Os três entraram no quarto da Baronesa e então Daniel pediu permissão para poder procurar a bendita estátua, ela já comprometida com a história, deixou. Ele olhou por todos os cantos, de baixo da cama, armários, livros, estantes, mas quando ele foi tocar em um dos quadros do quarto a Baronesa interviu dizendo:
- Já chega, agora queres tocar no quadro da minha preciosa mãe.
Daniel e Henrique se olharam, e então Henrique disse:
- Oras Pois mãe, se não tens nada para esconder, deixe que ele mexa.
Ela ficou um pouco apreensiva mas não teve escolhas deixou que Daniel mexesse no quadro. Ele tirou-o do lugar e então pode se ver a parede não tinha nada de mais, espantado por não ter nada ali, Daniel começou a se tremer. A baronesa em tom de deboche disse:
- Viste que não tenho nada a esconder?!
Nesse momento Daniel se apavora e deixa o quadro cair, ao bater no chão o fundo do quadro se soltou e Henrique pode ver algumas cartas que estavam escondidas e ele logo pegou uma em que havia seu nome escrito.
- Filho, não abra isto, são coisas minhas e de minhas intimidades, não te dou este direito. Disse a Baronesa com muito receio.
Henrique abriu a carta e Cristina logo disse:
- Pronto, admito, foi eu que matei o meu marido, mas antes que pare de falar comigo ou até me mate e principalmente antes que leia esta carta, deixe-me explicar o porquê fiz isso e para provar que foi pelo nosso bem.
Nesse exato momento Henrique desaba e começa a chorar muito.
- Filho, espero que me perdoe por tamanha dor, mas foi necessário, o teu pai descobriu esta carta e estava lendo ela lá no escritório. Você não é filho legítimo dele, essa carta foi escrita pelo seu verdadeiro pai, que é um Conde de Jucuruçu, ele nunca se interessou por você mas quando você enfim completou os 18 anos ele mandou essa carta dizendo que era o teu pai verdadeiro e que eu o havia dito quando estava grávida e estava ainda apaixonada por ele, e que ele queria te conhecer um pouco agora já que tinha virado rapaz. Me arrependo muito de ter falado quando estava grávida que o filho era dele, hoje vejo no que deu. O Barão achou esta carta ai no fundo do quadro que eu guardava para um dia tomar coragem e lhe contar tudo, ele leu, mandou que me chamasse e quando entrei no escritório ele estava com ela e a sua irmã no colo e me disse que queria nós dois fora daqui e que iria nos deserdar, mudar o testamento e nunca mais iríamos ver Helena. Eu não pensei duas vezes e fingi querer explicar um engano, me aproximei e furei-lhe bem no peito com a estátua, ele ficou se debatendo um pouco acertei-lhe no coração a dor devia ser imensa. Helena não chorava, demorou uns minutos e ele não se mexia mais, peguei a estátua e enfiei a adaga no peito no mesmo lugar, corri para o quarto e escondi a estátua em um fundo falso daqui do assoalho. Desci e fui lhe encontrar lá perto da lavoura, para que ninguém desconfiasse que era eu a assassina, passaram-se alguns minutos e recebemos a notícia vinda de Daniel. Agora eu pretendia sim lavar a estátua e colocá-la no lugar sem que ninguém percebesse, já que todos achavam que era a adaga a arma do crime que por sinal não foi eu quem retirei do livro, quem fez isso só me prejudicou pois fizeram levantar suspeitas a meu respeito e vocês a procurar coisas que não deviam. Desabafou a Baronesa Cristina.
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Vosmecê
RomansaUma história que se passa nos anos de 1806 em diante, onde é retratada as reviravoltas que cercam a Fazenda Lajedo, os acontecimentos que marcaram a vida de seus proprietários e escravos. Essa História trata de assuntos delicados como amor proibi...