Capítulo 24: Amor

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Magnus o observava dormir.

Ainda estavam na galeria, Alec preferiu ficar ali e Magnus não discutiu. Se deitou ao seu lado no colchão e ficou conversando com ele até que ele caiu no sono. Magnus se sentiu aliviado, sabia o quanto Alec estava com dificuldade pra dormir, então algumas horas de sono, mesmo que fosse no terraço de uma galeria, iria o fazer bem.

-Eu vou cuidar de você, Alexander. –Magnus sussurrou no escuro daquele lugar. A luz da lua entrando pela grande janela que havia ali iluminava o rosto de Alec fazendo-o ficar ainda mais belo.

Magnus ainda conseguia sentir aquele turbilhão de sentimentos que havia começado desde o minuto em que entrou naquela galeria há algumas horas atrás.

Primeiro, pensou que talvez Alec estivesse o traindo, agora que podia pensar melhor, conseguia ver que isso era a ultima coisa na qual deveria ter pensado. Confiava cegamente nele.

E então ele finalmente soube a verdade. Alec era bipolar.

Agora que sabia, era impossível não ficar pensando e pensando em momentos que Alec, mesmo que sutilmente, demonstrou atitudes de uma pessoa com esse transtorno.

De qualquer forma, ele havia o contado e agora Magnus cuidaria dele como não conseguiu cuidar por todo esse tempo.

Amaria Alec todos os dias, sem exceção, e demonstraria de diferentes formas que nunca o deixaria sozinho, não importava o estado que estivesse.

Seus pensamentos foram interrompidos quando percebeu que Alec estava inquieto. Ainda dormindo ele começou a se mexer virando de um lado para o outro.

-Alec? Ei.. acorda, eu estou..-Tomou um susto enorme quando Alexander se levantou em um movimento rápido. Estava ofegante, suando e com os olhos arregalados. –Alec, se acalma, foi só um pesadelo, já passou. –Magnus passou a mão por suas costas em uma tentativa de acalma-lo.

-Vamos pra casa. –Alec as levantou da cama e Magnus levantou logo atrás.

-São duas da manhã. –Mas Alec não ouviu, já estava descendo as escadas rapidamente e indo para saída.

(...)

O caminho até o apartamento deles foi rápido e silencioso. Magnus dirigia, ao mesmo tempo em que ficava de olho no namorado sentado no carona. Aparentemente ele estava bem, mas Magnus não tinha certeza, ele nunca tinha certeza, os sentimentos de Alec eram uma caixinha de surpresas.

Ainda em silencio, eles subiram pelo elevador e foram para o apartamento. Magnus destrancou a porta e Alec entrou e se jogou no sofá. Magnus sentiu como se estivesse vivendo um déjà vu, Alec jogado no sofá, cansado e com uma aparência triste fazia ele se lembrar da primeira vez em que o levou até o seu antigo apartamento, logo depois da morte de Lydia, três meses atrás.

E quem diria que três meses depois daquele atentado contra sua noiva, Alec se declararia para ele. Aquele Alec que parecia ter raiva até da sua própria sombra e não sorria pra ninguém, agora havia dito que o amava. Com todas as letras, e com todo o sentimento que uma declaração importante dessas deve ter.

Magnus sorriu quando ouviu Alec ronronar baixinho. Ele estava dormindo novamente, deitado no sofá, ainda de sapatos.

Magnus se aproximou e retirou os sapatos, a calça e colocou uma almofada debaixo da sua cabeça para que ele ficasse mais confortável.

Chagava a ser engraçado o fato de que entre os negócios ilegais da família, treinamento, assassinatos, a abertura da sua escola de dança, Magnus ainda conseguia achar tempo para cuidar do namorado, cozinhar e ainda organizar o maior casamento que aquela cidade já viu.

Império  (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora