Império (Malec)

Capítulo 20: Segredo

E como nas últimas noites, Alexander não conseguia dormir, então, agora estava desenhando o namorado que diferente dele, dormia serenamente.

Alec já estava com insônia há alguns dias, não sabia o que exatamente estava o causando isso, mas se fosse dar um palpite, diria que era pelo fato de os inimigos estarem quietos demais há alguns dias.

Não que ele quisesse sofrer um atentado todos os dias, na verdade se fosse em outra situação, ficaria feliz por essa paz, mas algo o dizia que era apenas questão de tempo para algo grande acontecer.

A sua preocupação não era com ele, era com Magnus. Obvio, Magnus sabia muito bem se cuidar sozinho, mas isso não o deixava menos preocupado. Ele se preocupava com Magnus e não conseguia evitar. Sempre foi protetor, não é atoa que ficou mais tempo morando na casa dos pais do que gostaria, apenas para ter certeza de que os irmãos não se tornasse o que ele e Jace se tornaram.

Estava tão concentrado no desenho que fazia de Magnus, tentando deixar os traços o mais parecido possível, que sequer percebeu quando ele acordou.

-Por que está acordado? –Magnus perguntou com a voz rouca de sono enquanto olhava pra Alec com os olhos ainda menores do que já eram. –São três e meia da manhã. –Falou olhando o celular que estava na mesinha do lado da cama.

-Eu só estava sem sono, aproveitei para te desenhar. –Alec respondeu, não havia dito que estava com insônia há dias, não queria que Magnus se preocupasse com ele.

-Muito fofo, agora vem dormir. –Magnus disse em um tom beirando a autoritário, pelo menos o quanto era possível ás três da manhã.

Alec colocou o caderno e o lápis em cima da poltrona onde estava sentado e se aproximou da cama.

Magnus se virou, e Alec se deitou do seu lado, puxou para mais perto, colando seus corpos, assim, criando uma conchinha perfeita.

-Algo está tirando seu sono? –Magnus perguntou depois de alguns minutos.

-Não, está tudo bem. –Respondeu antes de dar um beijo no pescoço de Magnus. Fechou os olhos e tentou dormir, mesmo que soubesse que não conseguiria.

(...)

-Bom dia! –Magnus falou descendo as escadas e vendo Alec na sala com uma caneca de café enquanto lia o jornal. Ainda estava com a calça do pijama, o abdômen perfeito a mostra e a calça tão baixa na sua cintura que dava pra ver perfeitamente que ele estava sem cueca, Alec passou a língua pelos lábios com a visão. –Por que acordou tão cedo? –Sentou do seu lado e lhe deu um beijo.

-Eu vou pra galeria daqui a pouco. –Respondeu concentrado em ler o jornal. Na verdade ele nem havia dormido, mas preferia não dizer. –Quer ir comigo?

-Por mais que eu adore te ver pintando.. eu vou trabalhar no meu projeto hoje. –Magnus falou com empolgação.

Ele estava cada dia mais dedicado na abertura da sua escola de dança, e Alec não poderia estar mais feliz por ele. Alec não era de dizer o quanto sentia orgulho de como Magnus finalmente estava seguindo o seu próprio sonho, mas ele sentia que de alguma forma Magnus sabia.

Magnus de repente retirou o jornal das mãos de Alec, fazendo o mesmo bufar.

-O que foi, Magnus?  -Perguntou em um tom quase grosseiro, mas Magnus não se importou, sabia perfeitamente que ele só agia assim para tentar afastar Magnus por algum motivo.

-Me diz você, parece que não está dormindo direito, vive sempre em alerta como se a qualquer momento alguém fosse entrar aqui e nos matar. –Colocou o jornal de lado e sentou mais perto de Alec. –Me conta qual é o problema. –Lançou um olhar compreensivo e por um momento Alec teve vontade de se abrir. Mas o que diria afinal? Que estava tão preocupado com o silencio dos inimigos que não conseguia sequer dormir? Era loucura. Além dos mais, ele não queria que Magnus se preocupasse com ele. De qualquer forma, no fundo Alexander sabia que a verdade é que ele não sabia ser feliz por completo. Essa nova fase da sua vida, morando com Magnus, namorando oficialmente com ele, o sucesso das suas galerias e o fato de os dois estarem bem era motivo suficiente para deixa-lo feliz, como nunca havia sido antes, mas ele estava tão acostumado com problemas e mais problemas, que achava que ser feliz assim por completo era impossível, e que a qualquer instante isso mudaria.