Amor de Intercâmbio

Airport again

Nosso último dia no México passou mais rápido do que eu gostaria. Mas não podia reclamar, tinha sido incrível, ver o Shawn, poder aproveitar esse momento com ele, com a sua família que me acolheu tão bem. Tinha sido realmente muito bom.

No momento eu estava em um vôo a caminho de casa, sentindo o cheiro do moletom do Shawn. Nem estava frio pra isso, mas antes de sair do aeroporto começou a chover, então Shawn como o cavalheiro que era me cedeu seu moletom pra que eu não passasse frio. O que foi ótimo, já que o cheiro do seu perfume estava bem marcado na roupa.

Não sentia vontade de chorar, mas sentia um aperto no peito por não estar com ele, por ter que voltar pra casa e deixar ele ir pra dele, mas seria bom ver meus pais, meu irmão, meus amigos, tomar um banho no banheiro da minha casa. Mas eu sentiria sim falta do Shawn, de acordar ao lado dele, de rir e poder abraçar ele em seguida, sentiria falta da Aali, da Karen, do Manny, da Camilla e do marido, da amiga da Aali que era bem louquinha mas super engraçada. É definitivamente foi uma ótima viagem.

Bastou o avião pousar no aeroporto do Rio, que meu coração tornou a ficar quentinho e a leve tristeza por estar longe do Shawn foi passando aos pouquinhos, claro que eu sentia falta dele, mas saber que eu veria meus pais e o meu irmão era bom.

Olhei no celular e era 14h30 da tarde, meu pai estava trabalhando, minha mãe tinha ido substituir minha tia em uma creche, minha tia trabalhava lá cuidando das criancinhas e dos bebês, mas ela estava com uma gripe, então não poderia ficar a semana lá pra não transmitir pras crianças, sorte que  gripe passa logo, então minha mãe só ficaria substituindo ela naquela semana.

Peguei um Uber mesmo sem vontade, o restante do meu dinheiro ficou todo nele, já que do aeroporto até minha casa era um bom percurso, mas não daria pra voltar pra casa de ônibus com uma mala de todo tamanho né.

As casas foram ficando familiar, a quadra que tinha perto da minha casa continuava do jeitinho que me lembrava e já tinha até alguns meninos jogando, já que tinha uns pés de manga enormes, que fazia sombra na quadra inteira praticamente, alguns eletricista concertando alguma fiação na rua, algumas senhoras já sentadas na frente de casa conversando enquanto tentavam espantar o calor com um leque e até mesmo com a mão, tudo igualzinho eu tinha deixado a três dias atrás. 

O Uber parou enfrente a minha casa e eu saltei, agradecendo, peguei minha mala e subi na calçada de casa, ficando embaixo do pé de árvore que tinha enfrente minha casa, a minha rua tinha tantas árvores que raras vezes fazia algum solzinho amostra por ali, era sombra o dia inteiro, o que eu amava. Procurei a chave na minha bolsa, abri o portão e o fechei, começando a caminhar até a porta de entrada, abri a mesma e senti aquele frescor da minha casa. Tirei minha sapatilha e pisei no chão frio, o chão familiar da minha casa, é, até que eu senti falta de tudo mesmo. Puxei a mala e fechei a porta, indo até meu quarto e a deixando lá, peguei meu celular e liguei primeiro pra minha mãe, se eu não desse sinal de vida ela me mataria.

- Oi mãe

Falei animada

- Chegou?

Ela perguntou animada e eu ri

- Cheguei… agora na verdade. E como tá aí seu novo trabalho?

Brinquei e ela riu ainda mais animada, por eu ter feito aquela pergunta.

- Menina, isso aqui é ótimo... Nossa não sei porque sua tia reclamava da bagunça das criancinhas, elas brincam quando chegam mas depois comem e dormem, tô agora atoa aqui, só descansando e vigiando elas

Minha mãe disse e eu ri

- Ah que vida boa… me arruma um emprego desses

Brinquei, mas nunca se sabe né, bem que seria bom trabalhar mesmo, pensei enquanto abri a janela do meu quarto e me escorava ali, sentindo o ventinho e observando o corredor que tinha de frente pra minha janela, onde tinha várias plantas da minha mãe e umas flores, e o muro dividindo a minha casa da casa da minha vizinha, mas era um corredor espaçoso, por isso ventava bastante.