Capítulo 21

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- Hahaha, agora me deves uma mesa nova!. Disse a Baronesa em tom de deboche.
Ela levanta-se e vai em direção à Daniel e tenta beijá-lo, em uma tentativa frustrada pois o jovem a afasta em repulsa. Cristina ficou enfurecida e como ato de crueldade disse:
- Já que não tem mais nada a me oferecer, podes se retirar da minha casa e ir para outro lugar. Não o quero aqui.
- O que está acontecendo Aqui? Porque a senhora está expulsando Daniel da nossa casa? Sabes bem que eu tenho muita estima pelo que ele fez por nossa família. Disse Henrique ao adentrar a sala e presenciar parte da conversa.
- Ele já quitou a dívida que tinha conosco e eu cumpri a palavra de teu pai, agora Daniel deve seguir o caminho dele.  Respondeu-lhe a Baronesa.
- Está certa, mas não podemos expulsá-lo, eu o admiro e devo-lhe abrigo até que ele tenha lugar para onde possa ir.
Aquela situação de Daniel ir em busca de Henrique na jornada dele de encontrar o verdadeiro pai, lhe caíra muito bem, Henrique se achava em dívida com Daniel e por ora a baronesa não poderia dizer que o obrigou a seguir o senhorzinho, isso iria causar um conflito entre ela e o filho. Diante disso, ela não teve escolha a não ser deixar o jovem permanecer por mais algum tempo ali em suas propriedades.
Passaram se alguns dias e estava cada vez mais próximo o dia do casamento de Henrique e Aurora, era uma correria para os preparativos, a família da moça vivia mais na Fazenda Lajedo do que na propriedade deles. Henrique até em tão não sentia nada pela jovem, que fazia de tudo para agradá-lo, ele apenas a beijava sem sentimento algum, apenas para não desapontá-la e isso se sucedeu por alguns dias até que surgisse o início de um sentimento entre os dois. Parte da família da Baronesa já havia chegado e outra parte estava a caminho, inclusive a família do Conde e sua filha Julieta. Henrique observava aquela gente toda e ficava ainda mais nervoso. Derrepente ao olhar pela sacada pode ver um bela jovem adentrando a casa, era a prima Julieta que havia acabado de chegar, como podia ter mudado tanto a tão pouco tempo? Estava muito mais formosa.
- Querido o que está observando?. Perguntou Aurora ao adentrar o quarto.
- A bela paisagem ao qual iremos apreciar juntos nas núpcias daqui a dois dias, disse ele que em seguida a beijou.
Aurora rosou o rosto de vergonha e afastou-se dizendo para Henrique se controlar, ele riu e os dois desceram as escadas de mãos dadas. Todos ficaram encantados, apenas Julieta olhava com desconfiança toda aquela cena.
O dia de preparativos foi longo e passou depressa para todos, estavam em sua maioria exaustos. Os escravos receberam ordens de descanso para no outro dia montarem a estrutura do casamento e a noite escura daquele dia o tornava aconchegante para uma boa noite de sono.
Aurora encontrava-se em um dos aposentos da casa grande, preparando-se para dormir, quando escuta batidas na porta.
- Será o pervertido de meu noivo, a essa hora? Que indelicadeza para com uma dama casta. Indagou mentalmente Aurora.
- Quem é?. Perguntou ela.
- Julieta, posso entrar?. Respondeu-lhe Julieta.
- Entre. Disse Aurora.
Aurora ficou um pouco assustada, Julieta e ela nem eram tão próximas assim, no máximo se cumprimentavam.
- Você deve estar achando estranha a minha vinda até aqui, porém há algo que não posso deixar de dizer-lhe, pois acho que nós mulheres devemos nos unir um pouco mais, deixando a rivalidade de lado e fortalecermos umas às outras. Disse Julieta mostrando firmeza.
Aurora fica um pouco receosa porém busca tentar compreender o que a prima de seu noivo tem a lhe dizer. Julieta conta-lhe o que houve a anos atrás, desde a bebida de sonífero que Henrique preparou para ela, até as malvadezas que ele fazia escancaradamente para todos e além disso supôs que aquele casamento poderia ser apenas mais um de seus planos.
Nesse exato momento alguém bate a porta do quarto.
- Aurora, meu amor, posso dar-lhe um beijo de boa noite?, disse Henrique batendo na porta.

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