II. Os desaparecidos

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Capítulo 2

"Avisto uma luz. Flash!
É um lobo? Mas é luminoso... Órion? Tire-me a vida Orion, tá bem? Bem? Sua família. Honre a sua família... Pai? Órion! Honre... Aaaah"

FOI ENTÃO QUE EU ACORDEI. Finalmente, lentamente e repentinamente, logo após experiênciar aqueles intrigantes Flashbacks.

Parece que após o incidente daquele dia, os problemas acabaram por perdurar bem mais do que o imaginado. Foi só então.... Quando eu abri os olhos de novo, que percebi que estava mais enfaixado que uma múmia e que por algum milagre me encontrava em casa, bem acima da minha cama.

Aquilo tudo era um sonho? - Perguntei-me, no mesmo instante em que indaguei rouco:

- Mãe? Pai? - Aonde vocês estão?

Logo, a voz da minha mãe soou alto numa fração de segundo:

- ÓRION?! Finalmente filho!

Quando notei, ela já estava no quarto com um grande sorriso estampado no rosto. Sorriso este, por finalmente me ver acordado.

- Oh meu Deus! - Que bom que você está bem, meu querido...

- Temos muito o que conversar. - Disse preocupada.

- Eu estou bem, mãe. - Ou pelo menos, eu acho... - respondi com as mãos postas sobre as ataduras de linho. - Há quanto tempo estou aqui? - Sinto-me como se estivesse completamente tonto... - indaguei por fim.

Sentada a meu lado, Jane suspendeu as sobrancelhas respondendo-me com uma voz baixa e aflita:

- É filho... não foi nada fácil o que você suportou. Está aí há três dias... - Três dias, Órion!

Assustado, assentei-me na cama no mesmo instante em que ela proferiu essas palavras. Percebendo que o ferimento não doía tanto quanto antes.

- Opa! - Muita calma, mocinho. - Você sabe MUITO BEM que ainda está se recuperando. - Alertou ela, pondo as mãos sobre os curativos. - Mas se quiser, eu já posso até tirar algumas ataduras. - Afinal, você precisa tomar um pouco de ar, antes que mofe nessa cama... - disse ela com sua voz trêmula, fazendo-me assim continuar as indagações.

- Ah mãe, obrigado, você me conhece né?! - Sabe que eu não suportaria ficar aqui quieto por muito tempo, mas olha aqui, me conta o que aconteceu. - Por favor!

- O que aconteceu...? - Repetiu, tensa.

- É mãe... Tudo bem se você me contar, eu não ligo. - Se lembra que já tenho dezessete anos? - Relembrei-a, revirando os olhos.

- Claro filho. É que nem ao menos eu sei te explicar bem o que houve... - A única coisa que sei, é que naquele final de tarde, eu e seu pai voltamos ao palácio à sua procura, e assim como todos os anos, haviam dezenas de pais revoltados com a cerimônia. - Os pais das crianças estavam numa grande patrulha em busca de seus filhos. - Já que a maior parte deles ou se feriram demais, ou se perderam pelo caminho, tirando a parte de que alguns até morreram! - Procuramos você por toda parte, mas infelizmente não encontramos nenhum sinal seu. Estávamos tão desesperados Órion, jurei por um momento que não te veria nunca mais!

Tensa, minha mãe fez uma breve pausa, fazendo com que lágrimas escorressem de seus olhos momentos antes dela continuar.

- Na madrugada do dia seguinte acordei muito cedo para ir procurá-lo. - Se é que consegui dormir.... Quando abri a porta, me avistei com o inusitado. - Lá estava você filho, completamente ferido!

ÓRION - DIMENSÃO em COLAPSOOnde histórias criam vida. Descubra agora