Capítulo 1

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Brasil, Outubro de 1808 por volta das 18:23 da noite, nasce na senzala da Fazenda Lajedo o menino João de Jesus, filho da escrava Rosa Maria e do escravo Feliciano de Jesus, de um parto complicado e de risco mas, graças à benzedeira foi evitado o pior e tudo ocorreu como os conformes. Já era tarde da noite e a alegria na senzala era imensa quando derrepente ouve-se um choro vindo também da casa grande, era o nascimento da filha do Barão de Lajedos que viria a se chamar Helena. Poucos minutos depois dos choros é possível ver do alto da janela a Baronesa Cristina exibindo a pequena Helena, um costume passado de geração para geração dos senhores da época, que exibia os novos integrantes da família.
O Barão e a Baronesa de Lajedos, cujo os nomes eram respectivamente Pedro Clóvis Cabral de Resende e Cristina Cabral de Resende, eram conhecidos entre os escravos como pessoas rígidas e impiedosas. O então único filho do casal até o nascimento da Helena, senhorzinho Henrique era considerado uma peste que fazia muitas traquinagens, mentia e acusava os escravos, estes que pagavam pelos erros do senhorzinho. Diante disso, todos da senzala já esperavam o pior da sinhazinha Helena e já se encontravam preocupados com a possível personalidade que ela poderia adquirir com seus pais e irmão.
No outro dia, bem cedo, alguns escravos já estavam  na labuta colhendo café e cana de açúcar, outros estavam no engenho fabricando cachaça, que além do café era um dos produtos que mantinha todo o status de riqueza da família do Barão. No meio dos escravos do engenho estava o velho Chico que tinha por volta de 62 anos, ele estava encarregado de moer as canas e ao terminar o trabalho assentou-se no amontoado de bagaço de cana à espera do próximo serviço. Vindo do Canavial, Feliciano o cumprimenta e revela o sonho que teve nessa noite, logo após o filho João nascer.

- Bênção seu Chico, essa noite num preguei os zói, o menino num parava de chorá e tumbem sonhei cum uma peda azulinha no fundo do córgo e quem bulia nessa peda era uma santinha da nossa cor. 

-  Eu inté já falei, essa peda está no fundo desse córgo tem é tempo, vosmecê não é o Primero a sonhar com ela, disse o velho Chico.

Os dois continuaram o papo até que o capataz interrompesse e mandasse que os dois continuassem o trabalho e parasse com a conversa fiada. Feliciano então despediu-se do velho e foi para a senzala, ver como o filho recém nascido estava.
O capataz, cujo nome era Atevaldo tinha um caso com uma escrava que se chamava Josefa, ela era muito linda, tinha por volta dos 18 anos e utilizava de sua beleza para seduzir o capataz e conseguir através deste benefícios para si própria, como trabalhos mais fáceis, descansos e etc. Assim que Feliciano entrou na senzala, Josefa saiu em direção ao canavial e logo em seguida o capataz seguiu o mesmo rumo também. O senhorzinho Henrique, que tinha por volta dos 16 anos, percebendo que os dois estavam indo na mesma direção os seguiu.

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