VII. Herói da meia-noite

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Capítulo 7


FUGIR, DEFINITIVAMENTE não era uma "boa opção" - concluí assim que voltava à floresta escura e sombria. Uivos de lobos, ecoavam por toda à parte, devido a lua cheia que pairava iluminando à meia luz boa parte da escuridão. E mesmo estando extremamente nervoso, decidi subir numa grande árvore de carvalho logo atrás de mim: planejando-me esconder-se, antes que fosse tarde demais.

Meu plano certamente daria certo, afinal eu havia pensado nele, antes mesmo de vir à cerimônia. Sem contar que, eu já até imaginava que as coisas poderiam sair um pouco do controle, quando o assunto se tratava do Eidrew.

O plano, era até que bem simples: caso as as coisas dessem erradas (e deram), eu ficaria à espreita, bem acima das árvores, só esperando que a Caçaya começasse, e quando os jovens matassem os primeiros lobos, aí sim, eu teria tempo pra voltar pra casa. Ou pelo menos tentar não morrer, até chegar lá.

Eu me encontrava tenso, diante a situação, mas imaginava que isso tudo fazia parte do meu aprendizado, caso quisesse realmente me tornar um caçador de verdade. Difícil, porém necessário - pensava o tempo todo, tentando não me convencer do contrário.

Deitei e esperei por longos minutos. Mas justo quando estava chegando ao ponto de eu tirar belo de um cochilo. Finalmente escutei um estrondoso som, que vinha do palácio:

- Pam!Paam!Paaam! - seguido de uma enorme alcatéia de lobos, que corriam em fuga, bem abaixo de mim: rosnando, enquanto eram perseguidos por vários jovens aos urros.

- Corram! - Peguem-os!
- Matem- os! - gritavam os jovens, a fim de encorajar seus parceiros.

Enquanto isso, a visão de cima da árvore, estava longe de ser considerada boa: já que grande parte dela era ocultada por galhos e folhas. Ainda assim, escutavam-se nitidamente sons de passos e rosnados, dentre as relvas, seguidos de choros e urros proveniente dos jovens: os quais certamente estavam sendo atacados.

Em poucos minutos percebi uma voz trêmula e afobada, que jazia bem abaixo de mim. Revelando ser uma jovem caçadora que usava um goro preto de linho, ocultando boa parte do rosto.
E o acima de tudo, estava sendo severamente encurralada por um enorme lobo cinza, que rosnava tanto, que saía baba de sua boca, repleta de caninos afiados.

- Ah... Não! Minha Adága, não...

Clamou a voz desesperada da jovem, enquanto percebia que sua única arma havia caído a poucos metros de distância de onde ela estava. E sabia, que se caso vira-se pra pega-lá, aquilo poderia ser seu fim. Visto que os lobos sempre atacavam pessoas vulneráveis.

Eu definitivamente não podia deixar aquilo acontecer. Então tomei coragem, e posicionei a flecha no arco com a mais alta precisão, soltando a corda num piscar de olhos. Fazendo com que ela acertasse bem na garganta do lobo, o qual instantâneamente emitiu um árduo gemido de dor: - Uiiin!!

Não perdi tempo e pulei bem em cima do animal, sem hesitar em esmagá-lo com o peso da queda.

- Craack... Uinnn... - emitiu o som do meu peso, sobre o animal, que notávelmente acabara de quebrar com força, ossos e vertebras num só movimento.

- Aaah!!! Sai daqui, sua bola de pelos!!! - gritei em adrenalina, enquanto percebia tamanho espanto do animal, que agora cambealeva em gemidos, fugindo e mancando floresta a dentro. De fato, havia sofrido muito, e eu não podia deixa-lo assim. Então antes dele adentrar novamente à floresta, atirei outra flecha, agora dilacerando parte de sua cabeça: chegando finalmente a corromper o cérebro. O lobo, apagou no mesmo instante enquanto jorrava uma enorme quantidade de sangue. - Ufa, aquilo realmente tinha me deixado num estado de euforia, que eu jamais havia sentido.

ÓRION - DIMENSÃO em COLAPSOOnde histórias criam vida. Descubra agora