-Magnus, vai embora! –Alec falou depois de Magnus não ter aberto a boca por quase três minutos. Ele já sabia o que Magnus iria dizer. Ia dizer que sentia muito, mas que não tinha condições de continuar namorando com um louco. Quem dirá casar.
Alec sabia o que ia acontecer.
Eles iam terminar, iam desfazer a aliança e depois tudo ia ser uma guerra novamente.
Alexander tentou, tentou se manter longe de Magnus. Tentou fazer com que Magnus percebesse o quanto era loucura se casar com ele.
Mas Magnus não lhe ouviu, Magnus nunca pensou duas vezes em relação a namorar e se casar com Alec. Claro que não, ele não sabia que Alec tinha vários parafusos a menos na cabeça.
Mas agora ele finalmente sabia, e seria doloroso ficar sem ele, como Alec tinha certeza que iria, mas pelo menos não precisava mais guardar segredo da pessoa que mais gostava no mundo junto com os seus irmãos gêmeos.
-Eu não vou embora.. eu só..
-Você só está pensando em um jeito melhor de terminar, não é isso? Não é só porque eu sou bipolar que você tem que me tratar como criança, Magnus. Eu vou conseguir lidar com isso. –Mas se Alec conseguiria lidar tão bem com isso, por que estava ficando com a voz embargada, os olhos lacrimejando e a garganta doendo porque estava segurando o choro? Alec diria que era culpa da maldita doença que as vezes o deixava frágil, mas pela primeira vez na vida o que lhe deixava frágil não era a doença e sim a possibilidade de perder Magnus.
-Vai, Magnus! Vai embora, por favor! Vá embora, eu não quero ouvir você dizer que não me quer mais. –Alec fungou e Magnus ficou novamente em choque. Sabia pouco sobre bipolaridade, mas sabia que o humor de uma pessoa nessa situação variava bastante, de qualquer forma, nunca pensou que veria Alexander Lightwood chorar.
Não, ele ainda não estava chorando. Mas estava fazendo um esforço absurdo para que isso não acontecesse. Mordia o lábio inferior de uma forma agressiva tentando prender o choro enquanto andava de um lado para o outro.
-VAI EMBORA! –Gritou apontando para a saída. –Vai embora logo.. –Repetiu segurando os cabelos como se quisesse arranca-los. –Não faz esse suspense todo pra no final desistir de mim.. por favor. –Alec desabou. Sentou no colchão e colocou o rosto entre as mãos. Segundos silenciosos depois, Magnus ouviu ele fungar, ouviu ele soluçar e depois ouviu ele chorar. Meu deus Alexander estava chorando, quando Magnus ia imaginar que uma coisa dessas ia acontecer? –Vai embora, vai embora, vai embora, vai embora. –Repetiu em meio ao choro descontrolado. –Eu não quero ficar sem você, eu não quero perder você.. não me deixa por favor, eu não vou saber viver sem você.. eu não sou louco como meu pai disse, eu só tenho um probleminha, mas eu te amo tanto Magnus não me deixa, por favor. –Alec implorou ao mesmo tempo em que chorava sem parar. Chorava como Magnus nunca havia visto antes.
Magnus se sentiu um idiota por não ter falado ou feito nada ainda.
Tirou a arma da cintura e colocou em cima de uma mesinha. Andou devagar até Alec.
Suas reações variavam tanto de minuto a minuto que Magnus ainda estava meio zonzo, mas isso não importava agora.
-Vai embora, vai embora, vai embora, vai embora.. –Alec repetia baixinho como um mantra. Magnus ignorou o pedido e se ajoelhou na sua frente.
-Alec, olha pra mim. –Magnus pediu com a voz doce, mas Alec ainda repetia pra ele ir embora.
-Eu sei que você vai me abandonar.. eu sei, eu sei, eu sei.. –Repetiu sem parar, ainda com a mão no rosto.
-Meu amor, olha pra mim. –Tirou, delicadamente, as mãos de Alec do rosto. Alec o encarou com um pouquinho de esperança. Os olhos completamente vermelhos e o rosto com uma expressão desolada. –Eu amo você. –Falou sorrindo e Alec arregalou os olhos surpreso.
-Você.. o que?
-Eu amo você, Alexander. –Magnus segurava o seu rosto entre as mãos com cuidado. Precisava tirar da cabeça de Alec essa ideia de que ele um dia cogitaria ir embora. –Eu nunca vou abandonar você, ouviu? Nunca!
-Mas eu sou..
-Não, Alec! Você não é um monstro, você não é um doente, nem um louco.. você é Alexander Lightwood, o grande Alexander Lightwood. Um homem forte, corajoso e que não tem medo de morrer pra proteger quem ama. –Magnus dizia tudo sem desviar os olhos dos belos olhos azuis. –Você é o meu amor, o meu namorado, noivo e futuro marido, você é tudo pra mim e eu não vou desistir de você. –Aproximou do seu rosto e lhe deu um beijo que quase não foi correspondido porque Alec chorava de novo. –O fato de você ser bipolar não me assusta em nada, o que me assusta é ficar sem você. –Alec choramingou e Magnus o puxou para um abraço forte. Alexander afundou o rosto no pescoço do moreno e chorou. Um choro de felicidade e alivio. –Eu prometo que vai ficar tudo bem.. eu vou cuidar de você, vou amar você e vou te fazer feliz.. vou respeitar quando você quiser o seu espaço, mas sempre deixando claro de que estarei aqui caso precise de mim, vou estar do seu lado mesmo que esteja mau humorado, mesmo que esteja com raiva de tudo e de nada ao mesmo tempo.. eu vou amar você mais do que minha própria vida, eu prometo.
-Obrigado por não desistir de mim, Magnus.. eu.. eu não sei o que faria.. eu estava com tanto medo de te contar.
-Ei, está tudo bem. –Alec levantou o rosto e Magnus lhe deu um selinho. –O importante é que você conseguiu e eu estou tão orgulhoso de você, amor. –Magnus falou enquanto secava o seu rosto com as próprias mãos.
-Me beija? –Alec pediu com a voz sussurrada, Magnus sorriu com a forma adorável que Alec lhe pediu o beijo e depois o beijou.
Foi um beijo delicado, demorado e sem pressa. Como se estivessem selando uma união ali naquele momento, apenas os dois.
Alexander aprofundou o beijo e depois deu um sorriso. Um sorriso tão lindo que Magnus se pegou pensando em como era sortudo por conseguir ver aquele sorriso, que quase ninguém tinha o privilegio de ver.
-Se sente melhor? –Magnus perguntou depois de alguns minutos se beijando.
Alec assentiu, ainda se sentia um pouco mal. Nem conseguia dizer o exato motivo de estar assim, mas sem duvidas não estava mal como antes.
-Se quiser pode ir pra casa. –Alec disse quando viu Magnus sentar do seu lado no colchão.
-E deixar você aqui sozinho? Nem pensar. –Se aproximou ainda mais até que os dois estivessem bem pertinho. Magnus passou os braços em volta de Alec e o abraçou. Alec suspirou com o calor bom que aquele abraço lhe causou. –Está com fome? Vou pedir uma pizza.. -Magnus ia se levantar pra pegar o celular que havia colocado em cima da mesa junto com a arma, mas Alec segurou seu braço pra ele não sair dali. –O que foi? –Perguntou preocupado.
-Não sai daqui.. por favor. –Pediu e Magnus assentiu devagar antes de tornar a se sentar.
-Tudo bem. –Magnus falou compreensivo. Deu um beijo nos cabelos do Lightwood e depois voltou a abraça-lo.
Ficaram quase meia hora abraçados em silencio. Tudo que precisava ser dito, eles já haviam dito, agora Alec só precisava dos braços de Magnus e nada mais.
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Império (Malec)
FanfictionA rivalidade entre as duas maiores famílias criminosas de Nova Orleans dura mais de vinte anos, mas para tentar acabar com as mortes e principalmente para expandir seus Impérios, as familias aceitam fazer uma fusão casando seus filhos. Magnus foi e...