Perfectly Wrong

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Isabela Campana narrando

A volta pro RJ foi ainda mais demorada e exaustiva, sentei em uma poltrona tão longe dos meus amigos que só me restou dormir e ouvir música a viagem toda. Dessa vez não teve Bruna nem Júlio, pra fazer uma farrinha no busão, mas felizmente tinha seguido cada um deles antes, então seria fácil manter contato.

Minhas costas todinha doía, levantei da poltrona me sentindo pisoteada. Abaixei e peguei meu fone que caiu no chão, joguei tudo dentro da minha mochilinha, fone de ouvido, minha almofada de pescoço, um pacote de biscoito que tinha uns três biscoitos ainda e minha blusa de frio, que soquei na força pra entrar já que minha mochila não cabia muita coisa. Olhei pra trás e vi meus amigos com o cabelo todo bagunçado e cara de sono, eu não devia tá muito diferente. Fiquei ajoelhada na minha poltrona, deixando as pessoas irem passando pra descer do ônibus, ja que eu esperaria Luana e Gabriel chegarem até mim, pra descermos juntos.

- Oi migas

Falei rindo, quando eles se aproximaram

- Oi amiga, quanto tempo

Gabriel brincou e eu ri.

- Gente eu tô quebrada

Luana disse

- Aí eu também. Foi terrível essa volta, gostei mais da ida

Falei bocejando, colocando a mão na frente da boca.

- Foi mesmo

Gabriel disse bocejando.

Descemos do ônibus ainda meio grogue, eu quase tropecei nos meus próprios pés, novidade. Peguei meu celular e olhei as horas, 16h04 da tarde, atrasamos um pouco, mas tudo bem, já estávamos no Rio mesmo. Comecei a andar pela rodoviária com Gabriel e Luana, rindo de alguma bobagem que Gabriel falava.

- Aí tô exausta, quero tomar banho e cama

Falei e Luana riu

- Vai nada... vamos sair depois

Ela disse e Gabriel concordou

- Vamos mesmo... tomar um açaí

Gabriel disse

- Eu fiquei quatro dias com vocês, colada em vocês... Deus me livre, quero liberdade de vocês

Falei e Gabriel me deu um tapa fraco no braço.

- Safada... valoriza a amiga que sou

Ele disse e eu ri alto.

Olhei para frente e vi meu pai, sentado conversando com um senhor, como sempre. Aquele ali era comunicativo até demais. Me aproximei dele que levantou sorrindo, me dando um abraço.

- Parabéns minha filha, feliz aniversário... agora pessoalmente

Ele disse e eu ri, me soltando do abraço

- Obrigada pai... tava com saudades

Falei sorrindo, nunca soube reagir a parabéns.

- Papai também tava

Ele disse sorrindo.

Ajeitamos as cosias no carro e então seguimos, o caminho inteiro fomos contando sobre Goiânia, sobre o Villa Mix, sobre o jogo do Brasil que assistimos com o Shawn. Meu pai tava todo contente, ele já demonstrava um favoritismo muito grande pelo Shawn, por isso nem contei que eu e ele não estávamos mais juntos, não quis estragar essa simpatia que ele sentia pelo Shawn.

Deixamos Luana em casa, depois Gabriel e por fim cheguei em minha casinha. Como eu tava com saudades dali, do meu bairro, da minha rua, dos meus vizinhos sentados na rua com os cachorros brincando. Foram quatro dias, mas foram os quatro dias mais longos da minha vida, claro que foi por uma ótima causa, eu vi o Shawn, matei a saudade dele, não do jeito que eu queria mas foi bom, ver o sorriso dele de pertinho.

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