Ao retornar do canavial e ainda curiosa, Josefa foi em direção à casa grande e ao entrar na casa encontrou com a escrava Rosa Maria que estava saindo em direção à senzala, e esta aproveitando que Josefa estava lá, pediu para que ela cuidasse da cozinha e que fosse arrumar os quartos pois ela tinha que tirar João da casa grande pois o medo do senhor Henrique faze-lo mal era grande.
Josefa aproveitou-se da oportunidade e subiu direto para os quartos a procura do misterioso homem, abrindo portas seguidas de portas até encontrar o quarto onde estava o rapaz. Ela o achou muito lindo, mesmo naquele estado, e em um ato de impulso o beijou, quando derrepente ouviu a porta do quarto abrir, era o Barão que logo a vendo beijar o homem disse:- Vejo que temos uma moça já na hora de conhecer a vida por aqui, disse ele em um tom amedrontador.
- Me discupe meu sinhor, só estava bizoiando cuma o moço tá, disse Josefa com um pouco de vergonha.
O Barão então sugere a Josefa a se entregar a ele com promessas de dar-lhe a carta de alforria assim que a idade lhe castigasse, ela se sentindo tentada aceita e ali mesmo enfrente ao homem doente se entregou por completo ao seu senhor. Mas, após alguns minutos entra no quarto a Baronesa Cristina que já estava meio desconfiada do sumiço do Barão e vê os dois em uma cena desprezível.
Ela, num ato de raiva pega a escrava pelos cabelos, do jeito que ela estava e sai arrastando pela casa a fora e ordena ao capataz Atevaldo para que amarrasse a escrava no tronco e que lhe quebrasse os dentes para aprender a nunca mais seduzir o seu senhor, além de lhe dar vinte chicotadas. Assim foi feito, fora quebrado os dentes da frente de Josefa e foi lhe dada vinte chicotadas. O pai de Josefa chorava mas já não podia fazer mais nada, alguns escravos observavam a cena e quando acabou a carregaram para a senzala e a cobriram com panos, depois de alguns minutos Rosa Maria lhe vestiu.
No casarão a Baronesa jurou que se pegasse o marido com outra escrava, jogaria ele do alto da escada e que ele jamais voltaria a ver os filhos dele novamente. O Barão apenas escutava e nada retrucava.
Na fazenda não se falava de outra coisa, somente a respeito da surra que Josefa havia levado, e isso durou dias. O homem ainda nao havia acordado e no dia seguinte já era o batizado da pequena Helena, familiares distantes da família já começavam a chegar no casarão.
Feliciano passou horas somente carregando malas que mais pareciam de mudanças do que de um simples passeio. O senhorzinho Henrique já estava todo engomadinho pois a primaiada começou a chegar e ele só pensava em uma única coisa, malvadezas. Derrepente descendo apressada pelas escadas a escrava Rosa Maria grita:- O homi num tá mais drumindo, acordou minha sinhá, disse ela.
A Baronesa e o Barão logo se apressaram e subiram as escadas pois a curiosidade para saber quem ele era, de onde ele veio e porquê estava usando vestes tão elegantes, eram grandes demais para aguentarem.
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Vosmecê
RomansaUma história que se passa nos anos de 1806 em diante, onde é retratada as reviravoltas que cercam a Fazenda Lajedo, os acontecimentos que marcaram a vida de seus proprietários e escravos. Essa História trata de assuntos delicados como amor proibi...