Olá Brasil

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Isabela Campana narrando

Fui no banheiro do avião depois de horas sentada em minha poltrona, como já era de se imaginar, eu estava horrível. Meus olhos estavam inchados e minha maquiagem borrada que deixou meu rosto deplorável, meu cabelo estava um verdadeiro ninho, fora isso absolutamente tudo normal. Joguei uma água no rosto e ajeitei meu cabelo saindo do banheiro já que eu estava ali a um tempinho, voltei para meu lugar e fiquei quieta, não suportaria ouvir música, ver filme e muito menos ler meu livro que levei na expectativa de ler e não passei da quinta página. Me concentrei em não pensar em nada, apesar de ser quase que impossível. 

Acordei com o moço que estava ao meu lado, me cutucando, sorri sem mostrar os dentes em agradecimento e levantei. Por uma lado era bom saber que estava em casa, que veria meus amigos, veria meus pais... Mas por outro lado eu estava despedaçada por ter deixado tantas pessoas importantes em Toronto. Mas agora vinha a realidade, minha vida absolutamente normal e nada fantástica, sem neve, sem frio. Somente o bom e velho calor carioca que eu tanto senti falta. Olhei no celular as horas que eu já havia concertado no voo para o horário oficial de Brasília, e já era 15h21 da tarde, tirei meu casaco já que ali estava fervendo de tanto calor e fui buscar minhas malas. Eu estava mais tranquila até ver aquelas três pessoas conhecidas: minha mãe, meu pai e meu irmão. Sorri sentindo uma vontade de chorar e corri até eles, o melhor abraço do mundo sinceramente, eu senti muita falta, nada melhor do que a casa da gente e a família da gente. Estranhei não ver Gabriel e Luana mas não perguntei nada, entrei no carro enquanto meus pais me encheram de perguntas, como era lá, o que achei de morar lá, como foi lá... E tudo mais. Eles não me deram trégua até chegarmos em casa, ao menos o assunto "Shawn Mendes" não foi mencionado, mas sabia que minha mãe não deixaria isso passar em branco. 

- Abre a porta lá Isabela enquanto eu tiro as malas do carro 

Minha mãe disse me entregando a chave da porta de casa, assim que entramos na garagem com o carro. 

- Não amor, eu tiro as malas

Meu pai disse e minha mãe girou o pescoço brava 

- Miguel, eu já disse que ajudo com as malas 

Ela praticamente rangeu

- Mas não precisa meu amor 

Meu pai disse enquanto eu revirava os olhos e meu irmão impaciente só faltou deitar no para-brisa do carro. 

- Miguel !!! 

Minha mãe disse brava e meu pai arregalou os olhos. 

- A é amor... Me ajuda aqui, Isabela vai abrindo a porta 

Ele disse e eu fiquei desconfiada, não era possível que eles estavam fazendo o que eu tava pensando, minha mãe sabe que odeio surpresas. Revirei os olhos querendo choramingar mas peguei a chave encaixando na enorme porta de madeira e abrindo ela, dando de cara com a sala completamente escura. Entrei observando envolta até ver uns balões pendurados na mesa de jantar que tinha próxima a sala e derrepente os gritos. 

- Surpresaaaaa

Comecei a rir envergonhada, vendo as luzes se acenderem e meus tios, tias, primos e primas ali, incluindo meus dois amigos, Luana e Gabriel.

- Me pegaram hein

Brinquei rindo sem graça 

- Claro né linda! Achou que íamos deixar essa sua chegada triunfal passar em branco?

Gabriel disse com um chapeuzinho de aniversário na cabeça. Apesar de não ser nenhum aniversário, mas eles entraram bem no clima de comemoração. 

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