
Balanço a cabeça, olhando para seu corpo perfeitamente modelado ainda em cima de mim.
Meu Deus o que está acontecendo?
-Eu só fiquei um pouco tonta.
Grace sorri e se inclina para frente, sussurrando em meu ouvido esquerdo.
-Ficou tonta ou excitada?
Abro minha boca para dizer algo, mas para minha decepção, não sai nada. Um momento depois, Grace começa a gargalhar e caí do meu lado, colocando as mãos em sua barriga.
-O que foi?
-Você é engraçada.
Eu pisco e levanto uma sobrancelha. Apoio o peso do meu corpo em meu braço e fico virada para ela.
-Você me acha engraçada?
Grace respira e observo seu rosto corar.
-Não?
Devo ter ficado algum tempo olhando para o seu rosto, pois ela arqueou uma sobrancelha. E neste instante, eu coloquei a mão em sua barriga e a beijei suavemente nos lábios, sentindo os bicos de seus peitos enrijecerem, o que me deixou ainda mais nervosa.
Afastei um pouco meu rosto e coloquei os dedos por cima dos botões de seu short jeans.
-Eu...
Grace balançou a cabeça afirmativamente mesmo antes de eu terminar a frase.
-Tá bom.
Expliquei para mim mesma que aquilo era totalmente novo e normal ao mesmo tempo. Era só fazer o que eu fazia em mim, não é mesmo?
Ao abrir o primeiro botão, meu coração quase saiu pra fora com a batida na porta do quarto. Minha mãe abriu a porta de repente e Grace jogou a almofada de lantejoulas em cima de sua barriga.
-Mãe?
Minha mãe estreitou as sobrancelhas mas falou depois de um momento.
-O jantar já está pronto.
Eu acenei com a cabeça e esperei ela sair antes de respirar fundo.
-O que foi isso?
Agora era eu quem gargalhava.
-Na próxima vez é melhor trancarmos a porta, não acha?
Acenei com a cabeça, ainda gargalhando.
Grace olhou para mim por um momento, antes de falar.
-Eu não quero ir para Vancouver.
Eu acenei.
-É sério, Amy. Eu preciso ficar aqui.
-O que nós podemos fazer?
Grace pensou um pouco.
-Eu tenho uma ideia.